Ranking das Mil Maiores Exportadoras do Distrito de Setúbal mostra retracção do mercado. No top 10, só três empresas cresceram, com a Lisnave a destacar-se
A tendência de crescimento do valor das exportações das empresas do distrito de Setúbal – na casa dos 1,5 mil milhões de euros por ano desde 2020 – foi interrompida em 2023. De acordo com os mais recentes números apresentados no ranking das mil maiores exportadoras da região – elaborado pela consultora Iberinform Portugal, com base na Informação Empresarial Simplificada (IES) de 2023 –, o valor global das vendas para o mercado internacional caiu 1,1 mil milhões de euros: passou de 9,6 mil milhões (facturados em 2022) para 8,5 mil milhões (em 2023).
Segundo os dados da consultora, sete das empresas que figuram no top 10 da listagem registaram quebras nas transacções para o estrangeiro (cenário diametralmente oposto ao verificado um ano antes). As três excepções foram protagonizadas por Lisnave – que, de entre este lote, foi a que apresentou o maior crescimento (48,62%) em vendas para o exterior –, Lusosider Aços Planos (cresceu 20,54%) e Secil (com um aumento residual de 0,90%).
Com uma taxa de exportação de 98,47% correspondente a uma facturação de 3,4 mil milhões de euros, a Volkswagen Autoeuropa continua de pedra e cal na liderança da tabela. A fábrica de automóveis, instalada em Palmela, registou uma variação negativa de 2,73% nas vendas para o mercado internacional (em 2022 tinha encaixado 3,5 mil milhões).
Sem ter também quem lhe faça sombra, mas no segundo posto do ranking, a Navigator Company, que está sediada na Mitrena (Setúbal) e que se dedica ao fabrico de papel e de outros bens intermédios, encaixou 1,5 mil milhões (menos 431 milhões do que no ano anterior) nas exportações, valor referente a apenas 55,66% da sua produção total, o que representou um decréscimo de 21,98%.
A Autoeuropa e a Navigator são, de resto, as duas únicas empresas no distrito (e das poucas no País) que facturam acima da casa dos mil milhões de euros e, apesar das quebras, o somatório das suas vendas (que baixou dos 5,5 para os 4,9 mil milhões de euros) continua a representar mais de metade do valor total das transacções das empresas da região para o mercado externo.
No último lugar do pódio mantém-se a Repsol Polímeros, que exportou 97,38% da produção. A empresa que, em Sines, se dedica ao fabrico de matérias plásticas sob formas primárias arrecadou 460,9 milhões de euros nas vendas para o exterior (menos 327,6 milhões, face a 2022), o equivalente a uma variação negativa de 41,55%.
Alterações no top 10
Na quarta posição surge a Siderurgia Nacional – especializada no fabrico de ferro-ligas e instalada no Seixal –, com 355,3 milhões de euros de facturação e uma taxa de exportação de 62,64%. A receita da empresa com os serviços prestados para o mercado internacional decresceu 7,28%, o correspondente a uma perda de quase 27,9 milhões de euros.
Daqui para baixo, no top 10, registaram-se três alterações de lugares, com a particularidade de apenas duas empresas ainda não atingirem a casa dos cem milhões.
Instalada em Sines, a Indorama Ventures Portugal, ligada ao fabrico de produtos químicos orgânicos de base, foi a empresa que, entre as dez primeiras, sofreu a maior perda nas exportações: baixou de 598,3 milhões de euros (facturados em 2022, com 97,26% da produção) para 165,1 milhões (arrecadados em 2023, com 93,97% da produção), o que se traduziu numa variação negativa de 72,40%. E caiu uma posição no ranking (passou a ocupar o quinto lugar).
Logo atrás vem a Lisnave Estaleiros Navais, que, apesar de também ter perdido um posto na tabela, apresentou crescimento considerável na venda de serviços para o exterior. Com uma taxa de exportação de 96,13%, a empresa que opera na Mitrena (Setúbal) encaixou 162,2 milhões de euros, o que representou uma variação positiva de 48,62% neste indicador.
Quem também registou crescimento significativo foi a Lusosider Aços Planos, que mantém a sétima posição. Ao exportar 41,94% da produção (mais 10,17%, face a 2022), a empresa do ramo siderúrgico, instalada no Seixal, arrecadou 125,5 milhões de euros, que comparam com os 104,1 milhões registados um ano antes, o equivalente a um aumento de 20,54% no valor das exportações.
O oitavo lugar continua na posse da Ascenza Agro, produtora de pesticidas sediada em Setúbal, que apresentou uma facturação de 111,3 milhões de euros para 73,46% do total de produção exportada, menos 10,6 milhões em relação a 2022 (uma variação negativa de 8,71%).
A PSA Sines – Terminais de Contentores mantém o penúltimo posto, fruto de um encaixe de 93,8 milhões de euros com 96,15% das exportações. A diminuição do valor facturado foi residual (0,18%).
A Secil fecha o top 10. A produtora de cal e cimento, instalada em Setúbal, subiu uma posição no ranking. Registou 84,2 milhões de euros para 28,89% da produção transaccionada para o mercado externo. Cresceu 0,90% no valor das exportações.
No total, as mil maiores exportadoras do distrito encaixaram 8.547.069.743 euros.
Iberinform Consultora prestes a celebrar nove anos em Portugal
O Ranking das Mil Maiores Empresas Exportadoras do Distrito de Setúbal, que o O SETUBALENSE publica nesta edição, foi elaborado pela Iberinform Portugal. A consultora, de referência, nasceu em território luso em Setembro de 2016, na sequência da aquisição de 80% do capital da Ignios pela Iberinform Internacional.
Com escritórios em Lisboa e Porto, a empresa é a filial da Crédito y Caución, que oferece soluções de gestão de clientes para as áreas financeiras, de marketing e internacional. Fornece bases de dados para a identificação de novos clientes e ferramentas que facilitam a gestão de riscos, a análise e acompanhamento de clientes ou sectores.