Fase inicial do projecto representa um investimento de 130 milhões de euros. Vai criar entre 70 a 100 postos de trabalho directos e 400 indirectos ainda este ano
Arrancou hoje a primeira fase do megacentro de dados Sines 4.0 com a construção do primeiro de nove edifícios do projecto desenvolvido pela empresa Start Campus, na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS).
Baptizado de NEST (New & Emerging Sustainable Technologies), o equipamento terá uma capacidade total de 15MW e deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2023. O investimento nesta primeira fase está estimado em 130 milhões de euros e deverá criar entre 70 a 100 novos postos de trabalho directos e cerca de 400 indirectos.
“O NEST é o primeiro edifício do que será um dos maiores campus de data centers da Europa. O projecto Sines 4.0 será 100% verde e quando estiver terminado, em 2027, terá 495MW de capacidade total, sendo composto por nove edifícios (NEST com 15MW e mais oito com 60MW de capacidade cada)”, lê-se num comunicado, enviado à redacção de O SETUBALENSE pela Start Campus, sobre o projecto a ser implantado nos terrenos contíguos à Central Termoeléctrica a Carvão de Sines, recentemente encerrada.
De acordo com a empresa, esta primeira fase do projecto “representa um investimento de 130 milhões de euros”, sendo que desde 2021 foram já injectados 20 milhões. No total, até 2027, o Sines 4.0 deverá ascender aos “3,5 mil milhões de euros”.
Para já, nesta fase inicial, serão criados “70 a 100 novos postos de trabalho directos em Sines”, salienta a empresa, ao mesmo tempo que detalha que as funções são de alta qualificação, como “engenheiros de telecomunicações, mecânicos e electrotécnicos”. A par destes, a empresa prevê ainda durante este ano a criação de “400 postos de trabalho indirectos”.
O edifício NEST terá “um total de 5 mil m2 e será um modelo mais pequeno dos restantes edifícios”. Terá, segundo a Start Campus, disponibilidade “para 1 a 6 clientes (6 salas de 2,5MW) e contará com energia verde e refrigeração sustentável”, além de serviços de suporte.
“O Sines 4.0 começa agora a ser implementado no terreno e isso é um marco importante para este projecto”, considera Afonso Salema, CEO da Start Campus, citado no documento. Para o responsável, o investimento vem responder a uma dupla tendência verificada nos últimos anos: “transformação e sustentabilidade”.
“Queremos fazer a diferença com o que estamos a criar, gerando postos de trabalho qualificados e atraindo mais investimento com impacto positivo para a comunidade de Sines”, conclui, sem deixar de realçar que “existe uma enorme procura, a nível internacional, de centros de dados por parte dos ‘hyperscalers’”.
O Sines 4.0 vem assim dar resposta à “crescente procura de grandes empresas internacionais de tecnologia por espaço para processamento e armazenamento de dados, devido à explosão da procura digital e de soluções 100% verdes a preços competitivos”, adianta o comunicado da empresa.
As infra-estruturas existentes no local bem como os sistemas de refrigeração com água do mar, a grande capilaridade portuguesa na conectividade através da ligação a cabos de fibra óptica internacionais, e o uso potencial de energia 100% verde são algumas das vantagens estratégicas da implantação do projecto na ZILS.
“O projecto alavanca a posição geográfica estratégica de Sines e Portugal na periferia da Europa com a ajuda de novos cabos submarinos: EllaLink e Medusa”, destaca a empresa, a finalizar.