UM SÉCULO, UMA BANDA, UMA SOCIEDADE

UM SÉCULO, UMA BANDA, UMA SOCIEDADE

UM SÉCULO, UMA BANDA, UMA SOCIEDADE

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Uma história centenária feita de fibra, talento, coragem, resistência e muita arte

 

Foto Pedro Batalha

A farda é azul, mas antes foi castanha e recuando aos primórdios ficava-se apenas pelo boné. Entre a manhã daquela segunda-feira carregada de nevoeiro, em que os músicos debutaram em desfile pelas ruas da povoação, e os chuviscos tímidos que abençoaram a matina do passado dia 1, domingo, na agora vila, passaram cem anos de vida da Banda e da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense.

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Na génese da Sociedade – como é conhecida localmente a instituição, que ganhou estatuto de utilidade pública em 1989 – está a criação da sua filarmónica.
“A Banda surge com a Sociedade e a Sociedade surge com a Banda”, diz Dário Moura, 30 anos, que preside à direcção da colectividade desde 2014. “Saiu à rua pela primeira vez no 1.º de Dezembro de 1919, com instrumentos em segunda mão e da farda os músicos apenas tinham o boné. Cada um saiu com a sua indumentária. Só dois anos depois conseguiram ter casacos iguais para todos. Isto mostra-nos um pouco daquilo que eram as dificuldades na época e o que era a força de vontade das nossas gentes para que se conseguisse formar esta casa”, adianta o responsável, sem esquecer que o historial – levantado e apresentado por José António Pinheirinho na sessão solene de aniversário – começou a ser escrito no 45 e no 46 da Praça José Coelho, onde a Sociedade nasceu e ainda hoje se mantém.

“Os ensaios começaram a funcionar num barracão de um dos sócios-fundadores que, depois de várias obras, se tornou no edifício que hoje conhecemos como sede velha, sempre arrendado à colectividade”, aponta, revelando o peso que a instituição foi ganhando, assumindo também um papel de coesão social. “Ali se fizeram bailes, serviço de bar, ali apareceu a primeira televisão no Samouco, onde as pessoas se juntavam para assistir às emissões, ali se fez sala de ensaios da banda, ali se subiu a sede para um primeiro andar com o aproveitamento do sótão, para sala de ensaios e sala da direcção. Hoje em dia, com essas obras realizadas nos anos de 1980, temos ali uma sede polivalente, com bar no rés-do-chão, sala de ensaios, que era para a banda e actualmente é para ensaios do Grupo Coral, e uma sala para a escola de música.”

Sede nova com história antiga

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O bar da sede velha – concessionado a Etelvina Matias (exemplo de simpatia e solidariedade…) – serviu de ponto de encontro para a conversa com Dário Moura, em vésperas de mais um aniversário (o do centenário), que se celebra no mesmo dia em que se comemora a Restauração de Portugal.

Do rés-do-chão decorado por antigos instrumentos no branco das paredes e por um número apreciável de troféus alusivos a vários capítulos de um trajecto meritório exibido numa vitrina lateral ao fundo da sala, a viagem pela vida da Sociedade transferiu-se para a sede nova.

Localizada na rua que recebeu o nome do “saudoso e eterno” Maestro Francisco Domingos Taneco – um dos maiores trompetistas da Europa, que assegurou a batuta no ressurgimento da banda –, a sede nova faz-se anunciar a alguma distância, quer pela imponência do edifício quer pela inscrição das iniciais da colectividade (SFPLS) na calçada do passeio que beija a porta principal.

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“A sede nova nasceu numa parte de um terreno doado à Sociedade por José Coelho, que foi um benemérito do Samouco e presidente da Junta. Foi construída nos anos de 1960 e beneficiou de obras de remodelação e ampliação em 2002, concluídas em 2004”, conta, circundado pelo espólio que transpira a nobreza da história da instituição ou não se estivesse agora em pleno museu no piso superior da nova sede.

