Pensar Setúbal: A série da RTP 1 “O Americano”, com participação da Associação Setúbal Voz

Pensar Setúbal: A série da RTP 1 “O Americano”, com participação da Associação Setúbal Voz

Pensar Setúbal: A série da RTP 1 “O Americano”, com participação da Associação Setúbal Voz

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2 Dezembro 2024, Segunda-feira
Professor

Durante este mês de Dezembro, vai ter início na RTP1, uma série constituída por oito episódios, intitulada “O Americano”, da autoria de Micael Espinha, com música de Jorge Salgueiro, interpretada pela Associação Setúbal Voz, através de duas das suas valências, o Coro Setúbal Voz e a Companhia de Ópera de Setúbal,
Esta é uma produção APM Actions Per Minute para a RTP, com o apoio financeiro da RTP ICA – O Nosso Ecrã, Portugal Film Commission, Câmara Municipal de Lisboa e o apoio Lisboa Film Commission, Loulé Film Office e Município de Santarém
A referida série, “O Americano”, conta-nos uma história passada há cerca de 30 anos e que parou o país.
Durante meses não se falou noutro assunto, quer na TV, rádios e em conversas de café, que não fosse a fuga dos reclusos, entrando o país numa paranóia colectiva.
A 28 de Junho de 1986, seis perigosos reclusos tinham conseguido fugir da cadeia de Pinheiro da Cruz, a vinte quilómetros de Grândola, deixando para trás três guardas prisionais mortos e outros dois feridos com alguma gravidade.
Germano Raposinho, de 32 anos e a cumprir uma pena de 25 por homicídio, trabalhava na lavandaria da prisão, tendo atingido o guarda António José Paulino, com dois tiros de uma pistola escondida entre as toalhas. Outros cinco reclusos que aguardavam no pátio juntaram-se a Raposinho.
Três guardas que tentaram travar a fuga foram abatidos a sangue-frio e outro ficou ferido. Outros três foram feitos reféns e usados como escudo pelos cadastrados para chegarem ao exterior.
Acto contínuo, dividiram-se em dois grupos de três e seguiram para Sul nas viaturas roubadas. A partir daí a polícia perdeu-lhes o rasto.
No final desse dia, depois de todas as dúvidas e interrogações, havia já uma certeza: aquela era a fuga mais sangrenta na história das prisões portuguesas; estavam a monte seis homens muito perigosos, fortemente armados e que não hesitavam em premir o gatilho.
Do grupo de seis fugitivos faziam parte dois ex-pára-quedistas, Augusto Ramalho e José Gaspar; o primeiro condenado a 5 anos por roubo e o segundo a 20 anos por assalto à mão armada.
Carlos Pereira, cumpria uma pena de 17 anos também por assalto à mão armada. Os outros três eram algarvios: Germano Raposinho, que cumpria a pena mais pesada por homicídio, era da Quarteira; Vítor Cavaco, de 32 anos, condenado a 17 anos por vários roubos, era natural de Loulé, tal como José Faustino Cavaco, o “Americano”, condenado a 19 anos também por homicídio.
Embora Raposinho fosse, desde o início, apontado como o “cérebro” da fuga, Faustino Cavaco, “O Americano” era considerado o mais perigoso dos seis.
A polícia acreditava que, naquela altura, os seis homens já se tivessem separado. Juntos, eram um alvo mais fácil.
Já tinham cometido vários erros, mas com sorte e alguma inépcia das autoridades nenhum fora suficientemente grave para levar à sua captura. De uma forma ou de outra, tinham conseguido escapar. Só que a sorte não podia durar para sempre e chegaria a altura em que um erro seria decisivo.
No dia 5 de Agosto, foi montado um cerco em Quarteira, tendo a polícia tentado negociar com os homens, desconhecendo ainda quantos estavam barricados. Ramalho e Gaspar, os únicos ocupantes do anexo, decidiram responder a tiros de metralhadora.
A troca de tiros com a polícia terá durado cerca de 45 minutos, ao fim dos quais Gaspar resolveu entregar-se. Ramalho disse-lhe que não seria capturado. Quando Gaspar apareceu na rua, ouviu-se um tiro. O amigo tinha-se suicidado.
Carlos da Malveira foi apanhado por volta das oito da manhã logo depois de ter comprado o Correio da Manhã e A Bola num quiosque. Poucos minutos depois, as autoridades convenciam Raposinho, que estava no apartamento, a entregar-se. Nenhum dos dois ofereceu resistência.
Quatro meses depois da fuga, a polícia continuava sem pistas sobre o paradeiro dos Cavacos.
Finalmente, a 24 de Novembro, e de forma completamente inesperada, Faustino Cavaco e Vítor Cavaco foram capturados em Cruz de Assumada, perto de Loulé, numa moradia pertencente a um jardineiro da Câmara de Loulé, Rogélio Brito.
Foi nesse período que o retrato de Faustino Cavaco, o homem que assassinara três guardas prisionais a sangue-frio, entrou para galeria dos criminosos mais temidos de Portugal.
É esta série que a Associação Setúbal Voz irá dar voz através da música.

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