16 Agosto 2024, Sexta-feira

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Insultos por queixa-crime derrotada e divergências sobre habitação social

Insultos por queixa-crime derrotada e divergências sobre habitação social

Insultos por queixa-crime derrotada e divergências sobre habitação social

A reunião de câmara voltou a ficar marcada por críticas duras do presidente Nuno Canta aos vereadores da oposição

O presidente da Câmara não poupou nas críticas dirigidas às bancadas da CDU e do PSD/CDS-PP

 

O período antes de se entrar na discussão da ordem de trabalhos da reunião de Câmara do Montijo, realizada na última quarta-feira, voltou a resvalar para o campo insultuoso. Nuno Canta, presidente da autarquia, considera-se vítima de uma campanha de difamação e perseguição por parte da oposição e, em duas intervenções, não poupou nos “epítetos” aos eleitos da CDU e, sobretudo, do PSD/CDS-PP. “Mentiroso” e “cobarde” foram alguns dos adjectivos utilizados pelo socialista na refrega de palavras com João Afonso. Mas o segundo termo também não deixou de fora a CDU, quando Canta informou o executivo de que venceu mais uma batalha na justiça.

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“Mais uma queixa-crime de má-fé da oposição contra os autarcas socialistas foi derrotada nos seus propósitos e constitui um conjunto de abusos e de preconceitos, uma sucessão de cobardias”, disse Nuno Canta, sobre uma participação feita ao Ministério Público de forma anónima, mas que o socialista atribui aos adversários políticos.

“Uma vez mais as oposições apresentaram uma queixa-crime anónima, sustentada em argumentos falsos, numa tentativa de ultrapassar os limites da lei.

Mais uma derrota jurídica e, sobretudo, política desta oposição”, reforçou. O presidente da autarquia referia-se a uma queixa “relativa ao não agendamento de uma proposta subscrita pelo vereador do PSD, João Afonso, sobre a criação de um fundo de emergência para apoio social” em sessão de Câmara.

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E informou que o município foi notificado no dia 30 de Junho do despacho de arquivamento proferido pela procuradora da Comarca de Lisboa – Secção do Montijo.

“A matéria não é susceptível de poder sustentar a acusação dirigida ao presidente da Câmara da prática de crime de denegação de justiça e de abuso de poder”, disse o socialista, que juntou ainda: “A oposição no Montijo recorre ao abuso moral e cobarde de levantar suspeições falsas contra os autarcas socialistas”.

A entrada de rompante de Canta motivou a reacção da oposição. Carlos Jorge de Almeida, vereador da CDU, foi o primeiro a intervir.

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“O PCP tem muito orgulho em recorrer à justiça, mas só o fazemos em último caso. E damos a cara nas queixas que apresentamos”, começou por dizer, para garantir que a participação não partiu dos comunistas.

E passou ao contra-ataque: “Em cada sessão o senhor resolve transmitir que houve mais uma queixa da oposição que bateu na trave.

Mas nunca traz o texto onde está plasmada a denúncia e a decisão do juiz. Ou consegue provar que há partidos que apresentam queixas anónimas ou podemos pensar que está a apresentá-las contra si próprio”.

Debate a ferver com João Afonso

Já João Afonso, vereador eleito pelo PSD/CDS-PP, negou igualmente que a queixa-crime tivesse o dedo social-democrata. “Quer eu quer o PSD nunca fizemos denúncias anónimas. Não existem”, disse, ao mesmo tempo que repudiou a suspeição lançada por Canta aos autarcas da oposição.

O debate quente ferveu depois quando o social-democrata criticou a existência de habitações sociais do município que estão abandonadas. “Há fogos que se encontram devolutos durante vários anos e que não são postos ao dispor de pessoas que precisam. Recebemos queixas recorrentes nesse sentido”, atirou.

O presidente informou que a decorrer está o concurso para recuperação de “62 habitações” e que é ponto de honra entregá-las em condições dignas. “Não as recebemos e entregamos logo. São recuperadas e já este ano já estão programadas serem entregues”, defendeu o socialista.

“Não percebo como há 10% de fogos abandonados e o senhor diz isso com uma descontracção olímpica. É preciso ter uma grande falta de vergonha”, contrapôs o social-democrata, que tomou como referencial um total de 491 habitações municipais, várias das quais “abandonadas há anos”. E a reacção de Canta foi dura: “O senhor opta por ser um mentiroso convicto. Faz mal à política montijense. É um activo tóxico.

Já devia ter-se demitido. Nunca teve condições para ocupar o cargo. Nem sabe que o total de fogos são 497”, disparou, com João Afonso a retorquir: “Fui buscar o 491 ao site da Câmara. São os senhores que dão informação errada. No site também está a informação de que são 45 os fogos devolutos e não 62.

Qual é a informação correcta, a do senhor ou a que dão a conhecer aos montijenses no site?”, questionou.

“Porventura é um lapso. Temos de ver com os serviços. O 45 está desactualizado”, admitiu Nuno Canta, depois de ter explicado que o processo é dinâmico e que os números variam ano após ano.

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