No mundo em que vivemos, a vida está uma tremenda confusão. Para alem do estado de guerra na Ucrânia, em Gaza e em muitos outros lugares do planeta, há o que o nosso Papa Francisco chama a “terceira guerra mundial aos pedaços”, pois são tantos os lugares com focos de guerra, seja em África, seja no Oriente.
Do sul das Américas e do sul e centro de Africa fogem multidões de famílias inteiras à procura dum lugar para viver em segurança e onde tenham comida, trabalho e casa para se viver, ou, melhor, para pelo menos sobreviver.
E nos países onde se vive sem guerras também muitos vivem uma pobreza por economias e organizações totalmente improdutivas de condições de vida dignas. E podemos ver em cidades opulentas de países ricos gente dormindo nas ruas ou em tendas! É por demais evidente que vivemos num mundo desorganizado. E tal desorganização é – sem sombra de dúvidas – consequência de deficientes políticas e de políticos incompetentes ou ao serviço de ideais que não preservam o bem comum.
Há países ditatoriais, países com falsas e débeis democracias e mesmo democracias com programas que não organizam a vida dos seus povos de maneira capaz. Podemos mesmo fixarmo-nos na nossa União Europeia e no nosso próprio País à beira-mar plantado. Na realidade estamos em Portugal sem governo, com eleições à vista, os vários partidos em efervescência. Agora ocorreram as eleições para um novo secretário-geral do Partido Socialista, enchendo os ecrãs dos nossos televisores de notícias, de números, de estatísticas e de comentadores! Todos “especialistas” em qualquer coisa afim com eleições e governança.
Se juntarmos a este estado de guerra que paira sobre as nossas cabeças o verdadeiro fracasso da COP28, estabelecendo 2050 como limite para diminuir o carbono e o aquecimento global – meta que os cientistas consideram suficientemente afastada para não impedir que o aquecimento dos ares e dos mares tornem o nosso planeta inabitável –, temos a imagem catastrófica deste mundo em que vivemos!
Será que os políticos dos países ricos e mais poluentes, apenas se comprometem a criar um fundo de dinheiro para “ajudar” os que fogem aos milhares dos países do sul das Américas ou do centro de Africa? Uns procurando o El-Dourado (pensam eles) dos Estados Unidos ou o sul da União Europeia mesmo morrendo metade afogados no mar mediterrâneo.
A realidade é que o capital manda em tudo e atropela tudo e todos e leva a este estado de coisa. E para tornar o nosso ambiente mais deplorável, os tais comentadores têm todos ideias aparentemente firmes e enchem os noticiários com opiniões sem bases suficientes, mas ditas com muita convicção para “pacóvio” ouvinte ficar “esclarecido”(!?) e depois perseguem sem recato os políticos tentendo “arrancar-lhes” uma declaração que satisfaça e apoie a sua doutrina.
E é ver um político rodeado de meia-dúzia de microfones em cima do nariz, mesmo em andamento, até que se obtenha a desejada resposta. Alguns sabem responder sem dizer nada de comprometedor, outros descaem-se e lançam uma opinião que é imediatamente transformada em afirmação sem necessidade de confirmação e a que se juntam outros pormenores que constituem uma “narrativa”, como se diz actualmente, que ao fim de três dias é dada como realidade.
Sobre o PS, queriam à força que um candidato que foi menos votado dissesse que representava uma divisão do partido. Quando é necessário vão buscar afirmações feitas há anos e em condições diferentes, para comparar com uma qualquer meia-dúzia de palavras ditas hoje no calor dum debate ou para afastar os inconvenientes e teimosos jornalistas que lhe esfregavam o micro no nariz.
Desculpem o exagero destas descrições, mas são situações e até narrativas que criam raízes e levam tempo a reduzir a nada para que a verdade surja límpida e real. É necessário mais decoro e mais respeito pela verdade!
