29 Junho 2024, Sábado

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Fundação Amélia de Mello promove debate sobre obra social da CUF

Fundação Amélia de Mello promove debate sobre obra social da CUF

Fundação Amélia de Mello promove debate sobre obra social da CUF

Fotografias: FAM | Frederico Rosa

Acção visou reflectir sobre a actuação do sistema social e empresarial da antiga companhia

 

A Escola Alfredo da Silva, no Barreiro, acolheu na passada sexta-feira a conferência “A Obra Social da CUF”, numa iniciativa promovida pela Fundação Amélia de Mello (FAM) e pela Universidade Católica Portuguesa, no âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento do “maior industrial do século XX”.

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Vasco de Mello, presidente da Fundação Amélia de Mello

O encontro teve por objectivo reflectir sobre a actuação da Companhia União Fabril no sistema social e empresarial português, durante um período de mais de cem anos, num evento que debateu a actualidade e perspectivas de responsabilidade corporativa das políticas empresariais nos dias de hoje.

Durante a sessão, Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa, destacou que foi “um privilégio poder colaborar na divulgação, disseminação e estudo daquilo que foi o trabalho, as estratégias e o impacto da obra social da CUF” e, poder divulgá-lo, junto da “comunidade científica e na sociedade civil em geral”.

A responsável recordou que Alfredo da Silva iniciou o projecto da obra social daquela companhia “numa altura em que, em Portugal, não existia um sistema de Segurança Social”, e que o próprio foi um dos reformistas que começou por desenvolver “as capacidades de desenvolvimento social” e de “conhecimento, criando sociedades que, através da educação, se tornam mais robustas, coesas, conscientes, mais democráticas e equitativas”.

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Presente esteve ainda Frederico Rosa, presidente da Câmara do Barreiro e antigo aluno daquela escola, tendo sublinhado que falar do empreendedor, neste contexto, é “falar de escola, saúde, desporto e de tudo aquilo que eram bens de primeira necessidade”.

O autarca recordou as antigas colónias de férias da CUF, que “proporcionaram a várias crianças – que de outra forma não poderiam ter férias –, a possibilidade de estabelecerem um contacto e uma abertura para um mundo novo”, mesmo que esse “ficasse do outro lado do rio”.

“Fazemos com que os nossos alunos conheçam muito bem a história de quem foi Alfredo da Silva, mas também a importância que esta escola teve no Barreiro e na indústria”, defendeu, realçando a necessidade de “reencontrar” uma “ligação cada vez mais franca, não só com as universidades, ao nível da inovação e desenvolvimento […], mas também ao nível do ensino técnico e da aplicação a nível local de oportunidades de empregabilidade”, concluiu.

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Por seu turno, Ana Paula Costa, directora da Escola Alfredo da Silva, lembrou que o industrial foi “um modelo inspirador para todos” e que aquele estabelecimento surgiu para preparar novos operários em termos de qualificações profissionais, tendo sido inaugurado a 12 de Janeiro de 1947, tornando-se numa “referência” para possibilitar a qualificação de jovens de modo a ingressarem no mercado de trabalho.

CUF teve forte programa de apoio a empregados

No arranque da conferência, Vasco de Mello, presidente da FAM, afirmou que “é unanimemente reconhecido que, no Barreiro, se encontra o melhor exemplo da concretização no século XX do que hoje chamamos de responsabilidade social corporativa”.

Para o responsável, a CUF “veio a implementar, sob liderança de Alfredo da Silva, um forte programa de apoio aos seus empregados, revelador de uma dimensão social muito pouco habitual em Portugal”.

Vasco de Mello lembrou ainda que o seu bisavô fez aprovar, em 1906 e através da CUF, a “construção de uma escola operária, uma farmácia, um posto de socorros médicos e uma despensa, lançando a caixa económica para auxílio aos operários da companhia”.

“O forte crescimento do grupo CUF, aliado a uma vontade de reforçar o apoio social aos seus empregados, permitiu que fosse sendo progressivamente alargado esse tipo de apoios”, explicou, tendo salientado a construção de espaços urbanísticos tais como o Bairro Novo, com centenas de fogos, e o Bairro dos Engenheiros.

Em termos de bem-estar da população e da sua vivência diária, o presidente da FAM fez uma alusão à importância do “abastecimento de géneros de todo o tipo, que a chamada despensa disponibilizava”, assim como a criação de condições para o desporto.

“Se por um lado, havia a opção de garantir que os bens e produtos eram vendidos a preços-custo, por outro, incentivava-se a prática desportiva com inúmeras modalidades, com a existência de campos preparados para o efeito”, disse.

Na área da saúde, Vasco de Mello recorda ainda que o “crescimento dos serviços foi notório, dando-se uma importância crescente a tudo o que com isso se relacionava”, através da construção de “um posto médico dotado de muito boas condições”.

Para terminar, afirmou que, “actualmente, num mundo muito diferente do ponto de vista industrial, com outras dimensões económicas e sociais […], cabe a todos nós olhar para o futuro e perceber aquilo que faça sentido na chamada responsabilidade social das empresas”.

Distinções Alunos galardoados com prémios de mérito

No decorrer da conferência, a FAM aproveitou para proceder à entrega de prémios de mérito aos melhores alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos do ensino regular e do ensino técnico-profissional do Agrupamento de Escolas Alfredo da Silva, assim como os respectivos certificados e os que comprovam a conclusão do 12.º ano de escolaridade.

Os melhores alunos dos 10.º, 11.º e 12.º ano foram premiados pela FAM

A entrega foi feita a oito estudantes daquele estabelecimento de ensino, nomeadamente, do curso Científico-Humanístico, à melhor aluna do 10.º ano, Maria Inês Guerreiro, a Vasco Paisana (11.º ano), seguindo-se a entrega da distinção à melhor aluna do 12.º ano, Inês Pinhão.

À directora da escola coube a tarefa de entregar o prémio a João Valente, melhor aluno do 12.º ano. A cerimónia incluiu ainda a entrega dos prémios do curso técnico-profissional, à estudante Rita Militão (10.º ano), Filipa Cortinhão e Margarida Cortinhal (ambas do 11.º ano) e à melhor aluna do 12.º ano, Bruna Correia.

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