Há muito sem receitas, a capacidade económica é a dor de cabeça das colectividades para retomarem a actividade
A Associação de Colectividades do Concelho do Seixal (ACCS) cumpriu, no passado dia 30 de Março, duas décadas de existência. Uma data que a pandemia não permitiu que fosse assinalada presencialmente, tendo ficado pela divulgação de um documento por parte da associação dirigido ao Movimento Associativo Popular.
Com a segunda fase do desconfinamento, que começou ontem, Hélder Rosa, presidente da ACCS, diz que as colectividades estão prontas para retomarem as suas actividades, a dúvida é sobre quais as consequências que o embate da paragem forçada com a covid-19 causou na estrutura das colectividades, principalmente a nível económico.
“As colectividades estão prontas para reabrir, a questão é saber-se se têm condições económicas para isso, pois todas elas passaram muito tempo sem arrecadarem quaisquer receitas”, comenta Hélder Rosa a O SETUBALENSE. Todavia, “vão retomar a actividade logo que possível, ainda que com muitas cautelas e progressivamente”, acrescenta.
Seja como for, sublinha o dirigente associativo, “uma coisa é certa: nada será como no início do primeiro confinamento. Elas vão começar a construir uma nova etapa do Movimento Associativo”.
Na opinião de Hélder Rosa, o que caracteriza o Movimento Associativo é, precisamente, o “optimismo e vontade de fazer, é a dedicação dos seus órgãos sociais posta ao serviço do bem-estar das populações”. E concluí: “O objectivo das nossas colectividades não é, nem nunca foi, o lucro, mas é e será contribuir para elevar a qualidade de vida das populações”.
Projectos de interesse comum
Estatutariamente, a ACCS tem como finalidade “definir projectos de interesse comum e formas de acção conjugadas visando a resolução de dificuldades por todos sentidas, criar estruturas de apoio à elaboração daqueles projectos e afirmar a identidade própria do associativismo do concelho do Seixal, de forma organizada e integrada na acção global desenvolvida pelo Movimento Associativo à escala do País”.
Para alcançar este objectivo, a Associação compromete-se a “defender os interesses das colectividades junto dos organismos públicos e privados”, bem como “promover acções de formação, seminários, encontros e outras, para melhorar o nível de preparação associativa dos dirigentes”.
Além disso, frisa-se no mesmo documento, que a ACCS “intentará fomentar o intercâmbio de experiências e a circulação célere de informação, assim como dinamizar projectos próprios ou comuns, relações associativas e a cooperação com colectividades de outras áreas, em articulação com estruturas similares de dimensão local, distrital ou nacional”.
Palavras de confiança e coragem para o Movimento Associativo
Para assinalar o 20.º aniversário de actividade, a Associação de Colectividades do Concelho do Seixal (ACCS) produziu uma mensagem dirigida ao Movimento Associativo onde se refere a esta “fase tão difícil” que o mesmo está a viver devido a pandemia do covid-19, ao ter sido “obrigado ao confinamento decretado no Estado de Emergência e à suspensão de todas as suas actividades”.
Através do mesmo documento, a ACCS transmite às colectividades, dirigentes e associados “uma palavra de confiança, de coragem, com a mesma determinação de sempre, para continuarmos a construir o Movimento Associativo Popular que desejamos e que está pronto a retomar de forma responsável e gradual, logo que possível, todas as atividades associativas, tão necessárias e essenciais na dinamização e no desenvolvimento do concelho e no bem-estar da nossa população. Promovendo e combatendo o isolamento social com o convívio das atividades culturais, recreativas e desportivas”.
A concluir, a ACCS “reafirma a sua solidariedade com uma saudação fraterna a todos os dirigentes e associados, homens e mulheres que têm dado com o seu trabalho voluntário e benévolo um valioso contributo ao Movimento Associativo Popular e ao desenvolvimento e progresso do concelho do Seixal e do País. Sem eles teria sido mais difícil chegarmos até aqui de uma forma tão honrosa e orgulhosa”.