Santa Casa acusa Estado de não comparticipar de forma “correspondente” nos custos financeiros
Os novos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal já tomaram posse e recordaram as “sérias dificuldades” de sustentabilidade financeira que se agravam de “forma alarmante”. Foi na passada quinta-feira, na Igreja do Convento de Jesus, que o provedor da Misericórdia de Setúbal, Fernando Cardoso Ferreira, que inicia um novo mandato, enalteceu o aumento dos custos de financiamento, sem que o Estado comparticipe de forma “correspondente” nos custos.
O provedor frisou que instituições como a Santa Casa vivem “há muitos anos sérias dificuldades de sustentabilidade financeira”, as quais “têm vindo a agravar-se de forma alarmante”, devido ao “aumento dos custos de funcionamento, desde a pandemia e a seguir com a inflação”, sem que o Estado comparticipe de forma “correspondente” nos custos.
Fernando Cardoso Ferreira explicou que a misericórdia, entre os vários serviços que presta, tem quatro lares com 268 residentes, com uma média de idades superior a 80 anos, e presta apoio domiciliário diário a 130 utentes, 90 dos quais 24 horas por dia.
Referindo-se à requalificação do Lar Dr. Paula Borba, o provedor deixou um agradecimento à autarquia sadina. “Queremos publicamente salientar o empenho do senhor presidente da Câmara e dos vereadores Pedro Pina e Rita Carvalho, que permitiram a aprovação do projecto urbanístico em tempo, escasso, aliás, de a misericórdia poder concorrer ao PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, afirmou.
Os restantes órgãos sociais da Santa Casa de Setúbal, além de Fernando Cardoso Ferreira, que lidera a mesa administrativa, continuam a ser presididos por Pedro Conceição, como definitório, e Vítor Rosa Pereira, na Assembleia Geral.
Autarquia disponível para ser parceira
Quem também marcou presença nesta cerimónia foi a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, que assinalou a disponibilidade da edilidade setubalense em ser parceira da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal.
Após a oficialização da tomada de posse, a autarca sublinhou que o momento era “muito importante para a cidade”, uma vez que se trata da “renovação de um compromisso de todos aqueles que, de uma forma abnegada, dão da sua vida para se poderem dedicar” a “uma obra centenária”.
Após ter salientado que são “muito importantes todas as valências e o acompanhamento” que a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal faz às pessoas, “em particular às pessoas idosas”, Carla Guerreiro manifestou a disponibilidade da Câmara Municipal de Setúbal para ser “um parceiro” para “aquilo que eventualmente seja de realizar”.
