Cardeal D. Américo Aguiar e Presidente Marcelo Rebelo de Sousa destacaram a importância de continuar o caminho iniciado por D. Manuel Martins

A Diocese de Setúbal assinalou este domingo o seu 50.º aniversário, numa cerimónia solene realizada na Igreja Catedral de Santa Maria da Graça, marcada por mensagens de esperança, autocrítica e reconhecimento histórico.
A celebração das Bodas de Ouro da Diocese, fundada em 1975, coincidiu também com o cinquentenário da ordenação episcopal do primeiro bispo de Setúbal, D. Manuel da Silva Martins, figura lembrada como um verdadeiro profeta pela sua coragem e compromisso social.

O atual bispo, Cardeal D. Américo Aguiar, deixou um apelo direto à renovação pastoral, alertando para o risco de uma Igreja presa ao passado.
“Podemos cair na tentação pastoral da manutenção, continuar a fazer o mesmo aguardando resultados diferentes”, disse D. Américo Aguiar, sublinhando que “50 anos depois não estamos no fim, estamos a continuar o caminho”. O bispo de Setúbal desafiou a comunidade a abrir-se à mudança e à criatividade.

Também presente, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou o legado de D. Manuel Martins e reconheceu o impacto da Igreja no desenvolvimento social da região.
“Pessoas, famílias, escolas, instituições, que em momentos de crise, e foram muitas, muitas as crises nestes 50 anos, conseguiram garantir ao tecido económico, social, cultural, à vida de tantos e tantas, aquilo que, com o poder local, sem dúvida, mas que o Estado, só por si, não teria podido garantir”, vincou o Chefe de Estado.

A cerimónia contou com a presença de autoridades civis e religiosas, representantes de paróquias e instituições sociais, e terminou com um momento de homenagem à memória do primeiro bispo de Setúbal, cuja ação pastoral marcou profundamente a identidade da Diocese.
Entre o passado e o futuro, a celebração dos 50 anos reafirmou o compromisso da Igreja de Setúbal com uma fé viva, atuante e comprometida com a transformação social e humana.