Instituição continua a ser um pilar essencial da acção social local
A Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Santiago do Cacém foi fundada em 1499, um ano a seguir à SCM de Lisboa, e desde então que é uma reconhecida associação de apoio social de grande importância no concelho. Segundo a própria entidade, trata-se de “uma associação pública de fiéis, constituída na Ordem Jurídica Canónica, com o objectivo de satisfazer carências sociais e praticar actos de culto católico, de harmonia com os princípios da doutrina e morais cristãs”.
Ajudar os que mais precisam, pobres e doentes, era visto como “uma virtude cristã e como uma manifestação de misericórdia”, sendo que esses são valores que ainda hoje o cristianismo defende. “A caridade era então uma espécie de garantia que um cristão tinha de alcançar o céu e consequentemente a salvação eterna.”
As misericórdias foram criadas por iniciativa da rainha D. Leonor, esposa do rei D. João II, visando a moral cristã, mas também para se “constituírem um instrumento de dominação política e de gestão das desigualdades sociais”. Surgiram então em todas as vilas e cidades de Portugal, durante o reinado de D. Manuel I. Foram as misericórdias que se responsabilizaram “pela criação e administração de praticamente toda a rede hospitalar do país até ao 25 de Abril de 1974”, a partir do qual os hospitais foram estatizados, lê-se na história da SCM de Santiago do Cacém, disponível no website.
A Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém detém o Centro de Bem Estar Santa Teresinha, a creche e jardim de infância O Montinho, a creche e jardim de infância O Ninho, a unidade de cuidados continuados São João de Deus e a unidade de cuidados continuados Conde do Bracial, bem como o centro de dia e serviço de apoio domiciliário aos idosos, e os lares – as Residências do Pinhal e as de Santa Maria.
Um dos problemas da actualidade é a falta de apoios públicos, de acordo com Jorge Nunes, provedor da SCM de Santiago do Cacém. Os orçamentos são curtos e às vezes o dinheiro não chega para tudo. E, para além disso, o facto de famílias deixarem idosos nas unidades de saúde pertencentes à SCM ou, nos casos dos lares, não os irem visitar. Quase metade dos idosos de um dos lares de Santiago do Cacém não recebe uma única visita, contou o provedor. Quanto às unidades de cuidados continuados, são muita vez lar de pessoas que já estão recuperadas e prontas para regressar às suas casas, porque as famílias não as vão buscar no tempo certo.
A título de curiosidade, a instituição lançou o ano passado o livro infantil ‘A Casa da Árvore’. Sublinha-se ainda que há uma enorme tentativa de fazer regularmente actividades com os idosos nas residências, como se pode observar na página de Facebook e que as creche/jardins de infância são procuradas. A Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém completa este ano 521 anos de serviço.
B.I.
Nome. Santa casa da Misericórdia de Santiago do Cacém
Nome por que também é conhecida: SCMSC
Localidade: Santiago do Cacém
Data de Fundação: 1499
Principais actividades: Apoio à terceira idade e à infância, com lares, unidade de cuidados continuados, residências assistidas, creche e jardim de infância
Actual provedor: Jorge Nunes