O PCP reconheceu “a necessidade de baixar as emissões de CO2 para a atmosfera”, mas admitiu “que não pode tolerar que, em nome deste processo, se concretizem as mesmas medidas de sempre, com zero impactos positivos sobre o ambiente” e “muito negativos na vida dos trabalhadores e do povo português”
O PCP defendeu hoje que a refinaria da Galp em Sines “é um activo estratégico” que deve ser “preservado” e considerou fundamental que o País “pare de liquidar a sua capacidade produtiva”.
“A Refinaria de Sines é um activo estratégico do País que deve ser preservado e defendido, sem esquecer a necessidade de reverter o criminoso encerramento da Refinaria de Matosinhos” ou da “Central Termoelétrica de Sines”, afirmou a Direcção Regional do Litoral Alentejano (DORLA) do PCP, num comunicado, enviado à agência Lusa.
Para os comunistas, é fundamental que o País “pare de liquidar a sua capacidade produtiva” e “de agravar os seus défices estratégicos”.
“Se realmente de uma transição energética se tratasse, como propagandeia o Governo, primeiro seriam aproveitadas as mais-valias, desde as instalações aos trabalhadores”, da refinaria em Matosinhos e da central termoelétrica da cidade do litoral alentejano, sustentou.
Neste contexto, seriam também criadas “as condições para que uma nova energia mais limpa fosse produzida” nestas unidades, em alternativa ao seu encerramento “sem acautelar tais necessidades ou preocupações”, argumentou.
No documento, o PCP reconheceu “a necessidade de baixar as emissões de CO2 para a atmosfera”, mas admitiu “que não pode tolerar que, em nome deste processo, se concretizem as mesmas medidas de sempre, com zero impactos positivos sobre o ambiente” e “muito negativos na vida dos trabalhadores e do povo português”.
Só que, “para os accionistas da Galp, maioritariamente capitalistas estrangeiros”, pode “até ser mais rentável o encerramento das refinarias e a transferência dos investimentos para os Estados Unidos da América (EUA) e a Europa, atrás de maiores taxas de lucro. Como estão a fazer”, criticou.
De acordo com a DORLA, a “incompreensível desactivação” da refinaria da Galp em Matosinhos “leva hoje à necessidade” de serem importadas “largas quantidades de diversos tipos de produtos”, como “milhares de toneladas de gasóleo”.
“A existência das refinarias melhora o saldo do comércio externo, acrescenta riqueza e cria postos de trabalho qualificados”, contrapõe o PCP.
No entender dos comunistas, a refinaria da Galp em Sines “é a maior e mais importante instalação industrial energética do país e não deve ser utilizada para jogos tácticos ou como moeda de troca para obter injustificados fundos públicos”.
“Não se compreende que o investimento correspondente à concretização” de um plano estratégico que permita a modernização tecnológica dos equipamentos e instalações industriais “não tenha ainda sido aprovado pela própria administração”, disse.
Também o “papel do Governo durante o processo” de encerramento destas unidades “configura uma opção de abdicação de defesa do interesse nacional, cedendo às opções da União Europeia no sentido da concentração da capacidade de refinação em outros países, contrárias aos interesses de Portugal, mas, também, submissas à estratégia da GALP”, de acordo com os comunistas.
HYN Lusa