Um apelido, dois maestros

Surge uma primeira pausa que propicia uma reflexão. O nome diz tudo. Estamos a falar da Sociedade, instituição, que no último século ajudou a moldar uma outra sociedade, a civil, numa freguesia que não chega ainda a uma mão cheia de milhares de habitantes e que foi elevada à categoria de vila a 28 de Janeiro de 2005, conforme publicado em Diário da República – embora os eleitos locais tenham adoptado 9 de Dezembro como data comemorativa.

Mas o ADN da Sociedade é a Banda e a conversa volta a resvalar, inevitavelmente, para a filarmónica, até porque nem tudo foi um mar de rosas. Houve tempos difíceis, de angústia até – “a Banda teve um período de 13 anos de inactividade”, abrevia Dário Moura –, mas que acabaram por ser ultrapassados com determinação, tenacidade, coragem, competência e boa dose de filantropia, como aconteceu aquando da sua fundação.

“O ressurgimento da Banda deu-se em 1971. No princípio de 1970 havia o sentimento forte de muita gente nesse sentido… Samouco tinha músicos de qualidade, como Francisco Taneco que dava cartas no mundo da música, a nível nacional e internacional, e que era samouqueiro. Deu os primeiros passos de aprendizagem na Sociedade e viria a ser o Maestro nesse ressurgimento. Juntamente com a direcção de então colocaram de pé a Banda”, revela o dirigente, sublinhando que Taneco deu enorme “projecção” à filarmónica samouquense. “Não raras as vezes passava a regência da Banda ao contramestre, Luciano Rodelo, assumindo ele próprio os solos de trompete.”

O apelido tem, porém, mais história. “Mais tarde, o filho Jorge Taneco veio a assumir as mesmas funções. Por duas ocasiões. A primeira vez, pela morte do pai e noutra altura, posterior, também de grande dificuldade, quando a meio de uma época a Banda ficou sem maestro e com a responsabilidade de serviços para cumprir, como em Ayamonte (em Setembro) e outros até final do ano. Disponibilizou-se em 2011 e continuou como maestro até 2017”, realça.

De Ayamonte à residência no Campo Pequeno

Outra pausa e agora com direito a contemplação de fotos, documentos e alguns recortes de jornais antigos, tudo devidamente emoldurado e exposto, com brilho, no museu que funciona também como sala de visitas, antes de se fazer nova ponte para aquele que tem sido o trajecto da Banda. Uma jornada com ligação directa à principal praça de toiros de Portugal e passagem por Espanha.

“A partir de 1978, a Banda foi a Ayamonte durante vários anos, marcando presença, assídua, nas Festas em Honra de Nossa Senhora das Angústias até 1985. Depois houve um interregno e voltou, anualmente e de forma ininterrupta, àquela localidade espanhola em 1996. Tem sido, desde essa data, a única banda portuguesa a marcar presença nas celebrações”, vinca o presidente da direcção da Sociedade, antes de destacar o brilhantismo de outra conquista.

“A Banda tem sido reconhecida pela execução de ‘pasodobles’, sobretudo pela qualidade dos solos de trompete, e tem já dois CD gravados”, observa, adiantando: “Conquistou o seu espaço no mundo tauromáquico.”

Prova disso: “A ligação ao Campo Pequeno, que tem contribuído bastante para a projecção da Banda, como outras praças. É um orgulho muito grande. Já íamos constantemente, desde há muito anos, abrilhantar os espectáculos tauromáquicos ao Campo Pequeno, mas desde a reinauguração da praça que passámos a ser a banda residente.”

Fernando Ramos, 40 anos, que toca com a Banda desde 2008, é o novo Maestro e tem à disposição quase meia centena de músicos. Mas há sempre mais prestes a entrar. “Temos a Escola de Música, que é gratuita e funciona como fonte de alimentação da Banda, composta hoje por cerca de 50 elementos. Desses, 45 são prata da casa e a Escola de Música tem à volta de 20 [aprendizes]”, reforça Dário Moura, a concluir.

