Apresentação do cabeça-de-lista à Câmara do Montijo marcada por manifestação de pujança. ‘Montijo com visão e coração’ dá nome ao movimento independente. Revelado candidato à Assembleia Municipal
Fernando Caria foi recebido em apoteose por mais de três centenas de pessoas, que esta tarde lotaram o pavilhão da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro, para assistirem (muitos tiveram de o fazer de pé) à apresentação oficial do candidato à presidência da Câmara do Montijo.
O “pontapé de saída” do movimento independente, intitulado “Montijo com visão e coração”, para as próximas autárquicas, ficou marcado por uma manifestação de pujança, que se antevia momentos antes pela “onda” que ia crescendo à entrada do pavilhão, onde na fachada pontificavam a imagem do cabeça-de-lista e duas inscrições: “Não estou aqui para promessas, mas sim para construir resultados”; “A nossa prioridade é ouvir, agir e servir a nossa comunidade”.
Reflectida ficou também a capacidade aglutinadora da candidatura, em termos de sensibilidades, pela presença de personalidades oriundas de uma ponta à outra do espectro político-partidário (da esquerda à direita).
Entre os discursos de João Massacote, director de campanha, e Céu Simões, que integra os membros fundadores do movimento independente, foi anunciado o nome do candidato à Assembleia Municipal. Nuno Ferrão, antigo vereador eleito pelo PSD como independente, encabeça a lista candidata ao órgão deliberativo.
A sessão atingiu, porém, o apogeu quando Fernando Caria foi chamado ao palco e entrou na sala. Tudo de pé, num aplauso em uníssono, a fazer disparar a temperatura emotiva, capaz de rebentar a escala de qualquer barómetro de expectativas do candidato, que começou por explicar as razões de se candidatar.
“Tomo esta decisão por vontade própria e porque tenho o Montijo no coração. Tomo esta decisão porque tive, como sempre, o apoio incondicional da minha família, da minha mulher, das minhas filhas. O apoio e os incentivos que muitas pessoas, ao longo destes últimos meses, me deram, fazem com que ainda tenha mais força para abraçar este novo projecto em prol do Montijo”, disse, sem deixar de sublinhar o seu percurso no movimento associativo e, sobretudo, no domínio autárquico.
“Durante este meu percurso estive sempre perto das populações, defendendo os seus interesses, procurando sempre as melhores soluções para os seus problemas. Foi investido das funções de presidente da Junta que compreendi de forma muito clara o valor da proximidade e a necessidade de ouvir as pessoas. A liderança só é eficaz quando é feita na base da humildade, da transparência e da determinação”, frisou, para realçar de seguida: “O nosso único partido é o Montijo, é a nossa terra”.
O autarca justificou depois o nome escolhido para o movimento independente: Montijo com visão e coração. “Montijo, porque é o que está em primeiro lugar; visão, porque é necessário encarar o futuro com a melhor estratégia; e coração, porque queremos defender as nossas culturas e a nossa identidade.”
Sem agendas escondidas
“Neste movimento não existem partidos, não existem agendas escondidas, nem existem divisões. O nosso projecto é claro e firme, queremos fazer do Montijo um concelho onde todos se sintam valorizados, representados e cheios de confiança e esperança num futuro melhor”, juntou.
As linhas de orientação que defende vieram depois. “Quero um Montijo onde cada freguesia conte e tenha a autonomia que agora não tem. Quero um Montijo da cidade ao campo, onde as nossas ruas estejam limpas, os nossos espaços cuidados, para que as nossas crianças possam brincar e as nossas famílias possam desfrutar do seu lazer. Quero um Montijo que se preocupe e que solucione os problemas da mobilidade, que actualmente atormenta os nossos cidadãos. Quero um Montijo que encontre alternativas ao trânsito caótico nas principais entradas da cidade”, enumerou, para se centrar de seguida na questão da habitação.
“Quero um Montijo que tenha o problema da habitação como uma das suas principais prioridades. Sem casas não existem lares, sem lares não existem famílias e sem famílias não existe comunidade. Quero um Montijo que tenha uma política de habitação acessível, incentivando a construção de novos empreendimentos a custos controlados, revitalizando edifícios devolutos e criando incentivos à fixação da população.”
A modernização dos serviços camarários e a aposta na criação das condições necessárias na área da Saúde, através da implementação de incentivos para atrair mais médicos de família, com especial atenção para as freguesias rurais, foram elencados como objectivos. Tal como o investimento em “melhores condições nas escolas que já existem” e na “construção de novas escolas”. A cultura, o desporto e a segurança foram outras das prioridades focadas pelo candidato, que guardou para o final uma “farpa” ao ex-presidente da Câmara Municipal.
“Quero um Montijo a sentir-se orgulhoso da sua zona ribeirinha, que terá de ser imediatamente intervencionada, sem nada a inclinar e sem nada a obstruir a vista para o rio”, disparou, numa crítica clara à construção do Jardim Inclinado, na frente ribeirinha.
“Queremos ouvir a sociedade civil. Queremos ouvir os nossos empresários, as nossas associações, a gente que faz parte do nosso Montijo. Tenho a certeza de que, todos juntos, iremos construir um futuro em conjunto muito melhor”, apelou, para reforçar a conluir: “Juntos iremos transformar o nosso Montijo. Juntos podemos e vamos fazer história. Juntos vamos construir o futuro que todos nós queremos.”
