Câmara de Grândola dá parecer desfavorável ao projecto da Mina da Lagoa Salgada

Câmara de Grândola dá parecer desfavorável ao projecto da Mina da Lagoa Salgada

Câmara de Grândola dá parecer desfavorável ao projecto da Mina da Lagoa Salgada

Projecto “apresenta evidentes e significativos efeitos negativos para a população, território, paisagem e ambiente”, refere o município

A Câmara de Grândola deu parecer desfavorável ao projecto da Mina da Lagoa Salgada, para explorar cobre e outros metais, no âmbito da consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que terminou quarta-feira, com 630 participações.

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O parecer do município, no âmbito da consulta pública do EIA daquele projecto, previsto para os concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, foi submetido no portal Participa, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Segundo o município, em comunicado, o projecto “apresenta evidentes e significativos efeitos negativos para a população, território, paisagem e ambiente” e compromete “o desenvolvimento sustentável do concelho” de Grândola, na região do Litoral Alentejano.

Para a autarquia, e “após análise cuidada”, a Mina da Lagoa Salgada, que abrange a União de Freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra, no concelho de Grândola, e a freguesia de Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, “viola o Plano Diretor Municipal, ao ignorar zonas protegidas pela Estrutura Ecológica Municipal”.

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No seu entender, o projecto “ameaça recursos hídricos, coloca em causa a saúde pública, devido a poeiras, ruído e vibrações de explosões subterrâneas [e] destrói a biodiversidade”.

No parecer, a Câmara de Grândola, liderada pelo comunista António Figueira Mendes, sustenta que o projecto “coloca em causa a qualidade de vida da população, principalmente a que reside nos aglomerados rurais de proximidade, cujo desenvolvimento fica, também, seriamente comprometido”, lê-se no comunicado.

O projecto da Mina da Lagoa Salgada tem como objectivo a exploração subterrânea de depósitos minerais metálicos de cobre, chumbo, zinco e metais associados, com recurso a fontes energéticas alternativas, sendo também exploradas mineralizações secundárias, como estanho, prata e ouro.

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De acordo com o Resumo Não Técnico, consultado, em Março, pela agência Lusa no Participa, o projecto voltou a estar em consulta pública depois de, em Julho de 2024, o EIA ter sido indeferido pela APA, autoridade responsável pela avaliação de impacte ambiental.

Em fase de estudo prévio, o projecto é promovido pela Redcorp – Empreendimentos Mineiros, Lda, e o respectivo EIA, datado de Fevereiro deste ano, esteve em consulta pública entre 14 de Março e 30 de abril, tendo recebido um total de 630 participações.

O investimento, cujo valor não é revelado nos documentos consultados no Participa, possui estatuto de Potencial Interesse Nacional (PIN).

De acordo com o documento, o início da construção das infra-estruturas de apoio à exploração mineira está previsto para o primeiro trimestre de 2026 e o arranque da exploração no segundo trimestre de 2027, sendo que, para esta fase, é necessária emissão da licença ambiental.

Após a fase de exploração da mina, que terá a duração prevista de 11 anos, segue-se a sua desactivação, sendo implementado o plano de encerramento.

O projecto engloba, entre outros, a construção de uma Linha Aérea de Alta Tensão (LAAT) de 60 kV (kilovolt) e uma extensão de 15 quilómetros para fornecimento de energia ao complexo mineiro, de uma adutora de ligação à albufeira de Vale do Gaio, em Alcácer do Sal, para abastecimento de água, e de uma unidade de produção eléctrica renovável.

Entre as principais condicionantes estão áreas pertencentes à Reserva Ecológica Nacional (REN), a intercepção a povoamentos de sobreiros, floresta mista de sobreiros e pinheiro manso e de uma parte do domínio hídrico.

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