1 Maio 2024, Quarta-feira
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O Estado somos todos nós

O ano de 2020 ficará incontornavelmente marcado na nossa memória pela pandemia da COVID-19. Na verdade, ninguém poderia ter antecipado a crise sanitária, e as limitações por esta impostas, bem como a devastadora crise económica daí decorrente. O que inicialmente foi definido como um choque da oferta, afetando as cadeias globais de valor e a produção, passou rapidamente a ser um choque da procura, com a paralisação da atividade económica, provocando, desta forma, uma recessão de magnitude nunca antes vista.

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Sendo verdade que, numa fase inicial, os partidos da oposição ao Governo demonstraram alguma compreensão para com a elevada complexidade do momento que vivemos, à medida que as dificuldades se somavam, foram gradualmente desertando do espaço das soluções e da razão, para se entregarem à crítica e à exploração da fadiga. O Partido Socialista tem-se apresentado com humildade, sob o princípio de controlar a pandemia e recuperar a economia, não deixando ninguém para trás.

Na alvorada de 2020, Portugal atravessava um momento de fulgor económico, crescendo sustentadamente acima da média europeia e apresentando contas públicas equilibradas, únicas na nossa história democrática. A dimensão de um estadista afere-se na capacidade de gerar prosperidade e, particularmente, de responder com determinação nos momentos de adversidade. Neste contexto, o governo do Partido Socialista está a fazer aquilo que tem de ser feito, independentemente de poder sacrificar popularidade em nome da defesa de Portugal.

Desde 4 de março, foram lançados 22 mil milhões de euros em apoios, dos quais 2,8 milhões de euros a fundo perdido. Perante uma quebra de 17,3 mil milhões de euros no PIB real, o Governo da República introduziu um enorme alívio fiscal e contributivo, moratórias bancárias, deferimentos e pagamentos de fundos comunitários, linhas de crédito, bem como medidas de manutenção do emprego, nomeadamente o lay-off simplificado e o apoio à retoma progressiva. No terceiro trimestre, com o esforço do nosso tecido empresarial, assistimos a uma recuperação assinalável. Com a segunda vaga, surgiram novas restrições e, rapidamente, se efetivaram novas respostas, das quais merece destaque o Programa Apoiar que contou, em menos de 1 mês, com quase 36 mil candidaturas, correspondentes a pagamentos efetuados a 10 mil empresas, no valor de 58 milhões de euros. Conhecemos bem as dificuldades por que passam os nossos empresários e, nesse sentido, decidimos flexibilizar o acesso a um programa de notável eficácia, por exemplo, através da redução de restrições a empresas com dívidas à AT e segurança social.
Falar com verdade é uma obrigação de quem governa. Será impossível compensar todas as perdas geradas pela maior crise do século. Não obstante as dificuldades, é evidente que apenas um Estado forte e inteligente será capaz de apoiar os seus cidadãos. A direita portuguesa vive apaixonada por um Estado minimalista, mas apresenta-se hoje sem ideias concretas, exigindo tudo para todos. Soltos da responsabilidade de decidir, exploram os receios e dificuldades que os portugueses atravessam. A história encarregar-se-á de julgar a ação de cada um nesta hora de provação.

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Como disse Roosevelt, “nunca nos podemos esquecer que o Estado somos nós e não um poder etéreo”, pelo que acrescentaria que quanto mais força tiver o Estado, mais força teremos todos nós.

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