Comissão diz que o sector privado e social explora o filão da doença com o objectivo no lucro
A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho do Seixal (CUSCS) não acredita na funcionalidade do Plano de Emergência para a Saúde (PES) apresentado pelo Governo AD, e afirma que este aponta para o “desmantelamento e privatização do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Para a comissão, este plano não é mais do que a “submissão e o servilismo do Estado português aos ditames liberalizadores da União Europeia e dos grupos financeiros que a patrocinam”.
Em nota de Imprensa, a CUSCS denuncia que a actual situação do SNS, “carente de medidas estruturais”, resulta das decisões dos sucessivos governos do País de “transformar a Saúde num negócio da doença apetecível para os grupos privados do sector, que não param de crescer à custa do erário púbico”.
Para a CUSCS, o Plano de Emergência para a Saúde agora apresentado pelo executivo de Luís Montenegro “é mais do mesmo”, ou seja, “nada acrescenta de novo” e também nada acrescenta “ao convidar os privados e o sector social para o ‘negócio’, seja via do alargamento de serviços convencionados, seja pela criação das USF-C”. Diz a comissão, que tanto privados como sector social “sempre têm estado envolvidos, encaixando muitos milhares de milhões de euros, representando há muito uma fatia importante do orçamento do Ministério da Saúde”.
Na mesma nota de Imprensa, a CUSCS acrescenta: “Enquanto o SNS assenta na prevenção ao longo da vida e no conceito de equipa de família, o sector privado e social explora o filão da doença, com o objectivo no lucro, e apenas em situações de menor complexidade clínica, porque as outras é o SNS que as resolve”.
Por outro lado, defende que é necessário “criar uma verdadeira atractividade e condições de fixação de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares”. Portanto, “não adianta o Governo anunciar a abertura de mais vagas a concurso, pois ficarão na sua maioria por preencher”.
E conclui que “tudo o que não leve em conta esta realidade, são apenas paliativos, que, mais tarde ou mais cedo, estão condenados ao fracasso e não resolvem a demora nas consultas e cirurgias e nos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, nem outros problemas como o fecho rotativo das urgências, o tempo de espera dos utentes, falta de camas e o elevado número de utentes sem médico de família”.