Dos restantes oito navios da nova frota, dois vão para Seixal e três para Cacilhas. Sobram três que ficarão de reserva, revela Alexandra Carvalho, presidente da Transtejo
“É mesmo garantido. A carreira [fluvial] Montijo-Lisboa vai contar com barcos da nova frota [eléctrica]. Montijo vai ter uma estação de carregamento, cuja construção está quase a ter início”, diz Alexandra Ferreira de Carvalho, presidente do Conselho de Administração da Transtejo e Soflusa.
Em entrevista concedida a O SETUBALENSE e à Rádio Popular FM – que será transmitida esta sexta-feira pelas 12 horas na principal estação emissora da região de Setúbal (90.9 FM) –, a responsável analisa o actual momento do serviço de transporte de passageiros entre as duas margens do Tejo e projecta o futuro próximo, com a chegada da nova frota dos 10 navios eléctricos.
Montijo-Lisboa é a mais longa das ligações que são asseguradas pela Transtejo (TT), mas as questões do tempo de carregamento das novas embarcações ou da autonomia das baterias – que têm sido apontadas como possível impeditivo para a execução da travessia pelos novos barcos – não se colocam. Até porque, a duração prevista de carregamento de um navio “é de sete minutos” e existirão “cinco postos de carregamento”, instalados em “Cais Sodré, Montijo, Seixal e Cacilhas”, afirma Alexandra Carvalho.
Os 10 novos navios devem começar a operar “no segundo semestre de 2024” e a sua distribuição pelas ligações (três) que vão efectuar está já definida: “Dois [barcos] para Montijo-Lisboa, dois para Seixal-Lisboa, três para Cacilhas-Lisboa e teremos três de reserva, para quando algum entrar em manutenção ou avariar”, revela.
Quanto à duração das viagens, Alexandra Carvalho adianta: “Neste momento, a previsão é de que as carreiras não sofram quaisquer alterações no tempo de duração. Poderão haver, mas isso teremos de ver quando os navios estiverem a operar, daí se fazerem as viagens experimentais”. E as primeiras com o “Cegonha-Branca” – único dos 10 navios já entregues pela construtora espanhola Gondán – serão já “feitas nas próximas semanas e os passageiros vão poder entrar a bordo”, salienta.
O investimento total no plano de renovação da frota da TT, com o Governo a reprogramar recentemente mais 10 milhões de euros de despesa para o efeito, ascende “neste momento a 92 milhões de euros”, esclarece.
A presidente do conselho de administração faz ainda um balanço às actuais frotas da empresa: a TT tem 20 navios e a Soflusa (SL) oito. “Quando chegámos [assumiu funções em 13 de Abril deste ano] 14 dos 20 navios da TT estavam inoperacionais, por falta de manutenção, a situação era e é de supressão de carreiras. Os processos de docagem custam à volta de 400 mil euros. Conseguimos no final de Abril autorização, através de uma descativação, para fazer essas docagens e neste momento temos um navio que já foi docado, com o processo concluído, e temos três em doca: dois catamarãs [que fazem as ligações atrás referidas] e um ferry [ligação Porto Brandão-Lisboa]”, explica.
“As avarias e a frota insuficiente representam, respectivamente, 43% e 47% das viagens suprimidas na TT em 2023”, indica. “Até Setembro de 2023, a TT/SL transportou 14,6 milhões de passageiros, isto significa mais 27% do que no período homólogo de 2022. Atenção que 2019 foi o melhor ano para todos os transportes públicos e a TT não foi excepção, depois tivemos a pandemia e em 30 de Setembro deste ano conseguimos pela primeira vez superar em 3% os números de 2019”, frisa, a concluir.