Na Fertagus circularam apenas 16 de 21 comboios, até às 09h39. Agora, depois da hora de ponta, só volta a haver comboio na ponte às 14h58
Mais de cem comboios foram suprimidos entre as 00:00 e as 08:00 desta segunda-feira (12) devido à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) por aumentos salariais, disse à Lusa uma fonte da CP – Comboios de Portugal.
“Num dia normal teriam circulado, até às 08:00, 266 comboios, mas devido à greve da IP realizaram-se 110 em todo o país”, segundo a mesma fonte.
No que diz respeito aos serviços mínimos, a fonte da CP adiantou que se realizaram quase todos, com excepção de quatro.
Na Fertagus, apenas 16 comboios circularam entre as 00:00 e as 09:39 de hoje , disse uma fonte da empresa, acrescentando que o próximo só vai realizar-se às 14:58.
“Dos 21 comboios habituais da Fertagus (Ponte 25 de Abril) entre as 00:00 e as 09:39, realizaram-se sete no sentido norte/sul e, no sentido sul/norte, nove dos 24 habituais”, adiantou a mesma fonte.
A fonte indicou que estes 16 comboios fazem parte dos serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral.
“Passada a hora de ponta, não vai haver circulação de comboios de comboios nas próximas horas. O próximo comboio vai realizar-se às 14:58 no sentido sul/norte e no sentido norte/sul às 16:03 para Roma-Areeiro”, disse.
O coordenador da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, José Manuel Oliveira, disse cerca das 08:30 à Lusa que a adesão à greve de hoje “está a ser elevada”.
“Entre as 00:00 e as 08:00 a adesão foi elevada. Só estão ao serviço os trabalhadores dos serviços mínimos decretados”, disse, remetendo para o final da manhã dados mais concretos.
Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal fazem hoje uma greve para reclamar aumentos salariais de cerca de 4%, o que deverá causar “fortes perturbações e supressões” na circulação de comboios, estando salvaguardadas 25% das ligações em Lisboa e no Porto.
Os serviços mínimos definidos preveem 25% da circulação em Lisboa e no Porto, em horário normal e nos serviços Alfa, Intercidades e Internacionais, bem como no comboio da Ponte 25 de Abril (Fertagus).
José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, explicou anteriormente à agência Lusa que a paralisação foi convocada porque os trabalhadores das empresas do grupo IP não têm qualquer aumento desde 2009 e consideram que não podem esperar pelo final da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Os sindicatos reivindicam um aumento imediato na ordem dos 4%, que garanta um mínimo de 40 euros a cada trabalhador.
Segundo a decisão do Tribunal Arbitral, nomeado pelo Conselho Económico e Social, disponível na página desta entidade, a definição de serviços mínimos para a IP, decidida por unanimidade, contempla disponibilização de canal para a realização de circulações, como os comboios urbanos de Lisboa e Porto, correspondente a cerca de 25% da realização em horário normal.
Fica também decidida a criação de condições para a realização de 25% das ligações regionais e dos comboios Alfas, Intercidades e Internacionais.
Para os clientes que tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades e Regional que não se realizem devido à greve, a CP informou que vai permitir o reembolso do valor total ou a revalidação para outro dia ou comboio.
Também a Fertagus anunciou que vai garantir a oferta de 25% dos habituais comboios da ligação ferroviária na ponte, percentagem definida para serviços mínimos em dia de greve.