Programa Bairros Comerciais Digitais financia investimento no digital das lojas da baixa e do centro histórico. Há 1,3 milhões para Setúbal e 1,1 milhões para o Barreiro
O programa Bairros Comerciais Digitais, iniciativa promovida no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para dinamizar o comércio de proximidade, vai abranger 25 mil estabelecimentos em todo o País e já tem reservados 1,3 milhões para Setúbal e 1,1 milhões para o Barreiro. As verbas vão ser usadas para modernizar o comércio de proximidade, através da digitalização dos negócios e da requalificação dos espaços físicos dos estabelecimentos.
Os autarcas Pedro Pina, vereador da Cultura, em representação do Município de Setúbal, e Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, estiveram ontem no Palácio na Bolsa, no Porto, na assinatura dos contratos que formalizam o financiamento das candidaturas destes dois concelhos. Estes foram os dois únicos municípios da região de Setúbal que estiveram nesta cerimónia.
Durante a sessão de apresentação do programa, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, revelou que das 160 candidaturas submetidas a concurso, 95 foram aprovadas, abrangendo 25 mil estabelecimentos comerciais.
No caso de Setúbal, a modernização digital do comércio no centro histórico da cidade vai avançar depois de aprovada uma candidatura de mais de 1 milhão e 272 mil euros, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), submetida pela Câmara de Setúbal para o efeito.
A autarquia explicou, em Julho, quando a candidatura foi aprovada, o investimento aposta na “dupla transição, verde e digital, em 870 pequenas e médias empresas do concelho, bem como na qualificação do espaço público”.
A medida pretende “promover a modernização e o marketing digital, a revitalização económica e o reforço da competitividade no tecido empresarial do centro histórico, localizado numa área com mais de 30 hectares, com elevada densidade comercial”.
Além de cumpridos os “objectivos de sustentabilidade económica, social e ambiental”, o projecto prevê igualmente o desenvolvimento de “medidas de adopção de produtos e serviços de base digital com vista à digitalização dos modelos de negócio das empresas e acções de sensibilização e capacitação tecnológica dos trabalhadores e empresários”.
Segundo a Câmara de Setúbal, “o reforço da cobertura wi-fi , a criação de um Marketplace – loja on-line de divulgação e venda de produtos e serviços por comerciante, com pedidos take-away e delivery – e a instalação de mupis (estruturas multimédia para divulgação digital de produtos, horários e eventos) são algumas das acções de base digital do projecto”.
Está ainda programada a “criação de uma página de internet e de uma aplicação para dispositivos móveis”, assim como vai ser disponibilizada “uma carteira digital com modelo de fidelização de clientes” e reforçada “a informação urbana digital, incluindo roteiros de visita do património”.
O projecto “Bairro Comercial Digital de Setúbal” inclui ainda “o reforço da marca e a promoção da identidade visual do bairro com a elaboração de um plano estratégico de marketing e promoção e a aposta na capacitação dos agentes na área das cidades inteligentes e sustentáveis”.
Os Bairros Comerciais Digitais são projectos destinados à valorização do comércio e serviços e pretendem modernizar o comércio de proximidade e, de acordo com um comunicado do Governo, as 95 candidaturas já aprovadas correspondem a um total de 77,5 milhões de euros.
Até agora, o Norte e o Centro do País, são as regiões que concentram o maior número de candidaturas aprovadas.
Do total dos bairros que já têm luz verde, 32 localizam-se na região Centro, 30 na região Norte, 17 no Alentejo e Algarve, dez na Área Metropolitana de Lisboa e seis nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Os “Bairros Digitais” arrancaram com uma dotação inicial de 52,5 milhões de euros inscritos no PRR, sendo que já foram alvo de um reforço de mais 25 milhões.
Com este programa, o Governo pretende que os comerciantes passem a ter tecnologia digital que lhes permita optimizar a gestão do negócio, com recurso a plataformas online partilhadas.