O processo de beatificação de Padre Cruz já está em Roma e aguarda parecer de Papa Francisco
A 29 de Julho de 1859, em Alcochete, nascia Francisco Rodrigues da Cruz. Um bebé que todos viam tão frágil que muitos duvidaram se conseguiriam sobreviver, a ponto de “ter sido baptizado à pressa”, conta Sara Capelo que, em co-autoria com a jornalista Ana Catarina André, escreveram o livro “Padre Cruz – O Santo do Povo”, o qual é apresentado hoje, sexta-feira, às 21h00, nos Paços do Concelho de Alcochete.
Apesar de editada em Maio deste ano, esta obra sobre o jesuíta Padre Cruz é a primeira vez que é apresentada no concelho natal do sacerdote que levou a mensagem de proximidade com Deus por todo o território nacional, incluído as ilhas da Madeira e Açores, onde esteve quase no fim da sua longa vida de 89 anos.
Veio a morrer a 1 de Outubro de 1948, em Lisboa, tendo sido o seu funeral acompanhado por muito povo que com ele esteve desde a saída da Sé Patriarcal de Lisboa até ao cemitério de Benfica, onde ficou sepultado em jazigo da Companhia de Jesus. “A paróquia de Padre Cruz era o País, tinha um passe livre para viajar de comboio e ia junto das pessoas”, conta a consultora de comunicação Sara Capelo.
Depois de quatro anos de investigação, consultas em bibliotecas e arquivos, além de entrevistas com familiares daquele a que muitos chamavam, e ainda chamam, de Santo, as duas autoras conseguiram ‘construir’ uma obra que, além de todo um percurso de vida, discorre também sobre o processo de beatificação deste sacerdote da Ordem Jesuíta.
“O processo de beatificação só foi enviado para Roma em 2020, mas começou pouco depois da sua morte”, diz Sara Capelo. Um processo que começou em Lisboa em 1951, mas “teve uma paragem até aos anos 70 e foi retomado nos anos 80”, conta. O documento com muitas páginas, onde reúne vários testemunhos, que tiveram de ser traduzidos para italiano, só em 2020 chegou ao Vaticano, e aguarda agora decisão.
“Acredito que quando o Papa Francisco conhecer a obra e história de Padre Cruz, como ambos trabalharam muitos nas periferias e as suas coincidências de vida, irá decidir pela beatificação”, acredita Sara Capelo. Pelo menos, o livro “Padre Cruz – O Santo do Povo”, já terá chegado às mãos de Papa Francisco.
