Ex-presidente rejeita “categoricamente a informação prestada pelo município”. E volta a justificar que, quando cessou funções, foi informada pelos serviços da autarquia de que “não tinha nenhuma dívida”
Maria das Dores Meira nega categoricamente a informação do município de Setúbal sobre “uma eventual não devolução de ajudas de custo, no valor de 761,22 euros”, referentes à viagem a Moçambique que viria, posteriormente, a ser cancelada.
Em comunicado, de reacção à notícia publicada na edição desta quinta-feira por O SETUBALENSE, a ex-presidente da autarquia esclarece: “(…) nego categoricamente a informação prestada pelo município à Imprensa sobre a existência dessa dívida, porque a informação que me foi dada pelos serviços municipais, em resposta a questão suscitada por mim quando cessei funções, foi que não tinha nenhuma dívida à Câmara Municipal, e não fui notificada sobre qualquer dívida”. E adianta: “Se tivesse, teria saldado na hora qualquer valor em falta. E reforço que o procedimento da Câmara é fazer um acerto nos recibos de vencimentos futuros, administrativamente tratado pelos serviços, que são sérios e não podem ser colocados em causa para aproveitamento eleitoral de alguns”.
A ex-autarca e candidata independente à presidência da Câmara destaca ainda a confirmação de que o município foi reembolsado dos valores referentes a despesas pagas com recurso a cartão de crédito da autarquia nas deslocações que efectuou a Nova Iorque e Japão, no âmbito do Clube das Mais Belas Baías do Mundo.
“Congratulo-me por ser tornado claro que o caso criado com os extratos dos cartões de crédito não passou de uma mentira criada a partir de informação descontextualizada. E que o município de Setúbal tivesse esclarecido que, tal como eu já o tinha afirmado publicamente, as despesas com os cartões foram pagas pelo Clube das Mais Belas Baías do Mundo”, observa. “Por aqui se comprova que aquele caso foi inventado para efeitos de aproveitamento político, que agora é tornado claro, e lamento apenas a demora dos responsáveis da Câmara Municipal em repor a verdade”, critica.
Maria das Dores Meira presidiu à Câmara de Setúbal entre 2006 e 2021.
Contactada por O SETUBALENSE, a Câmara Municipal de Setúbal mantém “a informação recolhida pelos departamentos de Recursos Humanos e Administração e Finanças” da autarquia.
Abaixo, comunicado de Dores Meira na íntegra
Além disso, no texto é referido que eu não nego a afirmação do município sobre uma eventual não devolução de ajudas de custo, no valor de 761,22 euros, relativas a uma viagem que foi posteriormente cancelada. É meu dever esclarecer que nego categoricamente a informação prestada pelo município à imprensa sobre a existência dessa dívida, porque a informação que me foi dada pelos serviços municipais, em resposta a questão suscitada por mim quando cessei funções, foi que não tinha nenhuma dívida à Câmara Municipal, e não fui notificada sobre qualquer dívida – se tivesse, teria saldado na hora qualquer valor em falta. E reforço que o procedimento da Câmara é fazer um acerto nos recibos de vencimentos futuros, administrativamente tratado pelos serviços, que são sérios e não podem ser colocados em causa para aproveitamento eleitoral de alguns.
Reitero que continuo a aguardar que a Câmara Municipal me envie os documentos que se encontram na posse dos jornalistas, para que me seja possível analisar e pronunciar sobre os mesmos e defender-me da perseguição política e da tentativa de assassinato de caráter de que tenho sido alvo desde que anunciei a minha candidatura independente.
Acredito que os setubalenses e os azeitonenses compreenderão que aos meus adversários políticos interessa continuar a levantar suspeitas sobre a minha pessoa, tentando condicionar a minha candidatura independente. Mas nenhum destes artifícios nos desviará do caminho que estamos a percorrer, em conjunto com cidadãos, instituições, empresas e toda a sociedade setubalense, com trabalho, honestidade e ética, para trazer Setúbal de volta.