Quantas pessoas te fazem rir? Já nem digo rir, mas, vá lá, sorrir?
Não estou para aqui só a fazer conversa. Ou a tentar começar uma crónica simpática.
É que o tópico que pretendo abordar é a depressão. Pois é.
Não sou especialista. Embora os educadores sejam sempre um pouco psicólogos.
Mas nós somos todos bons a ensinar a missa ao padre. Literalmente.
Por isso, eu vou tentar falar aqui da depressão. Que já no século XX se dizia que era a doença do século. E no século anterior a esse, também. Viu-se: Mário de Sá-Carneiro e tantos outros. Para não falar dos anónimos.
A depressão continua aí. Pelos vistos.
Dantes falava-se, e ainda se fala, de certas zonas do país, sobretudo daquelas que acusam maior taxa de desemprego e problemas sociais. E também em certos continentes do planeta. Porque as populações andam por aí em massa, desesperadas, à procura de asilo. Este é um sério, real e infelizmente muito atual problema que diz respeito a todos nós.
Mas voltando à nossa conversa: agora há uma nova vaga de depressão. Ou é mais velha do que o homem, é milenar? Aquela a que eu decidi chamar «aperta com ela». Ou seja, uma tática concertada que pretende ser desconcertante ao levar o outro à beira de um ataque de nervos.
Eu explico. Se tens a ‘sorte’ de ter gente à tua volta que acha que é pseudomelhor do que tu, moralmente falando (ironia da coisa) e que decide que tens excesso de auto-estima, estás lixado/a. Claro que se fores mal-sucedido/a na vida, nem fazes parte da lista. Mas agora se tens algum jeitinho para qualquer coisinha, ó! Ó!
Então é assim: há aqueles que dizem várias vezes ao dia que são boas pessoas. Que dão esmola. Que criticam a deslealdade. Que abominam quem tem projetos que dão dinheiro. Que choram por tudo e por nada. Que gostam de ter certa influência sobre os outros. Blá. Blá.
E há aqueles que, embora não o digam, são boas pessoas porque simplesmente ajudam, são na prática leais, procuram ser emocionalmente estáveis, que gostam de projetos, incentivam a isso, que estimam os amigos. Blá. Blá.
Não há ninguém perfeito. E se tivermos uma (boa!!) influência sobre os outros, encantados!
Agora à conta da pedagogia de pacotilha? Santa paciência!
Que a depressão nos torna mais compassivos… Talvez a alguns, sim. Mas esse sofrimento induzido não é sinónimo de compassividade. Acredito que quem tenha tendência para as depressões, goste de ajudar. Embora a maior parte das vezes nem o consiga fazer. O que agudiza a depressão. Porque os verdadeiros deprimidos (quase) só conseguem ser ajudados. A própria qualidade da ajuda em estado depressivo pode não ser a que mais se agradece. Pode melhorar o deprimido…sim…mas não é sua melhor ajuda, com certeza.
Agora: se te quiserem submeter a frustrações desnecessárias…do tipo: fazem de conta que não ligam ao que tu dizes, contrariam-te à toa, dizem que te fazem sorrir, mas de facto não o fazem, dizem que te apoiam, mas de facto não te apoiam, empurram-te para gente pouco sorridente, tentam controlar (ou estragar) as tuas relações sociais…
Para, escuta e olha: Já bem bastam as contrariedades inevitáveis da vida.
Por isso: Não te deixes enganar! Se tens daqueles ‘amigos’ com grandes habilitações socioafetivas e pedagógicas, põe-te a pau! A melhor arma em riste é o sorriso. E olha que ainda os vais ajudar (sorriso).
Solução? Sê o teu melhor amigo/a! Conhece-te e fortalece-te. Assim, poderás dar um melhor contributo ao mundo em que vives.
Porque ensinar, só com alegria.