4 Maio 2024, Sábado
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«É o momento de ajudarmo-nos uns aos outros e todos juntos sairmos o mais rápido possível desta situação»

Julio Velázquez revela que procura ter uma interação diária com os jogadores, que seguem em suas casas as indicações dadas pela estrutura profissional do clube.

 

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O treinador do Vitória FC, Julio Velázquez, afirma sentir os seus jogadores “fortes” nos contactos que estabelece com a equipa durante a quarentena que se cumpre devido à pandemia da Covid-19. Em entrevista à Liga Portugal, o técnico dos setubalenses revela que os elementos que compõem a estrutura profissional falam regularmente para avaliar o estado físico e emocional dos atletas.

A viver em Setúbal desde que o clube suspendeu os treinos, o técnico espanhol, de 38 anos, não esconde a sua preocupação com os seus familiares e amigos que se encontram em Espanha. Julio Velázquez frisa a importância de todos se manterem em suas casas, lembrando que só dessa forma se poderá evitar a propagação do vírus, permitindo que a situação volte ao normal o mais cedo possível.

 

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Como está a viver toda esta situação provocada pelo Covid-19?

Toda esta situação é muito difícil para todos. O momento é muito difícil e de grande responsabilidade. Estamos numa situação complicada a nível mundial, na qual todos precisamos de ficar em casa. Esta é a única forma de conseguirmos arranjar uma solução para este problema.

Tem falado com os jogadores do Vitoria FC? Como os sente do ponto de vista anímico?

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Sim, tenho mantido o contacto com todos os jogadores e todas as pessoas que trabalham no futebol profissional do Vitória. Sinto-os fortes, estão a fazer o respetivo trabalho, estão com as famílias e expectantes com o que vai acontecer. Tentamos ter uma interação diária e sobretudo passar uma mensagem de ajuda no plano emocional para se precisarem de qualquer coisa, seja a nível pessoal ou familiar, eles sintam que têm a nossa ajuda.

Sendo espanhol, como está a ver a situação no seu país?

Neste momento, estou à distância e vejo a situação em Espanha muito complicada, muito parecida à situação de Itália. Ficaram muitas pessoas infetadas e, de dia para dia, as mortes são muitas. Espero que o mais cedo possível a situação volte ao normal. Neste momento, estou muito preocupado com a minha família e amigos. O dia-a-dia deles é muito parecido ao nosso, mas o número de infetados e mortes não tem nada a ver e, por isso, estou muito preocupado com tudo o que está a acontecer em Espanha.

De uma forma geral como vê o futuro depois da pandemia passar?

De uma maneira geral, o mundo, vai mudar… sem dúvida alguma! Espero que, em primeiro lugar, todos se tornem um “bocadinho mais humanos”, no nosso quotidiano, com a nossa família, na nossa profissão, em todas as situações em geral. Depois, acredito que vão existir muitas mudanças no aspeto económico.  Estamos a falar de uma situação única e de exceção, o mais normal é existir inúmeras situações problemáticas a nível económico. Mas, agora, o mais importante é arranjar a solução e depois todos juntos tentarmos que a crise seja a menor possível, sabendo que vai ser uma situação muito complicada em todo o mundo.

Como está a ver as medidas implementadas?

Como todos os outros cidadãos a minha obrigação é ficar em casa e cumprir com as medidas implementadas.  Temos de confiar nas pessoas que decidiram e adotaram estas medidas. Não é o momento de achar ou não achar bem, esta situação é muito complicada e as pessoas que decidem têm de tomar difíceis decisões. Temos de acatar e assumi-las com a máxima responsabilidade.

Como ocupa o seu tempo livre?

Tento ocupar o tempo da melhor maneira possível. Sabemos que não ficámos de férias, ficámos numa crise mundial, mas temos de aproveitar o tempo. O que tento fazer é ficar atento a todas as situações dos jogadores e de todas as pessoas que trabalham na equipa. Falo constantemente com o departamento médico, com o preparador físico para preparar o trabalho diário dos jogadores e, só depois do meu trabalho, aproveito o tempo para falar com a família, com os amigos, com pessoas do futebol. Por dia, vejo dois a três jogos e aproveito para aperfeiçoar os diferentes idiomas, para melhorar e aprender. Gosto de ler, vejo um filme e faço uma hora, uma hora e meia de exercício físico todos os dias. Com tudo isto tento ter uma dinâmica diária e não quebrar com a minha rotina.

Qual o livro que está a ler ou série que está a ver?

O livro que estou a ler neste momento, porque tenho lido bastantes, é a “Inteligência emocional” de Daniel Goleman. O filme, varia muito… Um dia vejo um filme, outro dia vejo uma serie e gosto de ver um pouco de tudo.

Está a aproveitar um tempo que raramente tem. É estranho? Ou está a saber desfrutar dele?

É muito estranho e muito difícil desfrutar deste tempo. É um período de muita, muita dificuldade. Tento aproveitar e essa é a palavra, porque não consigo desfrutar! É impossível com tudo o que está a acontecer. Morrem muitas pessoas, muitas pessoas ficam infetadas e, na verdade, não consigo desfrutar do tempo. Mas já que ficámos e estamos em casa, tento aproveitar da melhor maneira possível.

Que mensagem gostaria de deixar?

É o momento de ficarmos fortes e sobretudo ter uma grande responsabilidade social, ajudarmo-nos uns aos outros e todos juntos sairmos o mais rápido possível desta situação.

com Liga Portugal

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