Armando Rodelo é o elemento mais antigo do grupo e revela desejo

“Quando morrer quero que a Banda vá a tocar atrás”

Dário Moura e Armando Rodelo na homenagem a Luciano Rodelo, o único elemento que resta da 1.ª Banda (foto Pedro Batalha)

Estreou-se a tocar na inauguração do antigo Estádio da Luz. Promete continuar até não poder mais. O futuro da Banda, garante, está assegurado pelos jovens que também já têm o “bichinho da música”

 

Armando Rodelo, 81 anos, é o elemento mais antigo da Banda da Sociedade. Estreou-se a tocar em 1 de Dezembro de 1954, na inauguração do antigo Estádio do Sport Lisboa e Benfica. Conhecido localmente e entre o grupo como “Armando Gato”, foi homenageado em 2014 por ter completado seis décadas ao serviço da filarmónica. Hoje já lá vão 65 anos. Tantos que nem se lembra quantos ao certo.

“Eles já fizeram essas contas, mas não sei bem. Para aí uns 60”, atira para o ar, meio desinteressado. Importante mesmo é poder continuar. “Enquanto puder vou cá andando. Deixando a música… é a morte”, afirma, confessando um desejo que já manifestou à direcção da colectividade. “Quando morrer, quero ser cremado e quero que Banda da Sociedade vá atrás [do cortejo fúnebre] a tocar a ‘Nossa Senhora do Carmo’, com partida daqui da sede nova”.

Na colectividade já executou todo o tipo de funções que se possam imaginar. “Vivi a minha vida na Sociedade, como músico e director. Toquei todos os instrumentos. Conforme ia morrendo um elemento, era eu que ia substituindo a sua função na Banda, mudando de instrumento”, conta.

“Isto dá vida. Não tenho outras coisas. Já passei por muitas situações aqui e adoro conviver com esta juventude. Sei que a minha mulher tem sido muito prejudicada com isso. Não lhe dou razão, mas sei que a tem”, admite o músico, que até tem um “pasodoble”, feito especialmente à sua medida por Fernando Ramos, para o homenagear, e que se intitula “El Gato”.

A comemoração de um século de existência da Sociedade enche-lhe o coração. “É uma coisa de todo o tamanho”, afirma, sem esconder emoção. “É uma alegria maior, chegar à minha idade e ver os cem anos da colectividade”, reforça, fazendo de seguida uma retrospectiva. “Quantas bandas [do Samouco] estão no cemitério [da freguesia]! Centenas de músicos, com quem convivi, passaram por aqui. Davam para fazer várias bandas, se todos estivessem vivos”, destaca.

Quanto ao futuro, Armando Rodelo tem uma certeza. “Está assegurado. Actualmente, a Banda está bem. Tem boas estacas”, remata.

Mais novos falam como gente grande

No polo oposto encontram-se Eduardo Fontes e Nuno Monteiro, os mais novinhos que têm o futuro nas mãos e em quem Armando deposita total confiança.

Eduardo é o mais jovem. Tem apenas 11 anos e entrou oficialmente para a Banda em 1 de Dezembro de 2018. Toca um instrumento de percussão, caixa. “Gostei de começar a tocar com as baquetas e aos nove anos fui para o Conservatório Regional de Artes do Montijo. Sempre gostei de tocar e vim para cá porque esta é a Banda da minha terra”, começa por dizer o jovem que é filho de outro elemento da Banda, José Emídio Fontes.

E porquê a opção por um instrumento de percussão? A resposta está na ponta da língua. “Apaixonei-me. Somos nós que marcamos o ritmo”, justifica o petiz, que responde ainda mais rápido quando questionado com o que quer ser quando for grande. “Quero ser músico profissional.”

O colega Nuno Monteiro, 15 anos, entrou para a Banda no mesmo dia e optou pela mesma linha instrumental. E não é esquisito, desde que falemos de… percussão. “Toco caixa, pandeireta, bombo, o que me derem para a mão”, diz, sem esforço, antes de explicar as razões pela escolha. “Sempre gostei de ouvir o meu irmão tocar percussão e também porque há uma maior variedade de instrumentos. Posso sempre tocar também xilofone, pandeireta, caixa… mas prefiro o bombo”, confessa, salientando a importância da Sociedade no seu quotidiano. “É como uma segunda casa para mim. Passo aqui muito tempo”, revela, a terminar.

