Miguel Fernandes emitiu uma nota de Imprensa onde nega acusações de Márcio Souza e critica condução dos trabalhos de Francisco Jesus
“Alguém chamar-me racista e xenófobo é algo que simplesmente me deixa estupefacto. Mas utilizar esse argumento para ofender, atacar e querer colar-me uma imagem distópica com único propósito de aproveitamento político é algo que não vou permitir, nem compactuar”.
São considerações de Miguel Fernandes, vereador eleito pelo Partido Socialista na Câmara Municipal de Sesimbra, depois de uma acesa troca de argumentos com Márcio Souza, vereador independente no mesmo órgão, na última reunião pública do executivo (21 de Junho).
Em nota de Imprensa enviada à redacção de O SETUBALENSE o vereador socialista critica também a posição de Francisco Jesus, presidente da autarquia sesimbrense, pela forma como conduziu os trabalhos e afirma, ainda, a passividade com que este deixou passar as acusações.
“Face à passividade registada pelo Sr. presidente da câmara na direcção dos trabalhos perante as ofendas proferidas, abandonei a reunião ordinária da Câmara Municipal de Sesimbra no período antes da ordem do dia (PAOD), pois considerei não existirem condições para o exercício da minha actividade perante a falta de educação, contenção e o discurso e tom intimidatório do vereador Márcio Souza, antes e após as suas sucessivas intervenções”.
Já decorriam mais de duas horas de sessão quando o executivo camarário discutia sobre os planos de segurança – nomeadamente no Carnaval de Sesimbra e no evento Super Bock Super Rock.
Os ânimos exaltaram-se depois de Miguel Fernandes afi rmar que o vereador independente não estava a responder às suas questões, que Márcio Souza considerou não ter de dar resposta, mas sim Francisco Jesus. O autarca independente atirou ainda que o vereador do PS deveria “aprender a respeitar a hierarquia”.
“Por mim também responde uma pessoa acima de mim e superior que é o único que responde por nós todos, está ali sentado em frente e se chama presidente. É a hierarquia, você tem de aprender a respeitar a hierarquia, que é coisa que não faz, toma decisões à sua medida e à sua maneira, desrespeitando”, acusou Márcio Souza.
Foi então que a discussão subiu de tom e o autarca considerou que estava a ser desrespeitado pelo socialista, acusando-o de usar “um tom de racismo”.
“O seu repúdio à minha pessoa não é a primeira vez, mas não vai passar em branco, esteja descansado. Eu sei que você repudia e muitas das vezes utiliza um tom de racismo e eu não aceito mais isso. Não use mais isso com a minha pessoa”, respondeu Márcio Souza.
Logo depois Miguel Fernandes abandonou a reunião, que esteve interrompida por cerca de 13 minutos, e não voltou a regressar à sala onde se mantiveram os dois vereadores eleitos do PS.
“Não posso, nem devo, tolerar certos tipos de discurso, muito menos olhar para o lado e fi ngir que os mesmos não se passam; se não o permito em qualquer circunstância, não o iria permitir numa reunião de Câmara pública, onde qualquer cidadão pode estar a assistir e onde se deve honrar a casa da democracia local”, responde Manuel Fernandes, em conclusão, na nota de Imprensa.