Ana Abrunhosa vem a Palmela avaliar consequências do sinistro. Município voltou a reunir-se com moradores para fazer balanço
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, vai visitar as áreas de Palmela que foram consumidas pelo incêndio de 13 de Julho. O anúncio foi feito durante a segunda reunião de balanço ao trabalho realizado pós-incêndio promovida pela Câmara, na passada sexta-feira, na biblioteca municipal palmelense, com moradores e proprietários das zonas afectadas.
De acordo com a autarquia, a visita da governante, agendada para 13 de Dezembro, visa “avaliar” a situação no terreno, “na sequência dos contactos institucionais que o município tem estado a realizar com a tutela” e que já levaram à aprovação do “despacho que permite o acesso ao apoio ao restabelecimento do potencial produtivo”.
Antes, em 19 de Outubro último, a Câmara Municipal já havia aprovado “o Relatório de Estabilização de Emergência, que faz o levantamento das necessidades de intervenção e do impacto do incêndio na paisagem, no funcionamento dos ecossistemas e nas actividades humanas”, lembra. Um documento de extrema importância, uma vez que, após ratificado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, “permitirá o acesso a apoios nacionais”, recorda a edilidade.
A reunião com os munícipes serviu para abordar as acções já desenvolvidas e programadas – entre as quais se integra a deslocação da ministra a Palmela – que a autarquia está a dinamizar, como resposta aos efeitos nefastos provocados pelo fogo.
Reflorestação arrancou
Uma das iniciativas a merecer destaque no encontro foi a de reflorestação das áreas ardidas, conforme antecipou Carlos Caçoete, Coordenador do Serviço Municipal de Protecção Civil de Palmela. A primeira destas acções – que contempla a plantação de espécies autóctones, como sobreiros, amieiros, freixos, azinheiras, medronheiros, alfarrobeiras, entre outras, com o apoio de voluntários locais e do projecto ProNatura da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) – decorreu no último fim-de-semana. E as próximas estão agendadas para esta terça-feira e para 16 de Dezembro.
Subordinada ao lema “A Nossa Serra – Ama. Planta. Cuida”, a reflorestação teve, na primeira acção, “forte envolvimento e entusiasmo do município, dos proprietários e das seis dezenas de voluntários que se associaram à causa”, fez saber a autarquia, em comunicado de Imprensa sobre a acção desenvolvida no fim-de-semana. “No total, foram plantados cerca de 500 exemplares de espécies autóctones, em Vale dos Barris e nas encostas do Castelo, cedidos pelos mecenas do projecto ProNatura da ANEFA”, resumiu a edilidade.
Já sobre outras iniciativas, que têm vindo a ser dinamizadas no território afectado, o município destaca os “constantes os trabalhos de limpeza de áreas prioritárias, caminhos e bermas, a remoção de entulhos e detritos, a reparação de vedações e portões e o tratamento de animais de companhia e outros existentes em explorações agrícolas ou agropecuárias”. Além disso, foram verificados logo nas semanas seguintes ao sinistro “os marcos e as bocas de incêndio”, sobretudo na vila de Palmela e áreas limítrofes.
“O objectivo é continuar esse trabalho em Aires e Padre Nabeto e instalar novos marcos de incêndio (trabalho já concluído na Quinta da Glória)”, adianta a autarquia, que diz pretender ainda “alargar o Programa Aldeia Segura à Quinta da Glória e à Quinta das Asseadas”, tendo já em projecto a candidatura “Serra Segura”.
O incêndio de 13 Julho devastou 415 hectares e provocou 12 feridos, com prejuízos estimados em mais de 150 mil euros.