Variedade de espaços, programação anual diversificada e eventos que atraem milhares ao agradarem a todas a idades e aos diferentes gostos resultam num ‘casamento perfeito’

Quer seja pelas associações que ‘abraça’, pela variedade de espaços de que dispõe, pela programação anual diversificada – que agrada a todas as idades e aos diferentes gostos – ou, ainda, pelos muitos eventos que preenchem o calendário e convidam milhares a visitar o concelho, a cultura é um dos sectores que mais vida dá ao município de Sesimbra.

A estratégia é definida, segundo o presidente da câmara, Francisco Jesus, que assume a pasta da Cultura, tendo também por base “a preservação do património e a sua disponibilização ao público”, passando pela “recuperação e preservação da identidade do município”.

E tal tem sido cumprido, sendo disso exemplo, entre tantos outros, os espectáculos realizados na Fortaleza de Santiago ou os eventos que celebram as tradições e os saberes e sabores do concelho, como a Festa do Cabo Espichel, a Festa das Chagas e
o ZimbraMel.

Do valor total do Orçamento Municipal deste ano, cerca de 3 milhões e 300 mil euros são reservados para o sector, montante que se destina tanto à programação cultural como à construção de novos equipamentos, nomeadamente do Auditório da Quinta do Conde – um investimento de cerca de dois milhões de euros – e do Centro de Cultura Marítima.

Estes novos espaços vão juntar-se à ‘velha guarda’ dos equipamentos. O papel de principal sala de espectáculos do concelho é assumido pelo Cineteatro Municipal João Mota, inaugurado em 2007 depois de uma intervenção orçada em mais de 600 mil euros.

Em 16 anos de actividade atraiu a Sesimbra grandes nomes da música portuguesa, e até internacional, como Rui Veloso, Carlos do Carmo, Jorge Palma, Luís Represas e João Gil.
Mas como não de só de música se faz cultura, a principal sala do espaço onde outrora funcionou o “Cinema”, que foi nomeada Mário João Sargedas, está ainda preparada para receber espectáculos de dança, teatro, cinema, conferências, seminários e congressos.

Com 254 lugares sentados – 206 na plateia, 48 no balcão e três para pessoas com mobilidade reduzida –, este auditório polivalente, segundo a autarquia, “equipara-se, em termos de som e imagem, às melhores salas de espectáculos do País”.

Além disso, a cultura é ainda promovida no concelho sesimbrense através da Biblioteca Municipal, ondesão realizadas “actividades regulares para crianças, organizadas palestras, debates e exposições de vídeo” e cujo átrio acolhe exposições temporárias. Possui uma bebeteca, “onde crianças até aos três anos têm acesso a jogos orientados para a sua idade, uma secção para crianças, sala de leitura, cafetaria e área de periódicos”.

Quanto à freguesia da Quinta do Conde, merece igualmente destaque o Anfiteatro da Boa Água, espaço ao ar livre que foi renovado em 2014 e que “está disponível para [receber]
qualquer associação ou outra entidade que pretenda realizar as suas festas ou eventos”.

É também em território quinta condense que se encontra o Parque da Vila, que conta com um palco onde são igualmente promovidas diversas iniciativas ao longo do ano.

No entanto, não se pode falar na identidade cultural de Sesimbra sem referir o património edificado – entre os quais o Castelo de Sesimbra, onde está instalado o Centro de Interpretação do Património Rafael Monteiro, a Fortaleza de Santiago e o Santuário
de Nossa Senhora do Cabo Espichel – ou o que está por nascer, como é disso exemplo o Centro Cultural Costeiro, a ser instalado no antigo edifício da Rua Aníbal Esmeriz.

Enquanto no Núcleo Interpretativo do Monumento Natural da Pedreira do Avelino podem ser vistas pegadas de dinossauros, no Núcleo Museológico da Capela do Espírito Sant
são encontradas obras de pintura e escultura dos séculos XV e XVIII.

A ligação do concelho à pesca é apresentada no Museu Marítimo de Sesimbra, assim como outra parte importante da história sesimbrense está preservada no Núcleo Museológico da Moagem de Sampaio.

