6 Maio 2024, Segunda-feira
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José Manuel Santos: “Estamos a pensar num festival de jazz já para o ano”

Projecto, na forja, é para vir a ser uma referência nacional, diz o vereador da Cultura na Câmara do Montijo. Carnaval e Feira Quinhentista são para manter. Acesso gratuito aos eventos é a política a seguir

 

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Democratizar cada vez mais a Cultura é a prioridade. Através do acesso gratuito aos eventos, mas também pela intensificação da oferta, e qualidade, levando-a a todas as freguesias do concelho. Esta é a “pedra-de-toque” da estratégia seguida pelo município do Montijo, sublinha José Manuel Santos.

 

O vereador responsável pela pasta cultural admite falta de recursos humanos na área, mas revela que, ainda assim, está na forja a aposta num festival de jazz e, embora em fase embrionária, a criação de um evento multidisciplinar – a abranger várias áreas artísticas – que se possa tornar imagem de marca do Montijo.

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O Carnaval e a Feira Quinhentista devem ser apostas continuadas, pelo sucesso alcançado, e as Festas Populares em Honra de São Pedro, considera, podiam ser engrandecidas na vertente tauromáquica.

 

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Como define a estratégia do município do Montijo no domínio cultural?

Desde logo termos como prioridade a oferta do maior número de espectáculos culturais – a Cultura não é só arte, é muito mais do que isso – de forma gratuita, para que a população que não tem possibilidade de pagar um bilhete possa também ter acesso.

Ou seja, a democratização do acesso à Cultura…

… Exactamente, o mais possível e em todo o concelho. E um dos nossos objectivos passa por levar a Cultura a todas as freguesias, especialmente às da zona Este do concelho, Canha e Pegões. Já o começámos a fazer este ano, através de vários programas, com a Sinfonia Eventos, a Companhia Mascarenhas-Martins e o projecto Tia Maria Albertina.

Estender a oferta às freguesias mais periféricas do concelho é uma preocupação?

É uma preocupação que temos, tal como intensificarmos o nível cultural dos espectáculos que apresentamos no Montijo, sejam eles ao ar livre ou em salas de espectáculo, como por exemplo no Cinema Teatro Joaquim d’Almeida [CTJA], onde temos vindo a oferecer cada vez mais espectáculos diversificados. Por exemplo, a Orquestra Metropolitana de Lisboa veio ao Montijo fazer um concerto de Ano Novo pela primeira vez e virá também este ano, já está confirmado. Isto numa tentativa de trazermos ao Montijo aquilo que de melhor se faz neste País, no âmbito da música clássica e da música de câmara.

O investimento de 2,5 milhões de euros na Cultura representa cerca de 4% do Orçamento Municipal. Isso permite dar uma boa resposta ou apenas uma resposta sufi ciente em termos de oferta cultural?

Ambicionamos sempre mais. Para o próximo ano, por exemplo, temos um projecto para levar música aos bairros. Isto significa um maior investimento da Câmara Municipal, porque a nossa intenção é criar uma maior proximidade à população. Muitos dos novos residentes nunca vieram à baixa do Montijo e têm uma relação pouco familiar com as nossas colectividades e instituições. Portanto, há que tentar levar a música adequada ao perfil também de cada tipologia de residente.

Mas com este orçamento a resposta é sufi ciente ou é boa?

Acho que conseguimos dar resposta a algumas coisas, no entanto, como é óbvio, enquanto responsável por esta área tentarei sempre o mais possível que os orçamentos vão crescendo.

Qual é a principal marca do Montijo no que toca a eventos culturais, deixando de fora as festas populares?

Uma das marcas é o Carnaval. Tem vindo a ser retomando a pouco e pouco e traz muita gente ao Montijo. De facto, deparamo-nos aqui com alguma dificuldade em recursos humanos, que nos permitam desenvolver projectos de maior de dimensão. Estamos a pensar agora em várias hipóteses (…) e em princípio no próximo ano já iremos conseguir fazer um festival de jazz, que é uma das formas musicais praticamente inexistentes no concelho.

Pensado para ser um evento de referência ou para ser apenas mais uma a somar às ofertas já existentes?

Aquilo que se pensa é que venha a ser um evento de referência no Montijo. Não logo no primeiro ano, seguramente, mas a tendência é caminharmos para um festival de nível nacional.

As Festas de São Pedro são o principal evento do concelho. O que as pode engrandecer mais?

Vou ser muito sincero e muito claro, eventualmente [a inclusão de] mais uma corrida de toiros, até porque estamos num concelho com tradições tauromáquicas.

Apontou o Carnaval como marca, mas foi recentemente retomado…

… Sim. Foi o retomar de uma tradição que se iniciou há uma série de anos, que no meu ponto de vista deverá continuar a seguir os mesmos moldes como factor diferenciador dos outros carnavais que existem um pouco por todo o País, com orçamentos brutais em que praticamente são iguais em todo o lado. Aqui trazemos o movimento associativo para a rua e é isso que faz a diferença entre o nosso Carnaval e o da maior parte dos outros locais.

Também criada recentemente e com boa aceitação foi a Feira Quinhentista. Quer o Carnaval quer esta feira são para manter de futuro?

