Casa Ermelinda Freitas e APSS recolheram esta segunda-feira as 1200 garrafas que estiveram um ano mergulhadas no rio. “É um vinho único”, diz o enólogo
O vinho que assinala, de forma diferente, o centenário do Porto de Setúbal, que se celebrou há um ano, terminou agora o estágio nas águas do rio Sado e está agora mais perto de chegar aos copos dos felizardos que vão ter a sorte de o provar.
As 1200 garrafas, que estiveram um ano mergulhadas nas águas do rito, na Doca de Recreio, foram recolhidas esta segunda-feira, numa acção que juntou os promotores; a Administração dos Portos de Setúbal e de Sesimbra (APSS) e a Casa Ermelinda Freitas, que produziu o vinho.
Leonor Freitas, da adega Ermelinda Freitas, não escondeu a satisfação pela iniciativa.
“Estou muito contente. É uma nova experiência, uma parceria que acaba por aproximar o campo ao mar, à cidade e à serra. É significativo para todos, mas muito especialmente para a área rural. Um dos nossos grandes objectivos é podermos colaborar com outras entidades, mais citadinas.”, disse a empresária a O SETUBALENSE.
“Este magnifico rio que temos dá-nos certamente um vinho diferente. A temperatura vai valorizar o resultado final. O facto de ter estado um ano no rio, nestas águas, muda até o aspecto das garrafas. É uma forma de dar uma vida diferente a produtos da região.”, disse ainda Leonor Freitas.
A ideia de que o estágio nas águas do rio acrescenta algo de relevante ao produto é explicada pelo enólogo Jaime Quendera: “A evolução da maturação tem muito a ver com a temperatura e com a constância da temperatura, como aqui [no rio] a temperatura é a mesma ao longo do ano, leva a uma maturação com melhor qualidade”.
Trata-se, por isso, de “um vinho especial, único, que tem como objectivo ser uma referência, acrescenta Jaime Quendera que especifica que este néctar assenta num “lote de casta castelão, touriga, sirah, cadernet e alicante, numa colheita especial que esteve 12 meses em barrica de carvalho e que depois amadureceu, durante um ano, à temperatura de 16 a 18 graus, que é a temperatura da água no Sado”.
Para o Porto de Setúbal, esta iniciativa do vinho do centenário insere-se num dos “vectores de actuação” da APSS; o esforço para “abrir o porto à cidade, aos cidadãos, aos empresários, promovendo o que a região tem de melhor”. Neste quadro, o presidente da APSS elogia a parceria com a Casa Ermelinda Freitas, que considera “muito frutuosa”.
“A Dra. Leonor Freitas tem sido uma parceira sempre disponível para colaborar”, diz Carlos Correia. “É uma forma de celebrarmos o aniversário, mas é também uma parceria com empresários da região e uma forma de divulgar os valores regionais”, conclui o administrador.
Os 101 anos são assinalados este mês com mural, livro e nova marca
Os 101 anos do Porto de Setúbal completam-se no dia 18 deste mês e, para assinalar a data, a APSS tem um conjunto de iniciativas de que se destacam três. A inauguração de um mural, de autoria de um artista setubalense, no Edifício do Cais 3. A apresentação da nova marca corporativa do Porto de Setúbal, que pretende apresentar a instituição como um “porto moderno, que vai ter um desenvolvimento muito significativo, um porto que continua a dar suporte ao desenvolvimento económico da região”, diz Carlos Correia, presidente da APSS. E o lançamento de um livro, de Ferreira Fernandes, que celebra uma figura histórica de Setúbal; o fotografo Américo Ribeiro, e que pretende “deixar um legado para o futuro, no sentido da valorização do porto e da cidade”.