3 Maio 2024, Sexta-feira
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O futebol e a nossa dura realidade

Acabou a euforia e a alegria do povo com a nossa participação no mundial. É assim o futebol. Normalmente, é na primeira parte que se perdem os jogos. Foi o que aconteceu agora contra a seleção de Marrocos. O empenho e a garra com que se disputou a segunda parte, devia ter sido logo desde o início. Depois, o discernimento, o sangue-frio, dão lugar ao tudo por tudo, o tempo vai passando e a ansiedade aumentado. E o adversário que no caso presente, também tem muito mérito, claro, cerrou fileiras para manter a vantagem. E assim se perdem os jogos. Embora com dignidade.

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Mas a alegria da vitória em qualquer competição desportiva, mesmo no “desporto rei”, é sempre efémera. Permanente, enquanto não a mudarmos, é a nossa dura realidade.

É a crise na Saúde com os hospitais a abarrotar, como o de São Bernardo em Setúbal, o Garcia de Orta em Almada e o do Litoral Alentejano em Santiago do Cacém, só para referir estes três na nossa região, com os dois primeiros a transferirem doentes para os de Lisboa, e depois, mesmo nas urgências, espera-se 10, 12, ou mais horas.

É o custo de vida que está pela hora da morte, a natalidade que continua a baixar, pudera! Com a falta de trabalho para os jovens, a precariedade e os salários de miséria, quem é que quer constituir família e ter filhos? É a guerra na Ucrânia que em vez de esforços para se conseguir a paz com conversações e acordos, é armas e mais armas, fomentando-a com todas as desgraças que provoca, é até o tempo que, fruto das alterações climáticas, depois da prolongada seca, são as chuvas que são bem-vindas, mas não assim tão intensas provocando estragos. Também porque as medidas preventivas para os minimizar, são permanentemente adiadas.

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Enfim, é um rol de desgraças que o governo de maioria absoluta do PS em vez de as solucionar, agrava-as. Veja-se, por exemplo, face ao exposto, esta contradição dos aumentos escandalosos dos lucros dos grandes grupos económicos que no artigo de opinião da semana passada demos mais detalhes, o caso da TAP, essa grande empresa que, nacionalizada, pode e deve ser um dos símbolos de Portugal no mundo, mas que por má gestão, turbulência laboral e não só, definha. Ou ainda, os referidos graves problemas nos hospitais devido às más condições de trabalho dos seus profissionais e ao abandono do Serviço Nacional de Saúde a favor do privado.

Portanto, podíamos não ter ficado pelos quartos de final, podíamos até ser campeões do mundo, claro que seria a loucura, uma loucura boa, mas mesmo assim, efémera. Porque o essencial, é isto que referimos. O futebol é apenas “o mais importante das coisas menos importantes”, e o essencial, mantinha-se.

O futebol, pela desmesurada importância, a favor de alguns, do poder económico e  político que os media lhe dão, submerge tudo. Até a compra deste mundial pelos “donos” do Qatar e os milhares de trabalhadores mortos na construção dos estádios.

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Uma Modalidade tão interessante! Por isso, também utilizada para alienar o povo.

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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