Nos planos da autarquia está ainda a construção de um novo pólo da Biblioteca Municipal na Quinta do Conde, e do Spot das Artes, no Parque da Vila, assim como a reformulação do
Auditório da Boa Água, intervenções estas que estão em fase de projecto.

Eventos assumem papel fundamental na cultura do concelho

As feiras, festivais e tantas outras iniciativas promovidas ao longo do ano também assumem um papel fundamental para que o município se mantenha ‘vivo e se recomende’ no que à cultura diz respeito.

Da programação anual, a autarquia define 26 eventos como os principais. Em Fevereiro todos os caminhos levam à marginal sesimbrense, onde milhares ‘desfi lam’ ao som do samba, com o cortejo de palhaços, as cegadas e os bailes de mascarados a marcarem igualmente o Carnaval de Sesimbra.

Entre Março e Abril, por sua vez, a Temporada de Música da Casa de Ópera do Cabo Espichel convida a ouvir música clássica em vários espaços, entre os quais a Igreja do Castelo de Sesimbra e a Igreja do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel,
assim como acontece na Fortaleza de Santiago, Largo da Marinha e na Quinta
do Conde, no Mercado Municipal e na Junta de Freguesia.

Além das comemorações do 25 de Abril, este mês reserva ainda o arranque das festas em honra do Senhor Jesus das Chagas, padroeiro dos pescadores, que terminam em Maio
e são seguidas da Quinta na Moagem, evento dedicado às actividades rurais.

Quanto ao sexto mês do ano, este traz consigo iniciativas para todos os gostos, como a Feira Festa da Quinta do Conde e a Festa do Castelo, passando pelos Santos Populares, em que na Quinta do Conde as comemorações são dedicadas ao Festival do Caracol. Com Julho e Agosto chega a animação de Verão em Sesimbra e no Parque da Vila e a Feira do Livro, sendo ainda tempo de a Biblioteca Municipal ‘sair’ do seu espaço físico e ir até às praias
e jardim do concelho.

Contudo, o mês de Julho não termina sem antes se realizar o Festival Super Bock Super Rock, que regressou este ano à Herdade do Cabeço da Flauta, e o Carnaval de Verão, altura em que a folia carnavalesca volta a sair à rua com o MegaSamba e o desfile
nocturno das escolas.

A Festa da Belle Époque, na Fortaleza de Santiago, e a ZimbraMel – Feira do Mel da Península de Setúbal, no Parque Augusto Pólvora, na Maçã, animam ainda Agosto. Já Setembro é sinónimo de Regata de Aiolas, considerada uma das mais emblemáticas
provas desportivas do concelho, e de Aqui Há Jazz!, passando ainda por duas celebrações religiosas, em honra de Nossa Senhora da Luz e de Nossa Senhora do Cabo Espichel.

A abrir o mês de Outubro está a Travessia da Baía de Sesimbra, uma das mais antigas e participadas provas de Natação em Águas Abertas de Portugal, realizando-se uns dias depois a Mostra de Maçã Camoesa, Doçaria e Pão. O ano termina com a Festa de Alfarim, a tradicional programação de Natal e a Passagem de Ano, também designada de Réveillon.

Identificadas 35 associações cujo principal objecto é a cultura

Depois de promover um inquérito em 2022, “ao qual responderam 81 associações de várias áreas de actividade”,o Gabinete de Apoio ao Movimento Associativo e Freguesias identificou 35 associações no concelho que têm como principal objecto a cultura.

No entanto, a este total somam-se nove se contabilizadas as associações que trabalham também a vertente cultural, mas não de forma exclusiva.
Das criadas mais recentemente às centenárias – como o Clube Sesimbrense, conhecido por Grémio, que nasceu em 1853, ou a Sociedade Musical Sesimbrense –, “todas as associações recebem apoio anuais” por parte da Câmara Municipal “com base nos contratos-programa que apresentam”. Já projectos como o Olharápios – em que a função de definir a programação do Cineteatro passa para os espectadores – pretendem
aproximar e cativar o público para a cultura, sector bem vincado e de enorme importância para a vida e história do concelho.