Uma notícia estrondosa ou mesmo explosiva!

Uma notícia estrondosa ou mesmo explosiva!

Uma notícia estrondosa ou mesmo explosiva!

, Médico
9 Outubro 2024, Quarta-feira
Mário Moura - Médico|

Num dos últimos números do jornal eletrónico ‘Sete Margens’, que nos vai mantendo a par da vida da Igreja Católica, muito especialmente no decorrer do sínodo convocado pelo atual Papa Francisco, havia uma notícia estrondosa. Quem estiver a par da vida eclesial saberá que Francisco convocou um sínodo pretendendo que nele participe a totalidade do “povo de Deus”, isto é, que nele participem as várias estruturas da Igreja – cardeais, bispos, presbíteros, diáconos e todos os colaboradores – mas com a novidade,  mesmo novidade, que participem igualmente leigos e (oh novidade!) mulheres consagradas (freiras), teólogas e de posição de relevo na vida social de quem tem Fé, de quem acredite e oriente a sua vida pelo exemplo de Jesus Cristo.

Para que a iniciativa “revolucionária” fosse por diante, de Roma veio uma organização minuciosa para ser seguida nas dioceses de todo o mundo.  A primeira parte do sínodo durou três meses, as suas conclusões deveriam ser novamente analisadas por todo o povo de Deus e sobre elas nascerem novas conclusões. Veremos!

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Sabemos que a nossa Igreja no decorrer dos seculos foi evoluindo e todos nós sabemos que teve períodos terríveis com a Inquisição, mortes e torturas. Felizmente isso passou, mas hoje continua com imensas proibições, com imensos “pecados” e com uma marginalização das mulheres – já lá vão seculos em que a mulher levou o homem a comer a maçã do pecado, já lá vão seculos para esclarecer o “problema da virgindade”.

Com o Concilio Vaticano II (que durou três anos) toda a vida eclesial se clarificou, mas mesmo desse concilio as mulheres não saíram reabilitadas. Nas últimas décadas começa a debater-se se o diaconato era próprio para o sexo feminino e, no decorrer deste sínodo, que está a chegar ao fim, muito se tem falado do diaconato feminino.  O Papa Francisco já por duas vezes debatera o tema. Formou um grupo de “peritos”, cujos nomes se desconhecem, para estudar a fundo este tema. Já toda esta “prudência” me parecia sem firme justificação, mas eis que no ‘Sete Margens’ de há dias vem a notícia a que chamo explosiva: o Cardeal Vítor Manuel Fernandes – orientador do tal grupo especifico para o estudo profundo do diaconato feminino – declara que tal tema não podia ainda ser tratado nesta reunião magna e seria adiado para depois!

Sou médico, fiz um manual de Fisiologia na Universidade de Coimbra, converti-me ao Cristianismo com forte convicção e não compreendo o que pode impedir hoje uma mulher de poder assumir  as mesmas funções dum homem!

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Soa-me aos ouvidos os gritos de Francisco proclamando que a nossa Igreja é para todos, todos, todos.

O próprio Deus escolheu o calor duma mulher (Maria) para nela aparecer feito homem neste mundo. Depois de adulto Jesus sempre acarinhou e foi acarinhado por Maria sua mãe e por Maria Madalena.

O que encontrará a atual Igreja nas mulheres para as discriminar desta maneira? Como médico e fisiologista não encontro nada anatómico, no corpo, no sistema nervoso ou no funcionamento orgânico que impeça uma função sacerdotal, além de não ter dúvidas de que a mulher exerce tão bem (e tantas vezes melhor) tudo o que um homem faz.

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Que pecado profundo e “desconhecido” encontrarão os doutrinadores da nossa Igreja, algo que faz bloquear Francisco que quer renovar profundamente a nossa Igreja?

Nós, os cristãos convictos, amantes de Jesus, arautos do Amor que S. João dá como única definição de Deus, nós necessitamos duma explicação credível. Mulheres, não se conformem!

Afinal a Igreja é para todos, todos, todos ou não?

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