Sindicatos pedem reunião com Alsa Todi para reivindicar melhores condições de trabalho

Sindicatos pedem reunião com Alsa Todi para reivindicar melhores condições de trabalho

Sindicatos pedem reunião com Alsa Todi para reivindicar melhores condições de trabalho

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Trabalhadores acusam administração da empresa de os obrigar a realizar horas suplementares

 

Os sindicatos dos trabalhadores da Alsa Todi vão pedir uma reunião à administração da empresa para reivindicarem melhores condições de trabalho, bem como para debaterem a sobrecarga de horários dos motoristas e os relatos de ameaças dirigidas a alguns funcionários.

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O pedido veio na sequência de um plenário realizado pelas três estruturas sindicais do sector, no dia de ontem, nas instalações da Varzinha, contando com a presença de dezenas de trabalhadores da Alsa Todi, que tiveram a oportunidade de expor as complicações do serviço que opera na área 4, nos concelhos de Setúbal, Alcochete, Barreiro, Palmela, Moita e Montijo, desde o dia 1 de Junho.

Com início às 10h30, foram várias as queixas apresentadas e o microfone que dava voz aos funcionários foi passando de mão em mão. “Damos a cara pela empresa todos os dias. Fazemos muito mais além de receber apenas dinheiro dos utentes, mas esta tornou-se numa profissão muito desvalorizada”, referiu um assistente comercial, trabalhador no novo Espaço Navegante.

Já a maioria dos motoristas presentes alegaram que as “chapas de serviço”, percursos e carreiras atribuídas a cada motorista, “estão muito acima daquilo que é permitido pela Lei Geral do Trabalho”, contando com 12 ou mais horas de trabalho diário.

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“Os nossos horários de trabalho não têm pausa para a refeição e a maior parte dos trabalhadores vê-se obrigado a cortar carreiras para poder almoçar ou jantar. Além disso, não temos um espaço para comer ou para ir à casa-de-banho, seja na Interface Transportes de Setúbal (ITS) seja no Terminal da Várzea”, comentou um motorista.

Uma outra trabalhadora da empresa, que preferiu não ser identificada por temer possíveis represálias, confessou ter recebido uma carta registada da administração da Alsa Todi, na qual se punha em causa o porquê de não querer realizar horas extraordinárias.

“Além da carta, recebi ainda um telefonema de Sérgio Adegas, director de operações da Alsa Todi, que me disse, no meio de tantas outras coisas pouco simpáticas, que os passageiros iriam ficar nesse dia nas paragens por minha culpa”, contou a motorista.

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Fora estas, outras questões foram ainda colocadas em cima da mesa, como a falta de segurança, policiamento e fiscalização nos transportes e respectivas instalações ou o não cumprimento do direito aos passes familiares dos trabalhadores da empresa.

 

 

“Aqui não há chapas de serviço à vontade do freguês”

“A ouvir e a apontar” os problemas e queixas dos trabalhadores estiveram o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Rui Caleiras, o dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), Fernando Manuel Fidalgo, e Manuel Oliveira do Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT).

“Todos os problemas que aqui nos colocam já foram passados à empresa. A Alsa Todi já opera há muitos anos em outras partes do mundo e já devia saber como é que as coisas funcionam. É, por isso, impensável aquilo que está a acontecer”, referiu Fernando Fidalgo.

“O trabalho suplementar rege-se por duas horas diárias e 200 horas anuais. É isto que está na lei e a Alsa Todi sabia-lo quando concorreu ao caderno de encargos”, informou o dirigente sindical da STRUP. “Só em situações excepcionais é que o traba-
lho suplementar é obrigatório. Fora isso, o trabalhador só está obrigado a fazer oito horas de trabalho diário. Aqui não há chapas de serviço à vontade do freguês”, continuou.

Fernando Fidalgo sublinhou ainda que “a empresa sabia de todos os direitos que tinha de fazer cumprir” e que “há questões que não podem ficar para serem resolvidas amanhã”.

Já Manuel Oliveira, do SNMOT, informou os trabalhadores da existência de um documento que está a ser elaborado pelos sindicatos, no que diz respeito à questão dos horários de trabalho, e que será posteriormente entregue à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

Além dos trabalhadores contratados em território nacional, chegaram à cidade, no final da passada semana, 74 motoristas, oriundos de Cabo Verde, para reforço do serviço. No entanto, apenas uma parte está prestes a concluir o processo de formação.

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