Milhares de pessoas voltaram a ‘invadir’ Palmela para recuar no tempo até ao ano de 1288
Foram três dias diferentes em Palmela com mais uma edição da Feira Medieval que se realizou no Castelo e área adjacente, e ‘coração’ da vila com a realização dos tradicionais cortejos diurnos e nocturnos.
Na edição deste ano o evento recebeu cerca de 26 mil visitantes que aceitaram o convite para embarcar nesta viagem no tempo, com o tema “O Primeiro Mestre Português na Ordem de Santiago”.
Ao longo do fim de semana, a animação foi constante, sempre com casa cheia, onde não faltaram atractivos para passar um fim de semana diferente e especial: artesãos e restauração, música, danças medievais, acampamentos, demonstrações de voo livre, apresentações de armas, cortejos, espectáculos de fogo, torneios, oficinas, episódio almenara, assalto ao Castelo, entre muitos outros foram os motivos para uma visita, em família ou entre amigos.
Álvaro Amaro, expressou a O SETUBALENSE a sua satisfação pela forma como decorreu o evento. “O saldo é bastante positivo. Tivemos três dias bastante participados, o que requereu da nossa parte uma grande atenção à segurança mas correu tudo bem. Apresentámos um programa muito preenchido do ponto de vista da descoberta histórica mas também de convívio e lazer que acabou de ser do agrado de toda a gente”.
O presidente da Câmara Municipal de Palmela realçou o facto deste evento ser cada vez mais multicultural. “Sentimos uma presença muito grande, não só de gente do concelho e da Área Metropolitana de Lisboa, mas também do Centro, Oeste, Espanha e a presença de muitos estrangeiros de nacionalidades tão dispersas como ingleses, americanos, espanhóis ou brasileiros”. Destaca também destaca o impacto na economia local, nomeadamente, na hotelaria.
Depois de oito edições, o autarca, não tem dúvidas em colocar a Feira Medieval no patamar de outras grandes manifestações culturais no concelho de Palmela. “Este já é um autêntico cartão de visita de Palmela e um dos maiores do género do país. É mais um momento para as pessoas poderem apreciar o que de bom tem Palmela para oferecer”. Para o futuro assume que o compromisso “é o de acrescentar valor, no sentido de fazer bem para receber melhor quem nos visita”.
Foram milhares de pessoas, de perto e de longe, do mais novo ao mais velho, que voltaram a ser seduzidas pela época medieval. A Joana Martins, por exemplo, deslocou-se da capital, Lisboa, com a sua família. Diz que foi uma tarde de domingo “espectacular”. Vim com o meu marido e os nossos dois meninos e estamos encantados. As pessoas, os trajes, a comida, a vista. Tudo muito bom. É a nossa primeira feira medieval. Muito bonita”.
Carlos Miguel e a sua esposa, Isabel Maria, vieram de Grândola, outra vez. “O ano passado estivemos cá pela primeira vez e foi uma grande surpresa. Tudo muito bem feito, até parecia que estávamos mesmo naquela época. Este ano foi mais ou menos igual mas muito agradável também. Gostámos muito do cortejo”. O cortejo que desfilou no sábado e no domingo, foi uma das atracções principais do evento porque tinha também o importante factor de ligar o centro histórico da vila com o Castelo. Na recriação histórica feita nesta Feira Medieval, do mercado municipal ao Castelo, o rei D. Dinis e a rainha D. Isabel de Aragão acompanhados do Mestre recém eleito D. João Fernandes e da comitiva de corte fizeram a sua entrada em Palmela. São recebidos pelo comendador da Ordem de Santiago – D. Martim Anes Chanca, vereadores, freires-clérigos, freires-cavaleiros e as freiras do convento espatário de Santos. Ocorrem a assistir a esta “entrada régia”, o povo dos campos e da vila, mercadores, artesãos, na sua maioria cristãos, mas também judeus e muçulmanos.
