Corpos de menino de 13 anos e de um adulto foram resgatados ontem. Dois outros adultos continuam desaparecidos
O naufrágio de uma embarcação de recreio, este domingo, ao largo de Tróia, fez pelo menos dois mortos, cujos corpos já foram resgatados, e dois desaparecidos. Um quinto tripulante, o timoneiro, Manuel Isaías, de 62 anos, de Alcácer do Sal, foi resgatado com vida cerca de três horas depois do barco ter afundado.
Os corpos de uma criança, um rapaz de 13 anos, e de um adulto, que estiveram desaparecidos várias horas, no mar ao largo de Tróia, concelho de Grândola, foram encontrados. À hora de fecho desta notícia estavam ainda por localizar os outros dois náufragos.
O capitão do Porto de Setúbal e comandante-local da Polícia Marítima, Serrano Augusto, indicou à Lusa que “foram encontrados o corpo da criança e o corpo de um dos homens”
e, por volta das 14h20, estavam “a ser recuperados” da água.
“Um dos corpos foi localizado pela lancha da Polícia Marítima e o helicóptero da Força Aérea avistou o outro”, ambos “nas proximidades da embarcação afundada”, acrescentou.
No barco, cabinado, seguiam cinco pessoas. O rapaz de 13 anos, Francisco Neves, o pai, Ricardo Neves, com cerca de 45 e outros dois jovens, de 21 e 23 anos.
O naufrágio terá acontecido por volta das 07h00, disse à Lusa o comandante Serrano Augusto, que explicou que, das cinco pessoas do sexo masculino que seguiam a bordo, um homem, o timoneiro, de 62 anos, foi resgatado com vida.
De acordo com um comunicado da Autoridade Marítima Nacional (AMN), este homem “foi resgatado por uma embarcação que se encontrava nas proximidades”.
Segundo o capitão do Porto de Setúbal e comandante-local da Polícia Marítima, as cinco pessoas a bordo da embarcação que naufragou, afundando de seguida, são portuguesas,
residentes na “zona de Santiago do Cacém”, também no Litoral Alentejano.
Os corpos das duas vítimas resgatadas foram levados para os serviços de Medicina Legal do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
A Polícia Marítima recebeu o alerta, às 10h05, para o naufrágio de uma embarcação de recreio, a cerca de uma milha e meia (aproximadamente três quilómetros) de Tróia, no concelho de Grândola.
As buscas foram iniciadas e prosseguiram durante todo o dia de ontem, tendo durante a tarde, sido reforçadas com mergulhadores e um drone do Centro de Experimentação
Operacional da Marinha, indicou o comandante Augusto Serrano.
Segundo a AMN, logo após o alerta, foram activados para o local “uma embarcação do Comando-local da Polícia Marítima de Setúbal e uma embarcação da Estação Salva-vidas
de Sesimbra”, e foram também realizadas buscas em terra por elementos dos bombeiros e da GNR.
“Foram activados para o local um navio da Marinha Portuguesa e uma aeronave da Força Aérea Portuguesa”, informou Autoridade Marítima Nacional.
O comandante Serrano Augusto precisou à Lusa que a aeronave envolvida foi um helicóptero Koala da Força Aérea Portuguesa (FAP).
O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima também foi activado para prestar apoio aos familiares das vítimas.
O comandante-local de Setúbal da Polícia Marítima admitiu à Lusa que a embarcação possa ter-se virado quando foi alvo de “um golpe de mar, que fez com que os passageiros
tivessem sido ‘cuspidos’ para a água”.
As buscas foram interrompidas às 20h00 e são retomadas esta segunda-feira.
Bispo reza a N. Sra. de Tróia
Logo que tomou conhecimento da tragédia, o bispo de Setúbal reagiu. “As nossas orações estão em comunhão com os náufragos, com as suas famílias e com os vários agentes das autoridades de segurança, proteção civil e bombeiros. Que Maria, Senhora de Tróia, Senhora da Arrábida, interceda junto do seu filho, Senhor do Bonfim, pelo resgate
destes nossos irmãos.”, refere o cardeal Américo Aguiar em nota enviada pela diocese ainda antes da informação do resgate de dois corpos.