“Sorteio? Era bom receber um dos ‘grandes’ ou então um adversário mais acessível”, disse José Pedro
Após vencer sábado o Leixões na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, o Vitória, que afastou o clube da II Liga depois do 1-1 no tempo regulamentar e prolongamento e 3-4 no desempate através da marca de grandes penalidades, será um dos 32 clubes que marcará presença na próxima fase da prova rainha, competição em que os sadinos já se manifestaram sobre quem gostariam de enfrentar na 4.ª eliminatória.
Apesar de o foco estar no duelo de sábado com o Vasco da Gama da Vidigueira, a contar para a 7.ª jornada da série D do Campeonato de Portugal. “Sinceramente, estou mais preocupado com o próximo jogo no Campeonato de Portugal (duelo com o Vasco da Gama da Vidigueira no sábado) do que com a Taça. Vamos ver o que nos reserva o sorteio”, disse o treinador José Pedro em declarações a Record.
No entanto, o técnico, que não esconde que a prioridade da temporada passa por garantir a subida do clube do Campeonato de Portugal à Liga 3, revela que veria com agrado a visita ao Estádio do Bonfim de um dos ‘grandes’ do futebol nacional. “Era bom receber um dos ‘grandes’ ou então um adversário mais acessível que nos permita passar mais uma eliminatória e depois jogar em casa com um dos maiores clubes nacionais”.
A mesma pergunta foi feita a Zequinha pelo Canal 11 logo após o triunfo sobre os leixonenses no Estádio do Mar, em Matosinhos. O capitão frisou que independentemente do que o sorteio de amanhã ditar, a equipa não se dará por vencida antes do jogo. “O Vitória é um clube enorme que se habituou ao longo da sua história a jogar com equipas ‘grandes’. Quem vier, vem. Estamos aqui para fazermos o melhor que sabemos para ganhar”, sublinhou.
O timoneiro dos sadinos, de 45 anos, admite que, em termos anímicos, a continuidade do clube na prova é um estímulo importante para uma equipa que atravessa a melhor fase da época. “Animicamente é excelente, dá muita confiança ao grupo. Já tínhamos eliminado uma equipa da Liga 3, a Sanjoanense (triunfo 0-1), e agora foi o Leixões, da 2.ª, falta afastar um da 1ª Liga”.
Também a jornal desportivo, José Pedro sublinha a importância de todos manterem o foco no campeonato, acrescentando que a realidade do emblema setubalense é hoje muito diferente da que teve na maior parte da sua história. “Temos de ser realistas. O Vitória tem muita história na Taça de Portugal, pelas vezes que venceu, mas agora competimos no quarto escalão e queremos sair dele”.
Sobre o encontro de sábado com o Leixões, o treinador disse ao Canal 11 qual o segredo do triunfo sobre o oponente da II Liga. “A chave foi o acreditar e o carácter da equipa. Mesmo sendo de dois escalões inferiores e de as equipas terem planteis diferenciados, a verdade é que a equipa deu uma grande resposta e foi o carácter e a bordagem que tivemos. Desde o primeiro treino da semana que falámos que poderia ser possível”.
A evolução que o grupo de trabalho tem tido desde o início da temporada também foi destacada por José Pedro. “Vimos de uma onda positiva (quatro triunfos consecutivos antes do duelo em Matosinhos) e isso deve-se ao trabalho que temos consolidado quer ao nível individual quer de grupo. Como sempre digo, os onze que têm jogado juntamente com os cinco que têm entrado e ajudado imenso têm sido fundamentais”.
Por último, o técnico fez questão de reiterar os elogios aos atletas e deixar uma palavra de gratidão aos vitorianos, que estiveram no Estádio do Mar. “Os jogadores foram excelentes e deram uma boa resposta. Levámos a eliminatória aos penáltis depois de termos conseguido, com mérito, igualar. É merecida esta passagem à próxima eliminatória que era um dos nossos objectivos. Apesar de estarmos na 4.ª divisão este clube exige isso. Dou os parabéns aos meus jogadores, que foram brilhantes, e agradeço aos adeptos que vieram de Setúbal apoiar-nos”.
Zequinha: “Fomos superiores”
Logo após o desempate nas grandes penalidades, Zequinha, um dos homens que se encarregou da marcação das mesmas da marca dos 11 metros, fez a sua análise ao jogo. “Grande jogo de futebol. Desde o primeiro minuto soubemos o que queríamos fazer. Com muito empenho, dedicação e as ideias do ‘mister’ queríamos ganhar e quando isso acontece as equipas ficam mais perto de conseguir o objectivo”.
E acrescenta: “O Leixões, equipa com muita história em Portugal, também acaba por fazer um bom jogo. No entanto, considero que desde o primeiro minuto fomos sempre superiores. O adversário fez o golo na sequência de um erro individual de um colega nosso e, depois, não tiveram muito mais aproximações, à excepção de cruzamentos e bolas paradas. Corremos atrás do resultado que era negativo no final da primeira parte, Entretanto, segue-se a expulsão do jogador do Leixões e aí fomos muito mais superiores do que estávamos a ser no início da segunda parte”.
O capitão não escondeu o orgulho que sente em representar o clube da cidade que o viu nascer. “Infelizmente o nosso clube encontra-se numa divisão em que não queríamos estar. É um orgulho fazer parte da história do Vitória e deste plantel. Dou os parabéns ao grupo e a estes adeptos maravilhosos. Agradeço-lhes por terem vindo. É um orgulho enorme ser do Vitória”.
