Ministério da Educação revela que há também menos chumbos no ensino secundário, do 10.º ao 12.º ano
Os alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário estão a chumbar menos ao longo do percurso escolar, com o sucesso a crescer para percentagens de 47% e 44%, respectivamente, mas Setúbal e Beja são os distritos a apresentar piores resultados no primeiro caso – conclusão do ciclo do 7.º ao 9.º ano de escolaridade.
Os dados foram ontem divulgados pelo Ministério da Educação, com base num relatório que apresenta os resultados para os principais indicadores nas provas finais do ensino básico e exames nacionais do ensino secundário. O documento mostra que houve em ambos os casos no ano lectivo passado um aumento dos percursos directos de sucesso, ou seja de conclusão dos respectivos ciclos de ensino – do 7.º ao 9.º ano de escolaridade e do 10.º ao 12.º ano – sem qualquer retenção e conseguindo notas positivas nas provas finais do 3.º ciclo ou dos dois exames nacionais das disciplinas trienais no 12.º ano.
No 3.º ciclo o aumento dos percursos directos de sucesso foi de dois pontos percentuais, dos 45% em 2017-2018 para os 47% em 2018-2019. No secundário o crescimento foi de 37% para os 44% no mesmo período.
O contexto sócio-económico continua, porém, a determinar as hipóteses de sucesso, algo que se comprova no fosso entre alunos com e sem Apoio Social Escolar (ASE).
Entre os alunos do 3.º ciclo colocados no escalão máximo de ASE (escalão A) há 21% de percursos directos de sucesso, mais de 30 pontos percentuais abaixo dos 56% sem apoios que conseguem um percurso sem retenções e com aprovação nas provas finais.
Já no secundário a diferença é entre 29% de percursos directos de sucesso entre alunos com ASE e 45% nos alunos sem ASE.
O peso do contexto sócio-económico dos alunos foi ontem sublinhado pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, num encontro sobre a actualização de dados no portal InfoEscolas. O objectivo é ajudar as escolas e regiões com resultados mais negativos.
Nos percursos directos de sucesso do 3.º ciclo os resultados são melhores em Coimbra e Braga e piores em Setúbal e Beja – neste último distrito este indicador piorou em 2018-2019 face ao ano lectivo anterior.