49.º aniversário da Revolução dos Cravos foi celebrado com muita música, cravos e discursos que apelaram à melhoria das condições de vida
Dezenas de pessoas juntaram-se hoje na Praça Pedro Nunes, em Alcácer do Sal, para lembrar que “nos ataques aos valores de Abril, nunca se viu o fascismo com a cabeça tão levantada e tão descarada como se volta agora a ver”. Palavras de Vítor Proença, presidente da câmara municipal, que discursou no final das cerimónias solenes do 25 de Abril onde referiu que a data não é apenas parte do passado.
“Esta data é, sobretudo, olhar para o futuro com a experiência do passado. Um futuro melhor na educação, uma educação que não exclua pessoas pelas suas condições económicas. Um futuro que respeite os direitos das crianças, que proporcione mais crianças nas creches. Um futuro que aponte para o aumento do salário mínimo nacional, uma política que aponte mais nas pensões e nas reformas, mais e melhor habitação de qualidade para as pessoas. Mas, sobretudo, Portugal numa Europa de paz e não da guerra”, apelou Vítor Proença.
A manhã começou bem cedo e com sorrisos estampados nos rostos à medida que trabalhadores municipais distribuíam cravos ao som dos instrumentos alinhados da Sociedade Filarmónica Amizade Visconde d’Alcácer (Calceteira) que tocava “E Depois do Adeus”, tema de Paulo de Carvalho que foi a senha para a revolução.
Na abertura das cerimónias solenes discursou também Liliana Jacinto, secretária na Assembleia Municipal de Alcácer do Sal, que entregou aos munícipes um “enorme abraço fraterno” em nome do ausente Vítor Fidalgo, presidente desse órgão.
A autarca sublinhou que “ainda há muito a fazer e cabe a cada um de nós fazer por isso”. “Não nos podemos conformar, para que a liberdade e a democracia possam viver e prosperar entre nós”. As palavras de ordem da mensagem de Liliana Jacinto foram “esperança” para o futuro, afirmando ainda que não pode existir “resignação, não nos podemos conformar nem estagnar”.
Também a Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba (Pazôa) protagonizou dois momentos musicais distintos: “A Portuguesa” e “Grândola, Vila Morena”, tendo, entre elas, Vítor Proença relembrado as conquistas da revolução.
“O 25 de Abril também trouxe salários, aumento dos vencimentos, aumento de rendimentos. O que dizer do serviço nacional de saúde, o que dizer da escola pública e o que dizer de tantas conquistas que aconteceram”. Enquanto falava aos munícipes o autarca não deixou passar a referência à “ganância dos grandes grupos económicos têm somado lucros brutais”.
Terminou com um apelo aos salacianos para que para que sejam “seres activos e interessados” na manutenção da democracia e da política ao nível do concelho.
“Nestes 49 anos do 25 de Abril, posso garantir-vos que a câmara municipal continuará a pugnar para que esta terra continue a evoluir, as suas filhas e os seus filhos tenham tudo de melhor, porque é isso que nós precisamos. Mas também precisamos que cada uma e cada um de vós porque a política é algo muito nobre. A política é fazer bem aos outros”, concluiu.