Chega triunfou em sete dos 13 concelhos. AD venceu em Alcochete e ganhou mais um deputado. Hecatombe socialista
O Chega foi, pela primeira vez, a força política mais votada no distrito de Setúbal e fez história. Este domingo, o partido de André Ventura quebrou um ciclo de quase 30 anos de hegemonia do PS, traduzido por dez vitórias consecutivas desde as legislativas de 1995, ano em que os socialistas alcançaram o primeiro triunfo na região.
Depois de ter passado de quarta para segunda força mais votada no distrito nas eleições de 2024, agora, o Chega consumou a ultrapassagem aos socialistas, o que lhe valeu conquistar seis deputados (mais dois do que no ano anterior) do total de 19 que o círculo de Setúbal elege à Assembleia da República.
Com 129 569 votos (26,38%), mais 27 492 face ao total de 102 077 votos conseguidos há um ano, o Chega arrebatou o triunfo ao PS em sete concelhos (Setúbal, Montijo, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Sines).
Em 2024, os socialistas tinham vencido em todos os 13 concelhos do distrito. A hecatombe socialista (também sentida a nível nacional) traduziu-se agora na perda de dois deputados (o PS havia eleito sete há um ano).
O partido de Pedro Nuno Santos quedou-se pelos 122 679 votos (24,97%), menos 34 487 em relação às eleiçôes do último ano. Em termos de votos, este foi o pior resultado do PS desde 1991. E em termos de mandatos, nos últimos 30 anos, iguala o pior registo socialista: cinco deputados (em 2011).
A AD, formada por PSD e CDS, registou novo crescimento, ao passar de 86 297 votos (17,17%) para 103 181 (21,01%), conquistou um concelho ao PS (Alcochete), e alcançou mais um mandato: elegeu cinco deputados. Ainda à direita, a Iniciativa Liberal (IL) também cresceu, embora residualmente, e assegurou o deputado que já conquistara em 2024.
A CDU voltou a ser a quarta força mais votada, apesar de ter sofrido uma perda ligeira de 3 885 votos, que não a impediu de manter um deputado.
Ainda à esquerda, o desastre maior (sem contar com o naufrágio socialista) foi do BE, que perdeu o único deputado que tinha por este círculo, já que ficou reduzido a menos de metade da votação do ano anterior (perdeu mais de 17 mil votos).
Em sentido inverso, o Livre foi o único partido a crescer à esquerda na região (obteve mais 7 148 votos do que em 2024) e cimentou a conquista do deputado que havia conseguido pela primeira vez no último ano. Votaram no distrito 491 217 eleitores, de um total de 754 726.