Investimento é da responsabilidade da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, num montante de 10 milhões de euros
O primeiro pavilhão olímpico de gelo em Portugal vai ficar no concelho do Seixal, num terreno cedido pela Câmara Municipal, e deverá estar construído dentro de três anos. O investimento é da responsabilidade da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDI-Portugal), num montante de 10 milhões de euros.
O protocolo para a construção deste equipamento que pretende ser um marco histórico para o desenvolvimento dos desportos de Inverno no País, foi assinado entre a federação e a autarquia, no passado sábado, na Sociedade Filarmónica União Arrentelense, e marcou o encerramento da 41.ª Seixalíada.
A apenas 15 minutos de comboio de Lisboa e junto da autoestrada A2, a localização do Seixal foi “determinante para a escolha do local, oferecendo acessibilidade e conveniência para atletas, visitantes e entusiastas dos desportos de Inverno”, refere a Federação de Desportos de Inverno de Portugal em nota de Imprensa, sobre esta infra-estrutura que promete “alavancar as modalidades de gelo em Portugal, incluindo hóquei no gelo, curling, patinagem de velocidade (short track), patinagem artística e várias competições internacionais”.
Sobre o impacto deste investimento para o futuro do desporto e turismo no concelho e em Portugal, tanto o presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, como o presidente da FDI-Portugal, Pedro Flávio, concordaram que este pavilhão olímpico vai “posicionar o País como um destino privilegiado nas competições e eventos de renome internacional, promovendo o crescimento das modalidades de Inverno em Portugal e atraindo novos públicos e praticantes”.
Em termos de características globais, este vai estar preparado para mil lugares sentados, equipado com tecnologias sustentáveis e energias alternativas. “O pavilhão será um exemplo de eficiência energética, priorizando fontes renováveis como parte do compromisso com a sustentabilidade”, garante a FDI-Portugal. Além das áreas desportivas, o espaço incluirá também uma zona de restauração, uma loja de desporto, um ginásio e uma clínica médica, projectados para “proporcionarem uma experiência completa aos visitantes e à comunidade”.
“O Pavilhão de Desportos de Inverno é um equipamento estratégico para a formação e treino dos nossos atletas, contribuindo directamente para o desenvolvimento das nossas selecções nacionais e elevando o nível competitivo dos desportos de Inverno em Portugal. Ao mesmo tempo, permite que Portugal se torne um destino atractivo para estágios, torneios e competições de nível internacional”, disse Pedro Flávio na assinatura do protocolo.
Quanto à escolha do Seixal para este equipamento, disse o responsável da federação que este território “revelou-se uma escolha natural pelo apoio demonstrado pela Câmara Municipal, que se mostrou empenhada em fazer parte de um momento tão importante para o crescimento dos desportos de Inverno em Portugal”.
Por sua vez Paulo Silva salientou que este “projecto será também uma forma de incrementar a atractividade do município e potenciar o concelho dos pontos de vista económico e social, trazendo uma ideia deveras original e que resultará, certamente, num caso de sucesso pois permitirá dar uma nova vida à economia local, atrair inúmeros visitantes nacionais e estrangeiros e, eventualmente, vir a contribuir para a formação de desportistas e campeões nestas modalidades, pois a futura pista de gelo terá as dimensões olímpicas”.
Socialistas contra equipamento sem tradição no concelho
Contra a construção do pavilhão olímpico de desportos de Inverno está o PS do Seixal que, em nota de Imprensa, veio ontem manifestar o seu protesto sobre este investimento no valor previsto de dez milhões de euros. “Não é, neste momento, a principal prioridade do concelho”, afirmam os socialistas.
Além disso, dizem que o processo relativo à construção deste equipamento foi “retirado da última reunião de câmara, após terem sido colocadas questões levantadas pelos vereadores da oposição”. E daqui interpretam que Paulo Silva “demonstra não respeitar a democracia, na medida em que sobrepõe a sua vontade, à do órgão a que preside”.
As reservas apresentadas pelos vereadores socialistas são quanto ao local escolhido para construir este equipamento, uma vez que o mesmo “é de interesse patrimonial e arqueológico”, na medida que “esta construção destruirá os vestígios de ruínas romanas ali existentes”. Alegam ainda que “não existe tradição no Seixal da prática de hóquei no gelo, patinagem de velocidade no gelo ou patinagem artística no gelo”.