Detidos são suspeitos de corrupção activa e passiva, tráfico de droga e branqueamento de capitais. Vão ser presentes a tribunal esta segunda-feira
A PJ deteve ontem cinco funcionários públicos dos portos de Setúbal e Sines, no âmbito de uma operação de combate ao tráfico de droga que já tinha levado à detenção de dois funcionários da Autoridade Tributária (AT) em Fevereiro.
A operação deste domingo, com o nome de código “Porthos II”, foi levada a efeito na Área Metropolitana de Lisboa. Foram executados cinco detenções fora de flagrante delito a funcionários públicos daqueles dois portos, por suspeitas da prática de crimes de corrupção activa e passiva, tráfico de droga e branqueamento de capitais, afirmou a Direcção Nacional da PJ, em comunicado.
Além dos mandados de detenção, foram também executados seis mandados de busca domiciliária e apreensão, numa acção que é o culminar da operação “Porthos”, iniciada em Fevereiro e que levou à detenção, na altura, de quatro pessoas, das quais dois funcionários da AT.
Em Fevereiro, aquela operação que visa o combate ao tráfico de droga através dos portos nacionais levou também à constituição de 15 arguidos.
Segundo o comunicado da Direcção Nacional da PJ, a operação deste domingo investiga factos relacionados “com a beneficiação de organizações criminosas internacionais, dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína, por via marítima, a partir da América Latina”.
Estas organizações criminosas “usam os portos marítimos nacionais como porta de entrada de estupefacientes, no continente europeu, dissimulados em diversos produtos acondicionados em contentores”, explicou a PJ.
A investigação criminal, que na operação de ontem contou com a participação 30 inspectores e seguranças da PJ, foi desenvolvida em cooperação policial internacional, através de congéneres da PJ.
Os cinco detidos que exerciam funções públicas nos portos de Setúbal e de Sines serão hoje presentes a primeiro interrogatório.
Em Fevereiro, além das detenções, a PJ tinha apreendido mais de meio milhão de euros em numerário, dez viaturas e cinco armas de fogo. Na altura, a CNN Portugal afirmou que a PJ suspeitava que funcionários da Autoridade Tributária nas alfândegas teriam sido subornados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa do Brasil, e cartéis colombianos para deixarem passar a droga.