Inauguração em dia de centenário

Monumento perpetua grandeza da colectividade

Foto Pedro Batalha

A celebração de Missa, pela manhã, e a sessão solene, à tarde, foram outros dos momentos de destaque nas comemorações de aniversário

 

Desde a manhã do passado dia 1 que o nome da instituição está perpetuado no espaço público, inaugurado que foi um monumento de homenagem, mandado erigir pela Junta de Freguesia do Samouco, a assinalar o centenário da colectividade. Pedro Ferreira, presidente da autarquia, e Dário Moura desataram a fita prateada e descerraram o pano azul que cobria a edificação negra de formato triangular, assente em plena Praça José Coelho, frente à sede velha da Sociedade.

A banda tocou o Hino da Restauração e o Padre Jorge Almeida – tal como os leves e espaçados chuviscos – abençoou o novo património, iniciando de seguida os discursos da praxe, perante as forças vivas locais, de onde se destacava o executivo camarário presidido por Fernando Pinto. Dário Moura salientou a homenagem que ficou “manifestada para a eternidade” e Pedro Ferreira lembrou que a obra foi “uma promessa eleitoral cumprida”, que marca o reconhecimento e a gratidão pelo serviço desde sempre prestado pela colectividade à terra.

Foto Pedro Batalha

De seguida rumou-se à sede nova, onde foi celebrada a Missa Dominical pelo pároco, em cerimónia abrilhantada pela Banda e pelo Grupo Coral da colectividade – que contou com a participação especial de alguns elementos do Coro do CCDT do Metropolitano de Lisboa. A ocasião permitiu ainda a apresentação e benção do novo estandarte da Sociedade, ofertado por Maria João Rodelo e Manuel Teixeira, presidente e vice-presidente da Assembleia Geral da colectividade, respectivamente.

As comemorações prosseguiram à tarde com a habitual sessão solene ainda na sede nova, completamente lotada. Além dos habituais discursos, houve concerto, bolo de aniversário, integração de mais dois novos músicos na Banda – Joaquim Ganhão e Cristina Assunção – e a entrega de alguns presentes à instituição. A Câmara de Alcochete ofereceu dois bombardinos, a Junta do Samouco entregou uma réplica em miniatura do monumento inaugurado pela manhã e a Associação Desportiva Samouquense presenteou a Sociedade com uma placa alusiva ao aniversário.

Momentos marcantes

O historial da colectividade foi apresentado por José António Pinheirinho, durante os habituais discursos de honra proferidos na sessão solene do passado dia 1. O autor e investigador destacou dois dos “principais momentos” na vida da instituição: o ressurgimento da Banda da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense, após um interregno de 13 anos, conseguido “por um grupo de sócios liderado por Mário Delgado Sobral” em 1971; e a inauguração da obra de ampliação da sede nova da colectividade em 1 de Dezembro de 2004, marcada ainda pela apresentação da Saudação da Sociedade, com “letra da autoria de Prim Margal e adaptação musical de António Onofre”.
O investigador salientou ainda o nome e o ano em que a colectividade deu um exemplo da hoje tão em voga igualdade de género: Júlia Vespeira Pereira foi a primeira mulher a tocar na Banda. Tocava trompete e corria o ano de 1972.
A foto ilustra elementos da Banda e da direcção que conseguiram reactivar a filarmónica. HL

Parlamento Europeu e Alemanha receberam actuações

Grupo Coral tem sido embaixador lá fora

Foto Jorge Resende

Além do coro, a colectividade dinamiza ainda as actividades de zumba e hip hop. Bailes continuam a ser tradição

Com cerca de 700 associados, mas apenas 500 pagantes face a isenções por idade, a Sociedade tem vindo também a distinguir-se pela qualidade do Grupo Coral.

