Maior porto nacional reduziu fortemente a carga de contentores em Janeiro e Fevereiro e compromete os resultados totais do país
O Porto de Sines registou nos primeiros dois meses deste ano uma queda de 19,1% da carga movimentada, o que corresponde a uma diminuição de 1,7 milhões de toneladas, comparativamente com período homologo do ano passado, divulgou hoje a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Sines recebeu também menos navios, neste período, sendo, a par de Faro, dos únicos portos que caíram em escalas, uma vez que todos os demais portos nacionais cresceram.
O Porto de Setúbal aumentou a carga movimentada em 3,3%, nos mesmos meses de Janeiro e Fevereiro, e registou um crescimento de 5,1% no número de escalas de navios.
A AMT informa que a queda de 19,1% em Sines absorveu “por completo, o somatório das variações positivas registadas”, com o crescimento dos outros portos e atirou a média nacional para terreno negativo.
Os portos do continente movimentaram 14,7 milhões de toneladas de carga até fevereiro, uma diminuição homóloga de 8%, interrompendo “um ciclo de variações positivas” desde 2012
“Os primeiros dois meses de 2018 vieram confirmar a tendência negativa que se verificou em janeiro”, refere a AMT em comunicado, acrescentando que, no conjunto dos dois primeiros meses deste ano, “os portos comerciais do continente movimentaram 14,7 milhões de toneladas, menos de 1,28 milhões de toneladas face a igual período de 2017”.
Ou seja, “esta diminuição do volume de carga reflete uma quebra de 8%, interrompendo um ciclo de variações positivas que se têm vindo a verificar desde 2012 e que atingiram o seu auge no ano de 2017, registando a melhor marca de sempre”, salienta.
A AMT refere que o resultado obtido no final de fevereiro “é demonstrativo da conjugação de desempenhos distintos dos vários portos, em especial de Leixões e Aveiro, que registaram o volume de carga mais elevado de sempre nos períodos homólogos, após acréscimos respetivos de 5% e 21,6%”.
Os portos da Figueira da Foz, Lisboa e Setúbal “também registaram desempenhos positivos, após terem apresentado em janeiro/fevereiro de 2018 variações de 26,4%, 3,9% e 3,3%, respetivamente”.
A AMT sublinha que os dois primeiros meses do ano estão a ser comparados com igual período de 2017, “no qual Sines registou um notável pico de atividade”, pelo que “o comportamento deste porto reflete provavelmente um regresso à trajetória normal, a que reporta a um crescimento global de carga de 8,2% e 20,2% na carga contentorizada, quando comparado aos valores homólogos de 2016”.
Sines, apesar de ter perdido 6,9 pontos percentuais, continua a ser o maior porto português e a movimentar sozinho mais carga do que todos os outros portos do continente. Sines “mantém a maioria absoluta (que havia perdido em janeiro deste ano), com uma quota de 50,1%”, adianta a AMT.
“Na redução do peso relativo do volume de carga movimentada, Sines é apenas acompanhado pelo porto de Faro, que cai ligeiramente para um valor simbólico inferior a 0,1%. Todos os outros portos reforçam as respetivas quotas, com destaque para Leixões, que sobe 2,6 pontos percentuais para 20,8%, e Lisboa e Aveiro, que ganham 1,5 pontos percentuais para 12,8% e 6,1%, respetivamente”, acrescenta.
No que respeita à escala de navios de diversas tipologias, “os portos em análise registaram nos primeiros dois meses deste ano um total de 1.691 escalas, mais 3,2% face ao período homólogo de 2017, correspondente a uma arqueação bruta de 29,7 milhões, menos 1,3% face a igual período do ano anterior”, refere a AMT.
A maioria dos portos, com excepção de Sines e Faro, registou um aumento do número de escalas, tendo Aveiro, Douro e Leixões, Setúbal e Lisboa sido responsáveis pelos aumentos mais significativos, com variações positivas de 10,9%, 3,6%, 5,1% e 2,7%, respectivamente”.
Lusa