28 Junho 2024, Sexta-feira

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“O anticiclone dos Açores”

“O anticiclone dos Açores”

“O anticiclone dos Açores”

, Médico
16 Novembro 2022, Quarta-feira
Mário Moura - Médico|

Durante anos e anos ouvimos falar ,nas informações sobre o tempo nos nossos telejornais, no anticiclone dos Açores. E não era algo que nos interessasse muito, especialmente vivendo na cidade.  Antigamente estes problemas do tempo não tinham, em geral, importância noticiosa pois as estações do ano se sucediam  com as suas características próprias, sem alterações de monta – um qualquer cataclismo climático era uma exceção.   Mas os anos foram correndo e aos poucos esta espécie de mecanismo de relógio da natureza foi dando sinais de algumas alterações – ora pequenos atrasos, ora alterações da velocidade dos ponteiros, isto é, as estações do ano começaram a ter certas irregularidades, as temperaturas começaram a dar-nos surpresas e os estudiosos destas coisas dos climas começaram a chamar a atenção para essas alterações e a procurarem as suas causas.  Entretanto a superior inteligência do homem ia fazendo nascer a alta velocidade novos meios de produção, novas maneiras de aumentar as velocidades dos nossos meios de transportes, inventando sempre novas tecnologias de produção e…novas necessidades nos gostos humanos, novas formas de comodidades, tudo se generalizando rapidamente à volta do mundo.  E passou a ser comum falar-se duma sociedade de consumo, dum fenómeno chamado globalização, de problemas económicos, de déficits, de …”fundos”, de “paraísos fiscais”, de milionários, de “bolsas” e ações. Mas, simultaneamente, impõe-se a necessidade para fazer “rolar” este chamado progresso, de encontrar embostáveis – e aí vem a procura desenfreada de obter gasolina, gasóleo, gás etc, esventrando a nossa “mãe Terra”, e sem olhar às consequências.     E toda a harmonia da natureza começa a alterar-se, as estações do ano perdem as suas características e começa calor extremo onde predominavam as temperaturas temperadas, chove de maneira irregular – em catadupas com inundações, ou provocando secas que perturbam as agriculturas, a produção de eletricidade mesmo com barragens, fome e multidões de gente faminta à procura dum “poiso” para viver, melhor, para sobreviver.    E década após década o problema salta dos meios técnicos para os meios de informação e destes para os meios políticos que, entretanto, tinham sido “minados” ou seguidos pelos donos do dinheiro. E começam a reunir-se os hipotéticos decisores para discutir as alterações climáticas.  E nessas reuniões discute-se, ouvem-se os técnicos e fazem-se propósitos de anular os fatores que provocam tais alterações. Só que elas são devidas essencialmente pelos tais combustíveis necessários para o chamado “progresso” . Isto quer dizer que os maiores poluidores são os chamados “países ricos” e por isso, de reunião em reunião muito se promete e pouco ou nada se faz!    E essas alterações climáticas também começam a protestar, aumentando os furacões, as secas ou as inundações que destroem tudo no seu caminho e…por a temperatura media do planeta aumentar, as grandes superfícies geladas dos polos começam a derreter-se (escorrendo para o mar), os oceanos sobem engolindo terras, a biodiversidade animal e vegetal altera-se e surgem novas epidemias e…muitas disputas que levam a guerras destrutivas, agora, de vidas humanas.    Já levando o assunto a sério, na última reunião, em Paris, tomaram-se compromissos sérios que…não foram cumpridos, especialmente pelos grandes poluidores: os países mais ricos. Mas o problema toma proporções tremendas que incisivamente ameaçam as condições de vida no nosso planeta de aqui as umas cinco ou seis décadas! E, é evidente, as nossas juventudes começam a tornar os seus protestos mais radicais para “acordar” os representantes de mais de duzentos países reunido no norte do Egito para tomarem mesmo decisões radicais. Será que as tomam? Será que o tal “deus cifrão” se assusta de verdade? Como irão os governos os que decidem (dizem!!) – se vão “soltar-se” da teia do poder económico? Da tal “economia que mata” como diz o Papa Francisco?

Poderão viver as minhas bisnetinhas? Eis o interesse do “anticiclone dos Açores”.

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