O coro, que conta actualmente com 26 elementos, tem assumido um papel de embaixador não só da colectividade como também dos traços culturais da região e até mesmo do País. Exemplo acabado disso mesmo foram as recentes prestações registadas em Estrasburgo, França, no Parlamento Europeu, no passado dia 5, e na Alemanha, num festival realizado em Baden-Baden, dois dias depois, que contou ainda com a participação de dois coros italianos.

Em Estrasburgo, o Grupo Coral da Sociedade apresentou “uma pequena amostra do trabalho que é feito, de temas populares portugueses e outros natalícios, como ‘Noite Feliz’, interpretado em quatro línguas ”, revelou a Maestrina Ana Vale de Gato, 34 anos, que assumiu a função desde 2010.

No festival em solo germânico, o repertório assentou também em “temas tradicionais”, onde couberam até interpretações “a simbolizar o cante alentejano”.

Em termos internacionais, o grupo, de resto, já conta no currículo com actuações em cidades como Praga, Viena de Áustria e Paris.

Dinâmica forte

Além do Grupo Coral, a Sociedade desenvolve ainda as actividades de zumba e hip hop semanalmente na sede nova.

“Paralelamente, às sextas-feiras mantemos desde há 10 anos a tradição dos bailes populares, com animação musical ao vivo de conjuntos, que têm registado grande afluência de pessoas de vários pontos, como Barreiro, Almada, Mafra, Sacavém entre outras localidades vizinhas”, sublinha Dário Moura.

O dirigente destaca ainda a dinâmica da charanga da colectividade e as comemorações do Carnaval, com “quatro dias de bailes que há muito são imagem de marca”, além da recuperação dos “tradicionais bailes da pinha”. A hospitalidade samouqueira “tem sido sempre uma grande vantagem”, sublinha, a finalizar.

Banda e Coro – composição 2019

 

BANDA

Flautas
Magda Reis
Rita Sobral
Cristiana Assunção
Oboé
Jorge Costa
Clarinetes
Luís Vargas
Catarina Reis
Pedro Moura
Simão Amorim
Susana Correia
Pedro Rodelo
Carlos Reis
Luana Costa
Ana Condelipes
Carla Vargas
Rita Vargas
António Ramos
Joaquim Ganhão
Saxofone Soprano
Ana Santos
Saxofones Altos
João Bexiga
Sílvia Jordão
Bruno Oliveira
Saxofones Tenor
Luís Rodelo
Sérgio Matos
Saxofone Barítono
José Vespeira
Trompas
Tiago Labreca
Duarte Pereira
Paulo Heitor
Emanuel Sousa
Trompetes
Pedro Carvalho
José Emídio Fontes
Valter Vila Cova
Rúben Supelos
Gonçalo Lúcio
João Pessoa
Jaime Monteiro
Isaurinda Matos
Rui Costa
Trombones
Luís Lemos
Ricardo Pereira
Ivo Calhau
Luís Issa
Bombardinos
Arnaldo Bernardo
António Labreca
Filipe Madrugo
João Baldeiras
Tubas/Baixos
Armando Rodelo
Fernando Barradas
Augusto Benjamin
Percussão
Miguel Monteiro
Beatriz Heitor
Eduardo Fontes
Nuno Monteiro
Bernardo Ramos
Joaquim Carrapato
Vítor Sousa
Maestro
Fernando Ramos

CORO

Sopranos
Alice Faria
Almerinda Viegas
Ana Maria Pinta
Lídia Rodrigues
Maria da Luz Vicente
Maria de Lurdes Santos
Manuela Rodelo
Maria Manuela Tátá
Olga Leal
Paula Cardoso
Contraltos
Albertina Maceira
Ana Caria
Fernanda Vila Cova
Luísa Pelengana
Maria de Jesus Pelengana
Maria João Rodelo
Maria Judite Caetano
Maria M. Galante
Manuela Dias
Tenores
Francisco Godinho
José Vilhena
Tiago Labreca
Baixos
António Valente
João Lourenço
Maestrina
Ana Vale de Gato

 

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