Sou trabalhador dos Transportes Colectivos do Barreiro e do Município do Barreiro desde 2007, e sou filiado no sindicato STAL da CGTP. Antes disso, trabalhei no setor privado, o que me deu uma visão alargada do mundo do trabalho, das suas exigências, mas também das suas injustiças. Desde que iniciei a minha vida ativa, sempre tive uma profunda preocupação com as questões laborais e sociais.
Neste momento decisivo para o país, é essencial reforçar a importância do voto. Todos temos a responsabilidade — e o direito — de escolher quem queremos que nos represente e quem deve aplicar o compromisso eleitoral que mais se alinha com os interesses dos trabalhadores e das famílias.
Não surpreende ninguém a visão da direita: desvalorização do trabalho, cortes nos direitos, desproteção dos mais frágeis e da classe média, ao mesmo tempo que reforçam os privilégios do patronato, dos lobbies económicos e dos interesses financeiros. O atual primeiro-ministro, da Aliança Democrática (PSD/CDS), com o apoio da Iniciativa Liberal e do Chega, já fala em alterar o direito à greve, um dos pilares da luta dos trabalhadores. A agenda do trabalho precisa de ser protegida com firmeza.
A direita em Portugal não compreende, nem sente, os verdadeiros problemas dos trabalhadores. Não sabem o que é acordar antes do sol nascer para preparar tudo em casa, vestir e alimentar os filhos, levá-los à escola, e seguir depois para o trabalho. Independentemente de quem seja o patrão ou o chefe, nós, trabalhadores, damos tudo: empenho, dedicação e responsabilidade para com o nosso local de trabalho. Ao final do dia, fazemos o percurso inverso — vamos buscar os filhos, preparamos o jantar, ajudamos nos trabalhos de casa — e o ciclo recomeça. E o que dizer dos trabalhadores por turnos? Aqueles que não sabem o que é ver o sol ou a lua, que vivem num ritmo invisível mas essencial? Para a direita liberal, é como se essas vidas nem existissem. Mas durante a noite, enquanto muitos dormem, há milhões a trabalhar, a manter o país em movimento. O trabalho e o trabalhador têm de ser valorizados.
É evidente que têm sido os partidos à esquerda do espectro político que continuam a lutar pela defesa dos trabalhadores. Os sindicatos desempenham um papel essencial nesse processo, dando voz aos que produzem a riqueza do país, muitas vezes em condições difíceis e sem o devido reconhecimento.
Precisamos de um governo que promova maior justiça social, que valorize o trabalho, que crie condições para que os jovens e menos jovens permaneçam em Portugal com esperança num futuro digno. A defesa da escola pública, do Estado Social, dos serviços públicos e dos direitos laborais tem de estar no centro da ação política.
É de saudar a proposta da redução do horário de trabalho para as 37,5 horas semanais, mas esse deve ser apenas um passo no caminho rumo às 35 horas. Precisamos de políticas que permitam conciliar o trabalho com a vida familiar e que combatam problemas graves como a elevada taxa de desemprego jovem. Foi com o PS que se iniciaram projetos-piloto no setor privado para a semana de 4 dias de trabalho. Foi com o PS que os trabalhadores da Administração Pública recuperaram as 35 horas semanais, um direito que havia sido retirado. E é nesse sentido que também defendemos a redução da carga horária no setor privado — porque trabalhamos todos lado a lado, e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal deve ser uma meta para todos.
O famoso SIADAP, que durante anos serviu de instrumento para bloquear progressões e cortar direitos nas carreiras, foi com o governo do PS de António Costa que sofreu alterações significativas, permitindo que os trabalhadores voltassem a acreditar nas suas carreiras e no mérito.
Os trabalhadores do setor privado não podem ser esquecidos. É fundamental que se inicie um caminho para aproximar e igualar alguns dos direitos que hoje existem no setor público. A dignidade no trabalho, o respeito pelas carreiras e a valorização salarial são exigências transversais a todos os que contribuem para o funcionamento do país.
Sou militante do Partido Socialista, de forma assumida e consciente. E é o PS, em Portugal, que me oferece a segurança de saber que há quem continue a lutar pelos trabalhadores, pela classe média, pelos mais frágeis e por todos aqueles que acreditam num país mais justo.
O futuro é já. Eu acredito no Pedro Nuno Santos e, por esse e todos os motivos acima descritos, este domingo vou votar no Partido Socialista.