2 Julho 2024, Terça-feira

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ICNF diz que baleia hoje arrojada na Fonte da Telha deve morrer

ICNF diz que baleia hoje arrojada na Fonte da Telha deve morrer

ICNF diz que baleia hoje arrojada na Fonte da Telha deve morrer

Ferimentos sofridos devem revelar-se fatais. Animal terá sofrido abalroamento

A baleia que arrojou hoje na praia da Fonte da Telha, Almada, encontrava-se ainda com vida pelas 19:00, mas deverá acabar por morrer devido aos ferimentos provocados por um possível abalroamento com uma embarcação, indicou o ICNF.

“Tudo indica que terá sofrido um abalroamento por uma embarcação grande e quando isso acontece normalmente os animais acabam por morrer – ou morrem logo pelo impacto ou, se não morrem nos instantes seguintes ao impacto, acabam por morrer mais tarde e foi o que aconteceu a este cachalote”, afirmou a bióloga do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) Marina Sequeira.

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Em declarações à agência Lusa, a bióloga reforçou que, “quanto mais não seja pelos ferimentos que tem, um animal que sofreu um abalroamento dificilmente sobrevive”, e assegurou que, apesar dessa indicação, foram feitos todos os esforços possíveis para salvar a baleia cachalote.

“Desde logo através da atuação, em primeira mão, da Polícia Marítima enquanto o cachalote estava em águas mais profundas, ainda afastado da praia, em que tentaram com embarcações que ele não se aproximasse da praia. Tentaram conduzi-lo para zonas mais profundas, mas o animal não reagiu, portanto não foi possível afastá-lo para o largo e depois acabou por arrojar na praia”, indicou.

A Polícia Marítima foi informada por volta das 09:00 de hoje da existência de uma baleia junto à praia da Fonte da Telha. Depois de a tentativa de encaminhá-la para o mar, em colaboração com o ICNF, não ter tido sucesso, o animal por encalhar no areal.

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“Neste momento são 19:00 e ele ainda está vivo”, informou a bióloga, sem saber indicar quanto tempo mais o animal consegue manter-se com vida.

Questionada sobre a possibilidade de recorrer à eutanásia, uma vez que o animal acabará por morrer, Marina Sequeira disse que “foi equacionada, mas sabendo à partida que não seria possível” devido às dimensões da baleia cachalote, que tem quase 15 metros de comprimento (e não 10, como inicialmente calculado pelas autoridades) e um peso estimado de cerca de 15 toneladas.

“Seria preciso muito produto, uma quantidade enorme de produto químico para fazer a eutanásia. As clínicas veterinárias não têm a quantidade que seria exigida para um animal deste tamanho e mesmo outro tipo de produtos químicos para fazer a eutanásia são de difícil manipulação por serem extremamente perigosos”, sustentou.

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A representante do ICNF realçou a intervenção de alguns populares que cavaram uma espécie de canais de água e começaram a levar água com baldes e com regadores, para minimizar o sofrimento. Porém, lamentou, “os danos em órgãos internos são suficientemente graves para que o facto de molhar o animal não consiga reverter o processo”.

Relativamente à remoção do animal do areal da praia, a bióloga adiantou que o transporte será feito pelos serviços da Proteção Civil da Câmara Municipal de Almada para o aterro sanitário, mas ainda não se sabe quando, porque apenas será feito depois de o animal ter morrido.

O ICNF irá realizar uma necropsia ao cadáver na próxima segunda-feira.

“A partir do momento em que o animal assentou na areia, tornou-se impossível deslocá-lo sem provocar mais danos e sofrimento, além daqueles já relacionados com os problemas de que padece – e que terão estado na origem do arrojamento – e com o sofrimento provocado por ter o seu peso todo assente na areia”, acrescentou o ICNF, em comunicado, assegurando que continuará no local a acompanhar a situação e que, caso se confirme a morte, fará posteriormente uma avaliação externa mais aprofundada para avaliar a existência de ferimentos ou sintomas de doenças que expliquem esta ocorrência.

Em declarações à comunicação social, o provedor do Animal do município de Almada, Nuno Paixão, disse que os arrojamentos destes animais ainda vivos não são uma situação frequente, mas têm sempre uma causa – podem estar doentes ou feridos, ou devido à idade.

“Não vêm para terra porque lhes apetece, algo faz com que venham”, disse, adiantando que nestas circunstâncias o prognóstico de sobrevivência nunca é bom e lamentando também que este cenário venha acontecendo com frequência um pouco por todo o mundo.

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