O presidente da Câmara Municipal de Palmela está preocupado com a economia local e familiar e considera curioso o fecho de uma empresa com “grande saúde financeira”. Álvaro Amaro vai reunir-se com os administradores da empresa no próximo dia 23
Segundo Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, a multinacional Lincoln Electric tem a intenção de encerrar a unidade de produção da Venda do Alcaide no próximo mês de Março. A concretizar-se, o fecho da fábrica Electro-Arco vai atirar cerca de sessenta trabalhadores para o desemprego.
Na última reunião pública do executivo, realizada no dia 10 de Janeiro, Álvaro Amaro recordou que, “em Novembro, ficámos preocupados com algumas notícias”, uma vez que “a empresa começou por dar conta de alguns despedimentos nas suas fábricas de Setúbal”. Uma diminuição do número de encomendas e a transferência para outras unidades da Europa foram os argumentos apresentados.
Actualmente, “há motivos para se adensarem preocupações, porque tivemos nota da intenção demonstrada pela multinacional Lincoln Electric, que integra a Electro-Arco, de encerrar em Março a unidade de produção instalada em Venda do Alcaide”, lamentou o mesmo.
Em seguida, Álvaro Amaro referiu que, “curiosamente, foi uma das empresas com maior volume de negócios do distrito de Setúbal. Tem uma grande saúde financeira e, de repente, tem de despedir trabalhadores”. Tratando-se de uma multinacional, defendeu que “isto requer alguma reflexão sobre a apropriação de alguns sectores estratégicos do tecido produtivo”. Adiantou ainda que “isto é um bocadinho estranho e prova como a questão dos capitais de investimento de produção requer outro tipo de regulação e outro tipo de controlo, até porque muitas destas empresas acabam por ter, ao longo anos, um conjunto de incentivos e atractivos. Do município, do estado central, de fundos comunitários, do IAPMEI”.
Quanto a Raul Cristóvão, o vereador lamentou que ainda “haja investidores a pensar desta forma”, numa referência à deslocação da empresa para países com mão-de-obra mais barata, onde os operários têm menos direitos que os trabalhadores portugueses.
A Electro-Arco, fabricante de consumíveis para soldaduras e equipamentos, está há quase 25 anos na Venda do Alcaide. Em 2013, reduziu de 120 para sessenta o número de trabalhadores e justificou a decisão com o encerramento da secção de produção do fio MIG-MAG. Em 2016 sofreu uma remodelação e, agora, quer encerrar as suas portas.
Para já, a situação resultará numa reunião entre autarcas e administradores da empresa, agendada para o dia 23 deste mês.