António Costa e Silva considera que o reforço da conectividade aérea é importante e que a decisão sobre a localização, além de tardia, é fulcral para o desenvolvimento económico do País
O ministro da Economia, António Costa Silva defendeu nesta terça-feira, em Sines, que Portugal não se pode converter “num país da indecisão”, referindo-se à discussão em torno da localização do novo aeroporto internacional de Lisboa.
“Acho que não podemos converter-nos num país da indecisão. Andamos há 50 anos a discutir a questão do aeroporto e isto é completamente irracional. Quando olhamos para as variáveis que têm maior impacto no desempenho da economia portuguesa, a conectividade aérea é uma delas”, afirmou.
O ministro da Economia e do Mar falava, em Sines, durante a conferência “Fora da Caixa”, iniciativa organizada pela Caixa Geral de Depósitos com o objectivo de debater as oportunidades oferecidas pela economia portuguesa, com o foco no sector energético e na localização estratégica de Sines.
Na sua intervenção, e em resposta a uma questão sobre o debate em torno do aeroporto internacional de Lisboa, Costa Silva defendeu que tudo o que se possa fazer “para reforçar a conectividade aérea é importante” e alertou que “a decisão tarda” e “é fulcral para o desenvolvimento da economia portuguesa”.
“Este debate não só já está atrasado, já está datado, mas o que é importante é nós termos a capacidade, além de identificar os problemas, tomar decisões para os resolver. Acho que é uma decisão que tarda e é fulcral para o desenvolvimento da economia portuguesa”, realçou.
Porto de Sines é “caleidoscópio de oportunidades”
Questionado sobre o potencial de Sines no actual contexto europeu, o governante considerou este polo industrial e portuário “um caleidoscópio de oportunidades” e definiu que, até ao fim desta década, o Porto de Sines “pode ser um grande porto de mercadorias”.
“Sines pode ser um dos maiores portos de mercadorias da Europa e quiçá do mundo. Temos hoje em Sines um potencial de manuseamento de cerca de 2.3 milhões de contentores. A expansão que existe vai dar-nos quatro milhões de contentores muito brevemente e, até 2030, com o novo cais, vamos ter capacidade em Sines de manusear oito milhões de contentores”, salientou.
No entender de Costa Silva, Sines poderá também vir a ser “o porto do ‘green shipping’”, devido às “exigências cada vez maiores sobre o tipo de combustíveis usados pelos navios” impostas pela Autoridade Marítima Internacional e, para tal, projectos ligados ao “hidrogénio, amónia verde e metanol” vão “ser essenciais”.
“E, quando olhamos para os investimentos, excluindo o investimento público, hoje estão mapeados em Sines cerca de 17 mil milhões de euros de investimento. Um é para o polo da logística, para o porto, para a extensão do cais, cerca de mil milhões, mas temos 3,5 mil milhões de euros de investimento em Sines que estão programados nos cabos submarinos e nos centros de tratamento de dados”, sublinhou.
Para o ministro da Economia, Sines pode também ser “uma plataforma da transformação energética do País e da Europa”.