Sim. Não temos qualquer razão para que não seja assim, até mesmo pelo sucesso que têm vindo a revelar.

O Carnaval este ano adoptou uma vertente diferente: um corso nocturno. Será também para manter essa vertente?

Na minha opinião, sim, já que nos permite ver a diferença entre um Carnaval diurno e um nocturno. À noite tem, do ponto de vista estético, um impacto completamente diferente. Pessoalmente, gosto de ver os carros iluminados, gosto de ver toda aquela cor que é produzida através de alguns meios de luminotecnia que já são possíveis instalar nos carros e que dão ao Carnaval mais cor e um valor acrescentado.

A Cultura no Montijo está bem e recomenda-se?

Penso que sim. Penso que será necessário também alavancar um pouco mais aquilo que se passa no Montijo, através da Comunicação Social, através das redes sociais, porque isso é sempre um motor de divulgação dos eventos. Doravante, vai ser fundamental termos uma comunicação que chegue e tenha capacidade de penetração, publicitária, na Imprensa, na televisão. Dará dimensão aos eventos culturais que o concelho tem e, depois, também para se gerar aqui uma mais–valia de negócio para o comércio local. O sector da restauração, provavelmente, é o que mais beneficia, mas estou convencido de que todos os sectores, de uma ou outra forma, beneficiarão com essa maior divulgação, que permita atrair mais pessoas.

A aposta passa por um reforço do investimento para divulgação dos eventos através da Comunicação Social?

Sim, é um dos nossos objectivos, embora existam outros. Gostaríamos de criar um evento, ele está pensado, mas ainda não está sufi cientemente amadurecido, que nos possibilite, de uma vez por todas, considerá-lo como marca mais acentuada do concelho.

Em que área?

Não só numa única área. Para já, enquanto está numa fase embrionária, gostaria de não avançar muito mais relativamente a isso. Nós temos uma carência de recursos a vários níveis na área da Cultura e, portanto, estamos a tentar recrutar alguns elementos que nos venham dar um reforço ou apoio.

Quando é que esse evento estará de pé? Ainda neste mandato?

Espero que durante este mandato se consiga lá chegar, sim.

 

Promotores “Associações desenvolveram trabalho em Deparamo-nos vertentes que não tínhamos”

 

O vereador mostra-se satisfeito com o valor que o movimento associativo tem vindo a acrescentar, nos últimos tempos, à oferta cultural. Um trabalho que, admite, veio preencher alguns vazios que existiam em várias vertentes. E enaltece o nível de qualidade apresentado.

O município apoia com meio milhão de euros anualmente os promotores culturais. Está bem servido em termos de agentes neste sector?

Estamos a falar de associações e colectividades que têm vindo a desenvolver um papel importante, quer na divulgação quer na disseminação da arte, mas diria mais da Cultura, porque a Cultura engloba a arte e o contrário não se verifica. Portanto, têm desenvolvido um trabalho nas várias vertentes que o Montijo não tinha até há bem pouco tempo. Neste momento até já temos algumas companhias, como a Mascarenhas-Martins, a nível muito elevado e existe um conjunto de projectos muito interessantes. São de continuar a apoiar.

“Serviços de Cultura, Juventude e Desporto vão para novo espaço”

 

O edifício da antiga Trabatijo adquirido pelo município vai acolher uma “Black Box” para desenvolvimento de actividades culturais, mas também o funcionamento da Divisão de Cultura, Biblioteca, Juventude e Desporto, avança José Manuel Santos. De acordo com o autarca, o futuro equipamento cultural, localizado a escassas dezenas de metros do CTJA, além da oferta de espectáculos, vai permitir ampliar o número de residências artísticas no concelho.

Em termos de equipamentos, o CTJA assume-se como a principal sala de espectáculos. Em Abril foi inaugurada a Casa da Música Jorge Peixinho. Ainda há necessidade de apostar em mais algum espaço?

Sim, existe. Até porque, felizmente no nosso concelho, temos em termos culturais muitas entidades. Mas necessitam de espaços, não só espaços de trabalho como também espaços para crescimento da sua própria actividade.

 Isso para dizer que está previsto mais um espaço junto ao CTJA a construir no edifício da antiga Trabatijo, que foi adquirido pelo município. É assim?

Exactamente, esse é outro equipamento que, além de condições para desenvolvimento de actividades culturais, vai permitir também juntar nesse espaço todos os elementos que trabalham na Divisão da Cultura, Biblioteca, Juventude e Desporto (DCBJD).

 Ou seja, essa divisão da Câmara Municipal vai passar para essas futuras instalações?

A ideia é que todos esses serviços passem também para o edifício da antiga Trabatijo, a par do espaço de desenvolvimento de actividade cultural propriamente dito.

 A actividade a desenvolver no futuro espaço não irá colidir com aquela que é programada para o CTJA?

Não vai colidir, até porque, além de servir de espaço onde se pode assistir a um espectáculo, vai permitir também muitos mais ensaios, muitas mais residências artísticas do que aquelas que temos neste momento.

Nesse futuro equipamento teremos uma “Black Box”, é designado desta forma precisamente por ser um espaço escuro, que é mais adequado para tudo o que está relacionado com projecção e sonorização.

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