À janela, de cravou na mão, a população do concelho homenageou o 46º aniversário do 25 de Abril ao som de “Grândola Vila Morena”
Pelas 15h00 o carro do roadshow que levou “Grândola Vila Morena” às ruas de Baixa da Banheira e Vale de Amoreira já entoava a canção símbolo da liberdade, à porta do edificio sede da união das freguesias, na rua Eduardo Mondelane.
Ao longe, da janela, a população escutou, em silêncio, a voz de Zeca Afonso e aplaudiu “Grândola Via Morena”, “Traz um amigo também”, “Somos filhos da madrugada” e “Venham mais cinco”.
Bateu palmas pelo legado da Revolução dos Cravos, que este ano destacou a conquista do Serviço Nacional de Saúde. “Um serviço que provavelmente não teríamos sem o 25 de Abril”, afirma Nuno Cavaco, presidente da União das Freguesias de Baixa da Banheira e Vale da Amoreira. “É pelo SNS e pelos seus profissionais que este ano cantamos “Grândola Vila Morena” e batemos palmas”, referiu o autarca a O SETUBALENSE. “Sem eles não seria possível responder ao combate da Covid-19 como temos respondido”.
Um 25 de Abril “carregado de emoção”, nas palavras de quem acompanhou este acto durante a tarde de sábado. “Diferente dos muitos que celebramos nos 45 anos anteriores e que nos deixou mais próximos do seu verdadeiro significado: o valor da solidariedade, uns com os outros em todos os momentos da vida e o valor da liberdade que agora tanto queremos e não podemos viver plenamente devido à Covid-19”, contou José Branco, a O SETUBALENSE, enquanto esperava “Grândola Vila Morena” à janela.
Depois de o roadshow passar por algumas ruas, o fim das celebrações ficou marcado por um acto simbólico, que reuniu poucos frente ao edifício sede da União das Freguesias e impressionou pela simplicidade. O momento do Hino Nacional.
O trompete de Jorge Pereira, que tem levado música aos banheireinses muitos fins de tarde, desde que o confinamento teve início, entoou “A Portuguesa” de Alfredo Keil. No fim Nuno Cavaco encerrou o momento com a mensagem “25 de Abril sempre”.