26 Junho 2024, Quarta-feira

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Funcionárias da Serlima em protesto à porta da empresa

Funcionárias da Serlima em protesto à porta da empresa

Funcionárias da Serlima em protesto à porta da empresa

Reivindicam 40 euros de aumento salarial. Empresa, dizem, contrapõe com 80 cêntimos por dia em subsídio de refeição, desde que assegurem laboração contínua. Há quem trabalhe há mais de 20 anos e continue a ganhar o salário mínimo

 

Uma dezena de funcionárias da Serlima concentrou-se esta manhã à porta da empresa, no Montijo, em acção de protesto por melhores salários e condições de trabalho.

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Queixam-se de direitos “roubados”, numa altura em que a empresa de lavandaria industrial assinala 40 anos de laboração.

A luta já dura há alguns meses e é para continuar, diz Maria João Simões, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul (SINTEVECC-SUL). As funcionárias reivindicam “um aumento de 40 euros”. Mas a empresa, explica a sindicalista, “quer ver levantado o pré-aviso de greve e ajuda para lançar laboração contínua”, a troco de condições salariais inaceitáveis.

“Ofereciam-nos uma subida no subsídio de alimentação de 80 cêntimos por dia – claro que apenas se reflecte nos dias em que se trabalha –, o que dava cerca de uns 18 euros por mês, mas em troca de ajudarmos a lançar laboração contínua. Na laboração contínua ficamos sem direito aos feriados, sem direito aos domingos, e isto em troca de 80 cêntimos diários? Por amor da santa”, atira.

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“Estamos em luta por direitos que nos foram roubados, que precisamos de adquirir, aumentos de salário, direito aos feriados”, adianta.

O tempo de casa pouco ou nada conta para o salário que arrecadam ao final do mês. “Trabalhar aqui há dois dias ou há 20 anos é igual. Muitas de nós trabalham aqui há mais de 20 anos e ganham o salário mínimo. O salário é o mesmo, mas a experiência e o conhecimento não”, desabafa Sónia Severo, que já leva mais de duas décadas ao serviço da Serlima. “Há quem esteja como chefe de equipa e continue a ganhar o salário mínimo”, completa uma colega.

De Inverno operam na empresa “à volta de 50 pessoas”, número que sobe para pouco mais de o dobro com a chegada do Verão, faz notar Maria João Simões, que aponta também a falta de condições de trabalho para as funcionárias.

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“Isto é uma lavandaria industrial, trabalha-se com roupa suja, que vem de hotéis, e os trabalhadores não têm água quente para tomarem banho. É uma vergonha. A directora diz que anda à procura de um termoacumulador. Ainda não conseguiu encontrar e diz que se calhar só daqui por um ano é que consegue”, critica a dirigente sindical.

E as acções de luta, promete, vão prosseguir. “Temos uma calendarização para o ano inteiro. Agora, resolvemos fazer as greves um dia antes ou um dia depois dos feriados, para que os trabalhadores possam trabalhar aos feriados e receberem a dobrar, o que já dá para pagar o dia de greve que fazem. A próxima acção será feita pela Páscoa, vamos estar aqui novamente”, conclui.

O SETUBALENSE tentou chegar à fala com os responsáveis pela empresa por telefone — e já pediu, por escrito, esclarecimentos —, mas até ao momento sem sucesso.

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