Maria das Dores Meira diz que tem de se acabar com as assimetrias dentro da Área Metropolitana de Lisboa, e atrair mais fundos comunitários para a península para dar mais fôlego à economia local
“Temos de estar todos de acordo com a criação da NUTS III para a Península de Setúbal”, afirmou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, esta manhã na conferência “Devolver o Futuro à Península de Setúbal”, organizada pela AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal.
Um encontro que, durante o dia de hoje está a decorrer no Instituto Politécnico de Setúbal, reúne entre várias entidades, empresários, autarcas, academia e igreja, e teve a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, no primeiro painel de debate.
Maria das Dores Meira não perdeu a ocasião para acusar o Governo de impasse na decisão de criar a NUTS para a Península de Setúbal. Lembrou que a ministra Ana Abrunhosa disse ser “urgente a Península de Setúbal ser NUTS III”, e mais tarde o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, veio dizer que “criar a NUTSIII [para este território] nada implicará [que o mesmo] tenha acesso a fundos comunitários, se esta região permanecer integrada na Área Metropolitana de Lisboa” (AML). E sobre isto, defende a autarca, que a península “tem de continuar na AML”.
A autarca apontou ainda o dedo ao Partido Socialista por “demonstrar insegurança” nesta matéria sendo que por vezes está de acordo e outras nem por isso, e também não esqueceu a critica ao PSD que se mostra agora “grande paladino desta causa”, mas “ainda não fez acto de contrição” por ter sido o “governo PSD que, em 2013, alterou a definição das NUTS”.
Considera Dores Meira que o que tem estado em cima da mesa é uma política com medida eleitoral, – “uma manobra de diversão” -, mas o certo é que “todos reconhecem a injustiça da situação”, sendo que “os grupos parlamentares” consideram que tem de ser criada a NUTS para a península “com carácter de urgência”.
Quanto ao que tem sido dito sobre a região de Setúbal ser pobre, afirma que “não é verdade”, e justifica que esta “sempre atraiu grandes investimentos industriais, embora nas últimas décadas se tenha assistido a um processo de desindustrialização que não foi acompanhado pelo necessário investimento público”.
Na sua opinião o que se está a assistir é a uma “assimetria que tem de ser resolvida”, dai que na AML passem a existir duas NUTS que “optimizem Portugal no acesso a fundos comunitários da União Europeia”, e isto implica a “criação da NUTS III para a Península de Setúbal”.