Tenho quase 100 anos de idade e fui, desde jovem, jornalista – dirigi a Via Latina, órgão da Academia de Coimbra. Uma vez em Setúbal, para onde vim trabalhar como médico e após a minha conversão ao cristianismo, passei a dirigir o Notícias de Setúbal, órgão oficial da Igreja em preparação para ser diocese.
Toda esta marcha de vida jornalística colocou-me de imediato em choque com a censura, limitando a liberdade do jornalista até surgir Revolução de 25 de Abril, de que comemorámos agora o cinquentenário. Esta longa carreira jornalística obrigou-me a ter conhecimento do que se passava no mundo em que nos inserimos, levando-me rapidamente a perceber que havia uns autênticos “donos do mundo”; os Estados Unidos da América (EUA), um dos países mais ricos e poderosos, pela sua riqueza industrial e, especialmente, pelo fabrico e venda de armas para quase todo o mundo,
Mas esse país estava longe, do lado de lá do Oceano Atlântico. Eis senão quando um ditador e louco chamado Hitler ocupa toda a Europa. Era este Hitler um “paranóico” que resolve criar campos de extermínio dos judeus e outros adversários. Diz-se que eliminou mais de um milhão de judeus. Ocupou toda a Europa e ficou com o Canal da Mancha a separá-lo da Inglaterra. A este delírio junta-se Mussolini da Itália e o Imperador do Japão (igualmente louco) que ocupa todo o Oriente e afunda, sem aviso, toda a esquadra dos EUA concentrada no Havai, levando os Estados Unidos da América a entrar na guerra e dispondo-se a colaborar num desembarque de milhares de soldados e respetivo material para fazer uma “testa-de-ponte “e combater as tropas de Hitler com o seu poderio de tanques, arrasando as cidades alemãs com bombardeamentos maciços da sua aviação.
Assim bem, podemos dizer, que a América e o seu poderio ganharam a guerra. Após esta fase arrasadora por parte da América, os seus costumes e hábitos tomam conta da Europa e surgem novos hábitos musicais, novas maneiras de viver. E aí temos o rock-and-roll, os bikinis, o Pai Natal e a comercialização dos festejos religiosos, como o que recentemente vivemos, em que tudo é comércio, tudo é negócio. Toda a vida europeia é americanizada.
Claro, com a América outros grandes países crescem e querem a sua “talhada” do mundo e aí temos a Rússia e a China nessa disputa de poder e influência, mas os EUA,com os seus porta-aviões, os seus submarinos atómicos e uma multiplicidade de bases militares espalhada pelos quatro cantos do mundo, deram-se ao luxo de fazer umas guerrinhas aqui e ali, sempre na defesa dos seus interesses. Se apreciarmos bem a situação do mundo atual, à beira duma guerra total, se esta rebentar, os Estados Unidos da América têm alguma responsabilidade. E mais! Os verdadeiros massacres sobre os palestinos estão sob a proteção da América
E dentro de poucos dias tomará posse da Presidência da América um homem sobre cuja sanidade mental não ponho as mãos no fogo. Será que temos uma América calma? Ou vamos assistir mesmo a verdadeiros atos de loucura? Aguardemos calmamente, mas confesso que gostava de ver.