Davos…

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Davos…

, Médico
22 Janeiro 2020, Quarta-feira
Mário Moura -
Mário Moura –
Médico

 

Mais um ano que passa e os homens e as organizações que têm e orientam os dinheiros  que fazem girar a este Mundo reúnem-se, como há já muitos anos, na cidade de Davos, na Suíça,durante uns tantos dias para analisarem como marcha o mundo sob o ponto de vista financeiro, isto é, na prática, para analisarem como vai o “deus mercado”, como vão os lucros e quais os problemas que afligem o mundo,problemas que tenham influência  (que sejam causados ou causadores) nas finanças.  Problemas que serão analisados, discutidos e – se é possível – fazem-se planos para lhes dar solução, mas sempre tendo em vista os possíveis efeitos sobre os grandes negócio. Pois ali estão banqueiros, ministros das finanças, dirigentes de fundos de aplicação de capitais, multinacionais e alguns convidados, pessoas que tenham influencia e participação credível na condução das políticas.
Ali muitas vezes se consuma a mais ou menos escondida aliança entre a finança especulativa e os decisores políticos.
E problemas que afligem as nações são tema de discussões como seja o gravíssimo problema das migrações em  bandos e que correm riscos de morte na procura dum lugar de paz onde possam ganhar a sua vida ameaçada gravemente nos países de onde fogem. Todos assistimos nas televisões às mortes no mediterrâneo, às fugas da Síria, do centro de África, e de tantos lugares onde não há paz e onde há perseguições étnicas ou políticas ou onde as multinacionais exploram os bens da Terra usando quase em modo de escravatura os nacionais da zona.
Os graves problemas ecológicos que estão na ordem do dia e que são uma ameaça real, cientificamente comprovada e até observada por qualquer de nós ao ver as tremendas tragédias da natureza por esse mundo fora:incêndios, secas extremas, inundações, alterações do clima que têm como consequência o aparecimento de doenças tropicais, por exemplo entre nós. Como dizia, a ecologia deve ser nesta reunião um bom ponto de discussão dada as agitações das juventudes e também da população em geral.
O problema será grave para os dirigentes reunidos em Davos porque começam a fugir ao controle dos governos,sendo portanto uma real ameaça para os senhores do dinheiro. Posso estar a fazer falsos juízos mas duvido bem que as preocupações dos participantes de Davos sejam com o bem estar das pessoas, comas tragédias que matam e deslocam pessoas, mas essencialmente com as consequências sobre os problemas financeiros dos donos do dinheiro.Cabe às populações continuar a manifestarem o receio da evolução da destruição de seu mundo, cabe aos decisores políticos passarem sem quaisquer dúvidas a assumir o seu papel de legítimos representantes e defensores dos seus votantes, cabe aos meios de comunicação que sejam independentes(se ainda os há) que dêem voz aos que não têm voz e esclareçam o povo de que a situação é mesmo grave.
Além de que toda esta situação – como sabemos – tem levado ao aumento de pobres e de milionários numa demonstração de que o sistema vigente não sabe distribuir, nem quer. De tal maneira isso é evidente que o nosso Papa Francisco, para além da sua preocupação ecológica, se preocupa – e essa é a sua missão –com a pobreza e a miséria e não esquece que para que tal mude é necessário criar o que já alguns chamam a “economia de Francisco.Não quero terminar este escrito sem um veemente apelo a todos os cristãos e não cristãos que o mundo necessita com urgência uma mudança radical e estável, e que ela não vem certamente de Davos mas sim por exigência das populações, já que o processo democrático parece estar a não dar resposta por estar também em crise!
“É  necessário mudar este mundo e depois mudar este mundo mudado”, dizia Brecht!

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